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26/09/2006 - 12h05

Heloísa responsabiliza Lula por demora na investigação do dossiê

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CRISTINA CHARÃO
da Folha Online

A candidata do PSOL à Presidência da República, Heloísa Helena, isentou a Polícia Federal da responsabilidade pela demora na divulgação da origem do dinheiro --R$ 1,7 milhão-- que seria usado na compra de dossiê contendo denúncias contra o ex-ministro José Serra --candidato ao governo de São Paulo do PSDB.

Heloísa afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já sabe de onde vieram os recursos e que é dele a responsabilidade pela lentidão das investigações. A candidata disse que esta é uma "estratégia inteligente, mas cínica e eleitoreira para desviar a opinião pública".

"O presidente Lula já sabe quem provisionou a conta. Se foi o narcotráfico, o crime organizado, dinheiro de caixa dois de empresa, se foi dinheiro público por triangulação com alguma organização não-governamental, ele já sabe", disse a candidata.

Heloísa esteve hoje na zona sul de São Paulo, onde visitou terreno reservado para a construção de novo campus da Universidade Federal de São Paulo. Recebeu um abaixo-assinado de moradores da região pedindo comprometimento com a conclusão do projeto.

Sobre o projeto, a candidata afirmou que "quem quer uma nação moderna e civilizada" precisa investir na educação básica, mas também no ensino superior.

Relação partidária

Mesmo voltando a dizer que há honestos e desonestos dentro do seu ex-partido, a candidata do PSOL afirmou que não há possibilidade de diálogo político com o PT. "Diálogo político se faz com a estrutura partidária e não com as pessoas", comentou.

Heloísa referiu-se ao partido da mesma forma como vem se referindo ao governo Lula, dizendo que o PT virou uma organização criminosa.

"O PT não é mais um partido de esquerda. É uma organização criminosa capaz de liquidar quem por sua frente passe ameaçando seu projeto de poder", afirmou a candidata do PSOL.

O caso

A 15 dias das eleições, a Polícia Federal apreendeu vídeo, DVD e fotos que mostram o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, na entrega de ambulâncias da máfia dos sanguessugas.

O material contra Serra seria entregue pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, chefe dos sanguessugas e sócio da Planam, a Gedimar Pereira Passos, advogado e ex-policial federal, e Valdebran Padilha da Silva, filiado ao PT do Mato Grosso.

Gedimar e Valdebran foram presos, em São Paulo, com R$ 1,7 milhão. Eles estavam no hotel Ibis, e aguardavam por um emissário do empresário, que levaria o dossiê contra o tucano. O PT nega que o dinheiro seja do partido.

O emissário seria o tio do empresário, Paulo Roberto Dalcol Trevisan. A pedido de Vedoin, o tio entregaria em São Paulo o documento a Valdebran e Gedimar. Os quatro envolvidos foram presos pela Polícia Federal.

Em depoimento à PF, Gedimar disse que foi "contratado pela Executiva Nacional do PT" para negociar com a família Vedoin a compra de um dossiê contra os tucanos, e que do pacote fazia parte entrevista acusando Serra de envolvimento na máfia.

Ele disse ainda que seu contato no PT era alguém de nome "Froud ou Freud". Após a denúncia, o assessor pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Freud Godoy, pediu afastamento do cargo. Ele nega as acusações.

Após o episódio, outros nomes ligados ao PT começaram a ser relacionados ao dossiê. Esse é o caso do ex-coordenador da campanha à reeleição de Lula, Ricardo Berzoini, presidente do PT. Seu ex-secretário no Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas (coordenador de programa de governo da campanha) e Jorge Lorenzetti --analista de mídia e risco do PT e churrasqueiro do presidente-- procuraram a revista "Época" para oferecer o dossiê.

Lorenzetti foi afastado do cargo e Berzoini deixou a coordenação da campanha de Lula, mas, por enquanto, permanece na presidência do partido.

O ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso também foi afastado da instituição, após denúncia sobre seu suposto envolvimento com o dossiê. Valdebran disse que recebeu parte do dinheiro de uma pessoa chamada "Expedito". Ele teria participado da operação de montagem e divulgação do documento.

Em São Paulo, o candidato ao governo Aloizio Mercadante (PT) afastou o coordenador de comunicação da campanha Hamilton Lacerda, que teria articulado a publicação de uma reportagem na "IstoÉ" contra Serra.



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