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20/09/2006
-
18h21
ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) contestou hoje o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, ao comentar sobre um possível afastamento do dirigente petista do comando da coordenação política da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição.
Duas horas depois de Berzoini afirmar que cabia ao presidente decidir sobre sua permanência, Tarso Genro afirmou que a decisão seria do PT.
"Enquanto candidato, o presidente quer uma apuração rigorosa envolva quem envolver. Não interessa se é o presidente do PT, se está ou não participando da coordenação ou se teve posto no governo. Se o Berzoini vai continuar ou não, isso diz respeito a uma atitude do partido", afirmou o ministro. "Não é uma posição que o presidente vai assumir", acrescentou o ministro.
Pouco antes, Berzoini havia afirmado: "A coordenação da campanha é prerrogativa do candidato. Ele tem total liberdade para fazer isso [me afastar]. Mas obviamente o presidente não colocou essa hipótese".
Tarso Genro e Berzoini estiveram no Palácio da Alvorada reunidos com o presidente Lula. O ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) também esteve no local. Tarso Genro, no entanto, negou que os dois ministros tenham participado da conversa de Lula com o presidente do PT.
Indignado
O ministro Tarso Genro disse que o presidente Lula se sentiu atingido com as denúncias envolvendo membros do governo e dirigentes da sua campanha à reeleição.
Ainda segundo Tarso, o presidente determinou ao ministro da Justiça que acompanhe pessoalmente as investigações da Polícia Federal priorizando "o que diz respeito ao envolvimento de eventuais das suas relações [do presidente] de amizade".
"Há um incômodo muito grande do presidente de que pessoas que tenham vinculação com ele estejam sendo vinculadas a esses fatos. Isso atingiu o presidente, que está indignado, e por isso quer uma atitude profunda e rápida", disse Genro.
O discurso do ministro foi interpretado por lideranças ligadas ao governo como mais um recado do Planalto ao PT numa tentativa de que o episódio do dossiê seja vinculado ao partido e não ao governo.
Sem entrar em detalhes, o ministro disse ainda que, num eventual segundo mandato, Lula deverá evitar na composição do governo uma mistura de relacionamento pessoal.
Assessor
O nome do presidente do PT surgiu dentro da mais recente crise política após revelação da revista "Época" que de repórteres da publicação foram procurados por um assessor de Berzoini, Oswaldo Bargas, que teria oferecido material contra "políticos de renome", na forma de "fotos, vídeos e documentos".
Existem suspeitas de que esse material seja vinculado ao dossiê que supostamente ligaria políticos tucanos à máfia dos sanguessugas e que provocou a prisão de pelo menos quatro pessoas, entre elas, Luiz Antônio Vedoin, sócio da Planam, principal empresa do esquema das ambulâncias superfaturadas.
Ontem, Berzoini admitiu que teve "conhecimento de que um integrante da campanha teria mantido contato com a revista "para tratar de uma pauta de interesse jornalístico" mas disse que jamais teve "ciência do conteúdo abordado nesse encontro". O próprio PT comunicou que pretende ouvir Berzoini sobre a denúncia.
Especial
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Tarso contradiz Berzoini e diz que cabe ao PT decidir se ele continua na campanha
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da Folha Online, em Brasília
O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) contestou hoje o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, ao comentar sobre um possível afastamento do dirigente petista do comando da coordenação política da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição.
Duas horas depois de Berzoini afirmar que cabia ao presidente decidir sobre sua permanência, Tarso Genro afirmou que a decisão seria do PT.
"Enquanto candidato, o presidente quer uma apuração rigorosa envolva quem envolver. Não interessa se é o presidente do PT, se está ou não participando da coordenação ou se teve posto no governo. Se o Berzoini vai continuar ou não, isso diz respeito a uma atitude do partido", afirmou o ministro. "Não é uma posição que o presidente vai assumir", acrescentou o ministro.
Pouco antes, Berzoini havia afirmado: "A coordenação da campanha é prerrogativa do candidato. Ele tem total liberdade para fazer isso [me afastar]. Mas obviamente o presidente não colocou essa hipótese".
Tarso Genro e Berzoini estiveram no Palácio da Alvorada reunidos com o presidente Lula. O ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) também esteve no local. Tarso Genro, no entanto, negou que os dois ministros tenham participado da conversa de Lula com o presidente do PT.
Indignado
O ministro Tarso Genro disse que o presidente Lula se sentiu atingido com as denúncias envolvendo membros do governo e dirigentes da sua campanha à reeleição.
Ainda segundo Tarso, o presidente determinou ao ministro da Justiça que acompanhe pessoalmente as investigações da Polícia Federal priorizando "o que diz respeito ao envolvimento de eventuais das suas relações [do presidente] de amizade".
"Há um incômodo muito grande do presidente de que pessoas que tenham vinculação com ele estejam sendo vinculadas a esses fatos. Isso atingiu o presidente, que está indignado, e por isso quer uma atitude profunda e rápida", disse Genro.
O discurso do ministro foi interpretado por lideranças ligadas ao governo como mais um recado do Planalto ao PT numa tentativa de que o episódio do dossiê seja vinculado ao partido e não ao governo.
Sem entrar em detalhes, o ministro disse ainda que, num eventual segundo mandato, Lula deverá evitar na composição do governo uma mistura de relacionamento pessoal.
Assessor
O nome do presidente do PT surgiu dentro da mais recente crise política após revelação da revista "Época" que de repórteres da publicação foram procurados por um assessor de Berzoini, Oswaldo Bargas, que teria oferecido material contra "políticos de renome", na forma de "fotos, vídeos e documentos".
Existem suspeitas de que esse material seja vinculado ao dossiê que supostamente ligaria políticos tucanos à máfia dos sanguessugas e que provocou a prisão de pelo menos quatro pessoas, entre elas, Luiz Antônio Vedoin, sócio da Planam, principal empresa do esquema das ambulâncias superfaturadas.
Ontem, Berzoini admitiu que teve "conhecimento de que um integrante da campanha teria mantido contato com a revista "para tratar de uma pauta de interesse jornalístico" mas disse que jamais teve "ciência do conteúdo abordado nesse encontro". O próprio PT comunicou que pretende ouvir Berzoini sobre a denúncia.
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