Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
23/09/2006 - 11h47

PF identifica retiradas e tenta achar correntistas

Publicidade

da Folha de S.Paulo, em Brasília
da Folha de S.Paulo, no Rio

A Polícia Federal já identificou alguns saques e notificou o Banco Central para localizar o titular da conta corrente, além de encontrar a pessoa responsável pela retirada do dinheiro que seria usado para comprar o dossiê contra os tucanos. Algumas dessas operações já devem, inclusive, ter sido concluídas.

Documentos em poder da PF e do Ministério Público mostram que parte do dinheiro usado na tentativa de compra do dossiê teve origem num departamento interno do Bradesco situado na rua Camaragibe, 97, na Barra Funda, em São Paulo.

Há no inquérito da Polícia Federal cópia de três cintas de papel usadas para embalar maços de dinheiro. Nelas, há o logotipo do Bradesco, a inscrição R$ 5 mil, em cada uma, além do carimbo "3752". Isso mostraria que pelo menos R$ 15 mil dos R$ 1,16 milhão saíram do local.

O atendimento eletrônico do Bradesco informou que "3752" era uma agência na Barra Funda. A Folha ligou para o endereço e um funcionário informou que no local funciona um departamento com esse número, mas de onde não é possível realizar saques. Segundo ele, o órgão lida com "numerário", ou seja, é responsável por abastecer com dinheiro as agências e os postos de atendimento do banco. Próximo às cintas do banco, há um carimbo com a inscrição: "Regional Lapa".

A PF também tem cintas do BankBoston (com o nome "Cinthia") e do Safra, além de fitas de soma sem identificação. Por fim, há duas inscrições: "118 - Caxias" e "119 - Campo Grande".

A CPI dos Sanguessugas recebeu ontem toda a documentação relativa às investigações. Os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e Carlos Sampaio (PSDB-SP), transportaram o material para o cofre da CPI, no Congresso. Só no dia 4 a comissão deve analisá-lo.

Gabeira afirmou que, mesmo não tendo olhado a documentação, acredita que o importante para a PF é "achar o caminho dos reais", já que levaria meses a identificação dos dólares que também foram usados na tentativa de venda do dossiê.

Bastos

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou ontem, no Rio, que o caso dos dossiês está "está praticamente esclarecido", com os motivos e autorias identificados. Disse não ter idéia se tudo estará solucionado até a eleição em 1º de outubro, mas que "não se pode entrar na histeria eleitoral" nem "condicionar a investigação policial à lógica e ao tempo de uma campanha eleitoral".

"O caso está praticamente esclarecido. A cadeia causal, de autorias, já foi desvendada, até por confissão das pessoas. A PF fez um trabalho extremamente eficiente. A polícia já cumpriu seu papel e vai continuar cumprindo", afirmou, após o encerramento da 75ª Assembléia Geral da Interpol, no Rio.

Segundo Thomaz Bastos, a PF está "fazendo tudo" para descobrir a origem do R$ 1,7 milhão apreendido e solucionar o crime rapidamente. Ele disse duas vezes que desvendar o episódio "é um ponto de honra" para o presidente Lula. Segundo ele, o objetivo é "não deixar poeira embaixo do tapete".

O ministro contestou a informação da Folha de ontem de que a PF tentou abafar o caso e afastou o delegado Edmilson Pereira Bruno com esse objetivo: "O delegado que atendeu a ocorrência e fez a brilhante operação de prender as pessoas era o do plantão. Quando termina o plantão, sai, não fica vinculado ao inquérito. É uma questão interna da PF."

Especial
  • Leia cobertura completa da máfia dos sanguessugas
  • Leia cobertura completa das eleições 2006
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página