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22/09/2006 - 10h47

BB continua "partidarizado", revela crise

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SHEILA D'AMORIM
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A crise do dossiê produziu como subproduto a revelação de que a prometida "despartidarização" da estrutura do Banco do Brasil, iniciada com a troca de alguns executivos ligados ao PT no ano passado, havia ficado pela metade.

A influência petista ficou explícita com o afastamento do diretor de Gestão e Risco do banco, Expedito Afonso Veloso, por envolvimento ainda não totalmente explicado na confecção do dossiê dos Vedoin.

A comissão disciplinar interna do BB ainda analisará se, no exercício de sua função, Veloso fez algo que fere as normas do banco. Ele se afastou do cargo.

Até lá, todo esforço é para tratar o caso como uma atitude isolada do funcionário, totalmente desvinculada do BB. Veloso teve recomendações da cúpula do banco para deixar claro na carta em que pediu seu afastamento da instituição, que suas atitudes não tiveram nenhuma ligação com o BB e que seu superiores não tinham conhecimento das suas atividades, já que estava em férias.

No cargo de diretor, ele tinha como seus superiores o presidente da instituição, Rossano Maranhão, e o vice-presidente da área de crédito e gestão de risco Adézio Lima, a quem é diretamente subordinado.

Adézio é um dos petistas remanescentes do processo de desvinculação do banco com o PT desencadeado no primeiro semestre de 2005, quando Maranhão assumiu o comando da instituição. Funcionário de carreira, teve uma ascensão rápida no BB durante o governo Lula. Assim como Veloso, queimou etapas na carreira pelas suas ligações com o PT. Ele passou do cargo de gerente-executivo para a vice-presidência.

Lima também estava na lista de vice-presidentes que seriam substituídos negociada por Maranhão e o ex-ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) quando da sua indicação para a presidência do BB. A troca de petistas na cúpula do banco foi uma condição imposta por Maranhão depois que a disputa política interna ajudou a derrubar o ex-presidente do banco Cassio Casseb.

Ingressos

Casseb assumiu o cargo, em 2003, com a equipe montada pelo PT e não pode levar ninguém da sua confiança. Logo de cara, bateu de frente com o então diretor de Marketing, Henrique Pizzolato, que tinha padrinhos fortes no governo.

Casseb pediu a demissão de Pizzolato depois do escândalo da compra de ingressos para o show da dupla sertaneja Zezé Di Camargo & Luciano --quando o BB bancou o evento, cuja arrecadação era destinada à construção da nova sede do PT.

Pizzolato foi mantido e só pediu aposentadoria depois do seu envolvimento com um outro escândalo, a relação do BB com agências de publicidade do empresário Marcos Valério de Souza, considerado operador do mensalão.

Além de Adézio, os cargos de vice-presidentes do BB eram ocupados, na época, por Luiz Eduardo Franco Abreu (Finanças), José Luiz Cerqueira César (Tecnologia), Edison Monteiro (Varejo), Luiz Oswaldo Souza (Gestão de Pessoal), Ricardo Conceição (Agronegócios) e pelo próprio Rossano Maranhão (área internacional).

Abreu e Monteiro, com ligações com o PT, foram substituídos logo que Maranhão assumiu. Já Cerqueira César, também com vínculo com o partido, foi o último a se desligar do banco. Na vice-presidência de tecnologia, ele tinha sob sua alçada a Cobra, subsidiária na área de tecnologia do BB.

Depois de indícios de irregularidades na empresa, Maranhão determinou uma auditoria na empresa. O resultado da investigação interna, porém, nunca foi tornado público, apesar da promessa de transparência no caso feita pelo presidente do Banco do Brasil.

Não se sabe a extensão do desaparelhamento do banco no seu segundo escalão.

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