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26/09/2006 - 11h50

PF instala hoje inquérito sobre participação de Abel Pereira no caso do dossiê

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da Folha Online
da Folha de S.Paulo

A Polícia Federal de Cuiabá abriu hoje inquérito para apurar o envolvimento do empresário Abel Pereira no caso do suposto dossiê que seria comprado por integrantes do PT para envolver o ex-ministro José Serra com a máfia das ambulâncias.

Em entrevista à revista "IstoÉ", publicada no dia 15, Vedoin disse que Abel era o responsável por liberar as emendas que favoreciam a quadrilha na gestão de Barjas Negri no Ministério da Saúde. Negri --prefeito de Piracicaba-- substituiu Serra na Saúde, que deixou o ministério para disputar a Presidência.

O ex-ministro nega envolvimento com os sanguessugas e afirma não conhecer os donos da Planam.

De acordo com a PF, o empresário terá um processo à parte por ter sido citado nos depoimentos dos principais personagens da investigação em curso.

O dossiê

No dia em que a máfia sanguessuga fechou a venda para petistas de um dossiê contra Serra, Abel tentou pelo menos três vezes falar com Vedoin por telefone, chegando a deixar recados com um ex-cunhado do dono da Planam. No final do mês passado, Abel esteve hospedado por cerca de dez dias num hotel em Cuiabá.

A PF avalia que Abel possa também ter negociado com Vedoin a compra do dossiê.

Na quinta-feira passada, quando prestou novo depoimento à PF, em Cuiabá, Vedoin entregou uma planilha com nomes das prefeituras que teriam tido emendas individuais ao Orçamento da União "pagas através de acerto com Abel Pereira".

Ao Ministério Público Federal, Vedoin apresentou no dia 14, antes de ser preso, extratos bancários que comprovariam depósitos na conta de empresas supostamente ligadas a Abel para liberação de verbas.

O caso

A 15 dias das eleições, a Polícia Federal apreendeu vídeo, DVD e fotos que mostram o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, na entrega de ambulâncias da máfia dos sanguessugas.

O material contra Serra seria entregue pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, chefe dos sanguessugas e sócio da Planam, a Gedimar Pereira Passos, advogado e ex-policial federal, e Valdebran Padilha da Silva, filiado ao PT do Mato Grosso.

Gedimar e Valdebran foram presos, em São Paulo, com R$ 1,7 milhão. Eles estavam no hotel Ibis, e aguardavam por um emissário do empresário, que levaria o dossiê contra o tucano. O PT nega que o dinheiro seja do partido.

O emissário seria o tio do empresário, Paulo Roberto Dalcol Trevisan. A pedido de Vedoin, o tio entregaria em São Paulo o documento a Valdebran e Gedimar. Os quatro envolvidos foram presos pela Polícia Federal.

Em depoimento à PF, Gedimar disse que foi "contratado pela Executiva Nacional do PT" para negociar com a família Vedoin a compra de um dossiê contra os tucanos, e que do pacote fazia parte entrevista acusando Serra de envolvimento na máfia.

Ele disse ainda que seu contato no PT era alguém de nome "Froud ou Freud". Após a denúncia, o assessor pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Freud Godoy, pediu afastamento do cargo. Ele nega as acusações.

Após o episódio, outros nomes ligados ao PT começaram a ser relacionados ao dossiê. Esse é o caso do ex-coordenador da campanha à reeleição de Lula, Ricardo Berzoini, presidente do PT. Seu ex-secretário no Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas (coordenador de programa de governo da campanha) e Jorge Lorenzetti --analista de mídia e risco do PT e churrasqueiro do presidente-- procuraram a revista "Época" para oferecer o dossiê.

Lorenzetti foi afastado do cargo e Berzoini deixou a coordenação da campanha de Lula, mas, por enquanto, permanece na presidência do partido.

O ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso também foi afastado da instituição, após denúncia sobre seu suposto envolvimento com o dossiê. Valdebran disse que recebeu parte do dinheiro de uma pessoa chamada "Expedito". Ele teria participado da operação de montagem e divulgação do documento.

Em São Paulo, o candidato ao governo Aloizio Mercadante (PT) afastou o coordenador de comunicação da campanha Hamilton Lacerda, que teria articulado a publicação de uma reportagem na "IstoÉ" contra Serra.

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