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27/09/2006 - 03h07

Serra admite que foi ao debate para pressionar Lula

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FELIPE NEVES
da Folha Online

O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, admitiu, já na madrugada desta quarta-feira, que compareceu ao debate da TV Globo para pressionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que concorre à reeleição pelo PT, a ir ao debate que reunirá os presidenciáveis, na próxima quinta-feira, na mesma emissora.

Nos dois primeiros debates realizados durante a campanha eleitoral ao governo do Estado, na Band e na Gazeta, o tucano, que lidera as pesquisas de intenção de voto, não compareceu. Ele, no entanto, negou que sua presença tenha sido uma orientação da campanha nacional do PSDB para levar Geraldo Alckmin à Presidência.

"Eu disse uma vez que iria a um debate, era a minha perspectiva. No final, eu decidi. Até porque não queria dar pretextos para eventualmente o presidente Lula não ir ao debate final, argumentando que eu não tinha ido", disse o ex-prefeito de São Paulo em coletiva à imprensa após o debate.

Principal adversário de Serra na disputa ao Palácio dos Bandeirantes, o petista Aloizio Mercadante disse não acreditar que a presença do tucano deva pressionar Lula. Para ele, o desempenho de Serra não foi "muito motivador".

"Eu acho que ele demonstrou muita insegurança, estava muito tenso, balbuciante em alguns momentos porque é muito difícil mesmo explicar oito anos de Fernando Henrique Cardoso e 12 anos de PSDB em São Paulo", disse.

Apesar de ironizar o tucano, Mercadante reafirmou sua convicção de que Lula também deveria ir ao debate. "Eu acho que é sempre bom participar de debate. Se ele [Lula] me perguntar, eu acho que ele deveria ir."

Crise do dossiê

Serra minimizou a influência do episódio da tentativa de compra de um dossiê antitucano no resultado das eleições. Ele disse não acreditar que o novo escândalo tenha alterado o panorama em São Paulo. "Eu já estava bem na frente", afirmou.

Apesar de confiante, o tucano não quis seguir o exemplo de Lula e proclamar vitória ainda no primeiro turno --atitude que ele classificou de "insegurança". "Você nunca me ouviu falar: 'vou ganhar no primeiro turno'. Eu espero ganhar, no primeiro ou no segundo turno."

Por sua vez, Mercadante tentou justificar a atitude de ter trazido o assunto à tona durante o debate, mesmo sem ter sido questionado. Ele alegou que sua vida pública sempre se pautou pela transparência e pela coragem, por isso fez questão de discutir a questão.

O petista voltou a atacar os responsáveis pelo ato, mas também cobrou investigações sobre o conteúdo do dossiê. "Há ainda uma herança da ditadura militar na esquerda, de gente que acha que pode militar na clandestinidade independente do estado de direito, independente da democracia", disse.

Confiantes

O candidato do PMDB, Orestes Quércia, disse que está confiante em chegar ao segundo turno. Por isso, ele se negou a responder perguntas sobre quem apoiaria em uma eventual derrota. "Eu vou para o segundo turno. Eu vou precisar do apoio de algum deles. Não sei qual é que vai comigo: se é o Serra ou o Mercadante."

Para Quércia, nem o petista nem o tucano estão preparados para governar São Paulo. Perguntado qual governo tinha sido pior entre Lula e FHC, ele foi irônico: "É um páreo difícil".

Carlos Apolinário, do PDT, também se recusou a antecipar um eventual apoio no segundo turno, apesar do fraco desempenho nas pesquisas. "Quem está pensando em ir para o segundo turno não pode pensar em apoiar ninguém", disse.

"A eleição é na urna, não é no Ibope. Na urna, eu acredito que posso ir para o segundo turno e ganhar a eleição", acrescentou o pedetista.

O representante do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, também tentou evitar responder sobre o eventual apoio. Mas foi o único que admitiu a hipótese.

"No segundo turno, nós vamos reunir o partido, os quatro partidos que me apóiam, vamos verificar qual é o melhor voto para São Paulo. Pode ser um voto num candidato, pode ser um voto no outro candidato e pode ser um voto nulo", disse.

Especial
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