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28/09/2006
-
20h27
ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
O Banco Central só deve revelar amanhã os nomes das corretoras que teriam comprado do banco Sofisa US$ 110 mil, parte do valor usado por integrantes do PT para comprar um dossiê contra políticos tucanos. A expectativa da Polícia Federal era receber as informações ainda hoje, mas o BC não concluiu o levantamento.
Uma fonte que participa das investigações revelou que as suspeitas devem recair sobre cerca de dez corretoras, entre elas a EBS e Action. A partir da identificação da corretora, a PF espera descobrir quem sacou o dinheiro para o PT e de onde veio o restante encontrado com um integrante da campanha em São Paulo. No total, a PF apreendeu US$ 248 mil.
Hoje, a assessoria da Polícia Federal divulgou nota esclarecendo que não existiu nenhuma irregularidade na transferência dos dólares de Miami para o banco Sofisa. A operação é legal, o que não quer dizer que o dinheiro também seja.
Segundo apurou a Folha Online, até mesmo no governo há a desconfiança de que o dinheiro pode ser fruto de caixa dois.
O caso
A 15 dias das eleições, a Polícia Federal apreendeu vídeo, DVD e fotos que mostram o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, na entrega de ambulâncias da máfia dos sanguessugas.
O material contra Serra seria entregue pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, chefe dos sanguessugas e sócio da Planam, a Gedimar Pereira Passos, advogado e ex-policial federal, e Valdebran Padilha da Silva, filiado ao PT do Mato Grosso.
Gedimar e Valdebran foram presos, em São Paulo, com R$ 1,7 milhão. Eles estavam no hotel Ibis, e aguardavam por um emissário do empresário, que levaria o dossiê contra o tucano. O PT nega que o dinheiro seja do partido.
O emissário seria o tio do empresário, Paulo Roberto Dalcol Trevisan. A pedido de Vedoin, o tio entregaria em São Paulo o documento a Valdebran e Gedimar. Os quatro envolvidos foram presos pela Polícia Federal.
Em depoimento à PF, Gedimar disse que foi "contratado pela Executiva Nacional do PT" para negociar com a família Vedoin a compra de um dossiê contra os tucanos, e que do pacote fazia parte entrevista acusando Serra de envolvimento na máfia.
Ele disse ainda que seu contato no PT era alguém de nome "Froud ou Freud". Após a denúncia, o assessor pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Freud Godoy, pediu afastamento do cargo. Ele nega as acusações.
Após o episódio, outros nomes ligados ao PT começaram a ser relacionados ao dossiê. Esse é o caso do ex-coordenador da campanha à reeleição de Lula, Ricardo Berzoini, presidente do PT. Seu ex-secretário no Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas (coordenador de programa de governo da campanha) e Jorge Lorenzetti --analista de mídia e risco do PT e churrasqueiro do presidente-- procuraram a revista "Época" para oferecer o dossiê.
Lorenzetti foi afastado do cargo e Berzoini deixou a coordenação da campanha de Lula, mas, por enquanto, permanece na presidência do partido.
O ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso também foi afastado da instituição, após denúncia sobre seu suposto envolvimento com o dossiê. Valdebran disse que recebeu parte do dinheiro de uma pessoa chamada "Expedito". Ele teria participado da operação de montagem e divulgação do documento.
Em São Paulo, o candidato ao governo Aloizio Mercadante (PT) afastou o coordenador de comunicação da campanha Hamilton Lacerda, que teria articulado a publicação de uma reportagem na "IstoÉ" contra Serra.
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Entenda o caso do dossiê
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PF prende empresário sanguessuga e apreende R$ 1,7 mi com integrante do PT
Crise do dossiê derruba Berzoini e assessor de Mercadante em SP
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Leia cobertura completa das eleições 2006
BC deixa para amanhã informação sobre corretoras que compraram dólares
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da Folha Online, em Brasília
O Banco Central só deve revelar amanhã os nomes das corretoras que teriam comprado do banco Sofisa US$ 110 mil, parte do valor usado por integrantes do PT para comprar um dossiê contra políticos tucanos. A expectativa da Polícia Federal era receber as informações ainda hoje, mas o BC não concluiu o levantamento.
Uma fonte que participa das investigações revelou que as suspeitas devem recair sobre cerca de dez corretoras, entre elas a EBS e Action. A partir da identificação da corretora, a PF espera descobrir quem sacou o dinheiro para o PT e de onde veio o restante encontrado com um integrante da campanha em São Paulo. No total, a PF apreendeu US$ 248 mil.
Hoje, a assessoria da Polícia Federal divulgou nota esclarecendo que não existiu nenhuma irregularidade na transferência dos dólares de Miami para o banco Sofisa. A operação é legal, o que não quer dizer que o dinheiro também seja.
Segundo apurou a Folha Online, até mesmo no governo há a desconfiança de que o dinheiro pode ser fruto de caixa dois.
O caso
A 15 dias das eleições, a Polícia Federal apreendeu vídeo, DVD e fotos que mostram o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, na entrega de ambulâncias da máfia dos sanguessugas.
O material contra Serra seria entregue pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, chefe dos sanguessugas e sócio da Planam, a Gedimar Pereira Passos, advogado e ex-policial federal, e Valdebran Padilha da Silva, filiado ao PT do Mato Grosso.
Gedimar e Valdebran foram presos, em São Paulo, com R$ 1,7 milhão. Eles estavam no hotel Ibis, e aguardavam por um emissário do empresário, que levaria o dossiê contra o tucano. O PT nega que o dinheiro seja do partido.
O emissário seria o tio do empresário, Paulo Roberto Dalcol Trevisan. A pedido de Vedoin, o tio entregaria em São Paulo o documento a Valdebran e Gedimar. Os quatro envolvidos foram presos pela Polícia Federal.
Em depoimento à PF, Gedimar disse que foi "contratado pela Executiva Nacional do PT" para negociar com a família Vedoin a compra de um dossiê contra os tucanos, e que do pacote fazia parte entrevista acusando Serra de envolvimento na máfia.
Ele disse ainda que seu contato no PT era alguém de nome "Froud ou Freud". Após a denúncia, o assessor pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Freud Godoy, pediu afastamento do cargo. Ele nega as acusações.
Após o episódio, outros nomes ligados ao PT começaram a ser relacionados ao dossiê. Esse é o caso do ex-coordenador da campanha à reeleição de Lula, Ricardo Berzoini, presidente do PT. Seu ex-secretário no Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas (coordenador de programa de governo da campanha) e Jorge Lorenzetti --analista de mídia e risco do PT e churrasqueiro do presidente-- procuraram a revista "Época" para oferecer o dossiê.
Lorenzetti foi afastado do cargo e Berzoini deixou a coordenação da campanha de Lula, mas, por enquanto, permanece na presidência do partido.
O ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso também foi afastado da instituição, após denúncia sobre seu suposto envolvimento com o dossiê. Valdebran disse que recebeu parte do dinheiro de uma pessoa chamada "Expedito". Ele teria participado da operação de montagem e divulgação do documento.
Em São Paulo, o candidato ao governo Aloizio Mercadante (PT) afastou o coordenador de comunicação da campanha Hamilton Lacerda, que teria articulado a publicação de uma reportagem na "IstoÉ" contra Serra.
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