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18/09/2006
-
20h57
HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Cuiabá
Escutas telefônicas feitas pela PF (Polícia Federal), com autorização da Justiça, apontam que o empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, 31, chefe da máfia dos sanguessugas, tentava obter dinheiro negociando supostas provas, ainda em seu poder, do esquema de vendas de ambulâncias.
A PF fazia as escutas havia pelo menos uma semana antes da prisão de Vedoin, na última sexta-feira. Por meio dessas interceptações de telefonemas, a PF descobriu que o empresário estava enviando a São Paulo um dossiê, encomendado por petistas, contra o candidato a governador José Serra (PSDB).
Além do caso desse material (um DVD, uma fita de vídeo e fotografias) que mostrava Serra num evento de entrega de ambulância em 2001, quando era ministro, Vedoin buscava comercializar os outros documentos.
"Como vai sua mãe? Olha, tem aquele recibo aqui, hein?", afirma o empresário da Planam a um dos seus interlocutores cujo nome não foi revelado pela Polícia Federal.
A Justiça Federal entendeu que Vedoin ocultava provas e tentava chantagear supostos envolvidos com a máfia dos sanguessugas e, por esta razão, decretou a prisão dele.
Para encontrar outras provas que estariam sendo comercializadas, a PF fez apreensão na casa de Vedoin, de seu pai, Darci José, e do cunhado, Ivo Spínola.
Vedoin está com os bens bloqueados desde a Operação Sanguessuga, realizada em maio passado pela PF e que desmontou o esquema. A montadora Iveco cobra na Justiça R$ 1,7 milhão de Vedoin referente a veículos vendidos.
A Folha apurou também que Vedoin chegou a consultar o Ministério Público Federal sobre a possibilidade de cobrar de deputados a restituição de propina que foi paga adiantada por emendas ao Orçamento. O Ministério Público Federal alertou que ele poderia ser preso.
Segundo a CPI dos Sanguessugas, 69 deputados e três senadores receberam propina para apresentar emendas destinadas à compra de ambulâncias. Parte das propinas era paga adiantada por Vedoin.
Especial
Leia cobertura completa das eleições 2006
Leia o que já foi publicado sobre a máfia dos sanguessugas
Escutas telefônicas revelam que Vedoin negociava provas
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da Agência Folha, em Cuiabá
Escutas telefônicas feitas pela PF (Polícia Federal), com autorização da Justiça, apontam que o empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, 31, chefe da máfia dos sanguessugas, tentava obter dinheiro negociando supostas provas, ainda em seu poder, do esquema de vendas de ambulâncias.
A PF fazia as escutas havia pelo menos uma semana antes da prisão de Vedoin, na última sexta-feira. Por meio dessas interceptações de telefonemas, a PF descobriu que o empresário estava enviando a São Paulo um dossiê, encomendado por petistas, contra o candidato a governador José Serra (PSDB).
Além do caso desse material (um DVD, uma fita de vídeo e fotografias) que mostrava Serra num evento de entrega de ambulância em 2001, quando era ministro, Vedoin buscava comercializar os outros documentos.
"Como vai sua mãe? Olha, tem aquele recibo aqui, hein?", afirma o empresário da Planam a um dos seus interlocutores cujo nome não foi revelado pela Polícia Federal.
A Justiça Federal entendeu que Vedoin ocultava provas e tentava chantagear supostos envolvidos com a máfia dos sanguessugas e, por esta razão, decretou a prisão dele.
Para encontrar outras provas que estariam sendo comercializadas, a PF fez apreensão na casa de Vedoin, de seu pai, Darci José, e do cunhado, Ivo Spínola.
Vedoin está com os bens bloqueados desde a Operação Sanguessuga, realizada em maio passado pela PF e que desmontou o esquema. A montadora Iveco cobra na Justiça R$ 1,7 milhão de Vedoin referente a veículos vendidos.
A Folha apurou também que Vedoin chegou a consultar o Ministério Público Federal sobre a possibilidade de cobrar de deputados a restituição de propina que foi paga adiantada por emendas ao Orçamento. O Ministério Público Federal alertou que ele poderia ser preso.
Segundo a CPI dos Sanguessugas, 69 deputados e três senadores receberam propina para apresentar emendas destinadas à compra de ambulâncias. Parte das propinas era paga adiantada por Vedoin.
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