26/09/2006 - 17h50

Lula está em "má situação", diz Busato

da Folha Online

O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Roberto Busato, disse nesta terça-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, está em "má situação" depois de envolvimento de pessoas intimamente ligadas a ele no escândalo de suposta compra de dossiê antitucano pelo PT.

"São pessoas que privam da amizade e da intimidade do presidente. É isso que acaba deixando o presidente Lula em má situação", afirmou.

Lula foi notificado ontem pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de investigação sobre seu envolvimento na compra de dossiê contra tucanos. A denúncia foi apresentada pela coligação "Um Brasil Decente" (PFL/PSDB) --que apóia o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin.

"No começo, nós tínhamos pessoas de alto coturno envolvidas nos escândalos. Agora estão envolvidas pessoas até mesmo sem coturno, mas igualmente ligadas ao presidente da República de uma maneira ou outra: um é churrasqueiro, outro é segurança", disse.

Estão envolvidos na crise do dossiê, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, além de Gedimar Pereira Passos e Valdebran Padilha --presos com R$ 1,7 milhão para a suposta compra do dossiê-- o ex-assessor da Presidência da República, Freud Godoy, e o analista de mídia e risco do PT e churrasqueiro do presidente, Jorge Lorenzetti --também notificados oficialmente de investigação.

Perseguição

O presidente da Ordem afirmou ainda que Lula não tem porque "reclamar" de perseguição por parte da imprensa, do TSE ou da Ordem. Segundo ele, o presidente deveria direcionar suas críticas a adversários, uma vez que as instituições somente repercutem as denúncias apresentadas.

"Os demais apenas comentam, abordam, analisam a situação que vem sendo trazida pelos partidários do presidente da República", afirmou.

Lula disse ontem, em comício realizado em Porto Alegre (RS), que está sendo prejudicado pela imprensa, quando comparado ao ex-presidente tucano, Fernando Henrique Cardoso.

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