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12/09/2006 - 17h34

Demóstenes diz que novas denúncias complicam Magno Malta

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O senador Demóstenes Torres (PFL-GO), relator do processo de cassação do senador Magno Malta (PL-ES) no Conselho de Ética do Senado, disse nesta terça-feira que a situação de Malta pode se complicar com as ramificações nas denúncias que ligam o senador à máfia das ambulâncias. "Há provas diretas e indiretas, uma série de estranhezas que podem levar a uma conclusão desfavorável a quem está sendo investigado", afirmou Demóstenes.

O relator ouviu hoje o depoimento de duas testemunhas no caso Magno Malta: o chefe-de-gabinete Hazenclever Lopes Cançado e o proprietário do carro que o senador teria recebido como propina da Planam, José Luiz Cardoso.

Hazenclever negou ao Conselho de Ética ter qualquer ligação com Luiz Antônio Vedoin, mesmo com a revelação do empresário, feita ao Conselho de Ética, de que se reuniu uma vez com o chefe-de-gabinete de Magno Malta.

Ele também negou ter sido informado a respeito de possíveis encontros de Vedoin com funcionários do senador. Segundo o chefe-de-gabinete, Malta é inocente nas denúncias de envolvimento na máfia dos sanguessugas. "Tenho certeza que o senador não tinha conhecimento do que está sendo acusado", afirmou.

Demóstenes revelou, no entanto, ter recebido a informação de que o patrimônio de Hazenclever subiu bastante nos últimos anos, o que coloca o assessor de Malta sob suspeita. "Uma pessoa que o conhece acha que ele não tem ganho suficiente para ostentar um padrão de vida que hoje mostra aqui", afirmou o relator.

Carro

A principal dúvida do relator no caso Magno Malta permanece em aberto, mesmo com os dois depoimentos realizados esta tarde: a origem do carro que o senador teria recebido como propina da Planam. O depoimento do suposto dono do veículo, José Luiz Cardoso, complicou ainda mais a situação de Malta.

Cardoso disse que comprou o veículo de Valcir José Piram, dono da empresa VR Factoring, em 2002. Um ano depois, vendeu o carro novamente a Piram, que teria repassado o veículo a Kerley Batistel, ainda não identificado pelo relator. Como Magno Malta alega que o carro é do deputado Lino Rossi (PP-MT), acusado de envolvimento com a máfia das ambulâncias, o relator quer esclarecer porque o veículo nunca esteve no nome do parlamentar.

Demóstenes Torres quer ouvir os três envolvidos na operação de compra e venda do veículo, além de Magno Malta. "A única coisa que sabemos é que o carro saiu da fábrica. Como parou na mão do senador passando por uma factoring, isso é estarrecedor. Há uma fachada para encobrir esta operação e estamos tentando descobrir isso", disse.

Como Lino Rossi não pode ser convocado a depor no Conselho de Ética do Senado, por ser deputado, a estratégia de Demóstenes Torres é solicitar à CPI dos Sanguessugas ou ao Ministério Público que convoquem o parlamentar a esclarecer o episódio. "Eles criaram uma bolha tão grande em volta desse carro que vamos ter que furar essa bolha para esclarecer", disse.

Especial
  • Leia a cobertura completa sobre a máfia das ambulâncias
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