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21/09/2006 - 12h20

CUT cobra explicações sobre conteúdo do dossiê contra Serra

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da Folha Online

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) publicou um nota oficial em que qualifica como "escandalosa" a suposta parcialidade com que estão sendo tratados os fatos relacionados ao dossiê contra o ex-ministro José Serra.

"Se apenas uma das facetas desse caso tiver exposição pública, ficará configurado no episódio uma tentativa de instalar o caos, com vistas a aventuras golpistas que ameaçam romper as regras democráticas", afirma a nota da central sindical.

Com este mesmo mote, o ex-presidente da CUT e coordenador de mobilização da campanha de Lula, João Felício, anunciou para hoje o lançamento de um manifesto assinado por 70 movimentos sociais.

Entenda o caso

Na última sexta-feira, Valdebran Padilha da Silva, filiado ao PT do Mato Grosso, e Gedimar Pereira Passos foram presos, em São Paulo, sob suspeita de intermediar a compra de documentos que mostrariam o suposto envolvimento de Serra e Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência, com a máfia dos sanguessugas. Com eles, a polícia apreendeu cerca de R$ 1,7 milhão.

Gedimar afirmou à PF que foi "contratado pela Executiva Nacional do PT" para negociar com a família Vedoin a compra de um dossiê contra os tucanos, e que do pacote fazia parte entrevista acusando Serra de envolvimento na máfia.

Para a PF, Gedimar disse ainda que seu contato no PT era alguém chamado "Froud ou Freud". Freud Godoy pediu afastamento do cargo de assessor especial da Secretaria Particular da Presidência após a divulgação do seu nome.

Outros nomes ligados ao PT começaram a ser relacionados ao dossiê. Esse é o caso do ex-coordenador da campanha à reeleição de Lula Ricardo Berzoini, presidente do PT. Seu ex-secretário no Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas (coordenador de programa de governo da campanha) e Jorge Lorenzetti --analista de mídia e risco do PT-- procuraram a "Época" para oferecer um dossiê contra políticos tucanos. Lorenzetti foi afastado do cargo.

O ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso foi afastado ontem da instituição, após denúncia sobre seu suposto envolvimento com o dossiê. Valdebran disse que recebeu parte do dinheiro de uma pessoa chamada "Expedito". Ele teria participado da operação de montagem e divulgação do dossiê que tenta ligar os tucanos com a máfia dos sanguessugas.

Em São Paulo, o candidato ao governo paulista Aloizio Mercadante (PT) afastou o coordenador de comunicação da campanha Hamilton Lacerda, que teria articulado a publicação de uma reportagem na "IstoÉ" contra Serra.

Veja íntegra da nota CUT:

"A CUT condena qualquer tipo de chantagem e exige que todos os fatos relacionados ao chamado dossiê das sanguessugas sejam apurados com isenção, e aqueles que tiverem responsabilidade comprovada no caso, punidos. Isso inclui a revelação de todo o conteúdo do suposto dossiê. A CUT não aceita que apenas um dos lados dessa questão seja objeto de investigação e debate público, como vem acontecendo nos últimos dias. Afinal, existe ou não o dossiê? Se a resposta for positiva, os poderes instituídos e a imprensa têm o dever de revelá-lo à opinião pública e identificar as irregularidades nele contidas.

Se apenas uma das facetas desse caso tiver exposição pública, ficará configurado no episódio uma tentativa de instalar o caos, com vistas a aventuras golpistas que ameaçam romper as regras democráticas. Acima de tudo, a manutenção dessa parcialidade escandalosa, a poucas semanas das eleições, é um menosprezo à opinião popular, expressa nos altos índices de aprovação do governo Lula.

Em momentos como esse que vivemos, é importante também que os poderes da República preservem sua independência, em defesa do Estado de Direito, e não se coloquem a serviço de partidos.

A vontade popular é soberana e não pode ser violada sob nenhum pretexto."

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