Publicidade
Publicidade
04/10/2006
-
20h33
HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Cuiabá
LEONARDO SOUZA
Enviado especial da Folha a Cuiabá
O empresário Abel Pereira, amigo do ex-ministro da Saúde (no governo FHC) Barjas Negri (PSDB), começou hoje em Cuiabá a se defender a acusação de envolvimento com a máfia dos sanguessugas. Ele alega ser vítima de uma trama política.
A Polícia Federal abriu inquérito para investigar o empresário, também alvo do dossiê conta tucanos e acusado por Luiz Antonio Vedoin --chefe da máfia dos sanguessugas-- de receber propina para conseguir liberação de verbas com Barjas no ministério, em 2002.
Barjas é prefeito de Piracicaba (SP) e foi secretário-executivo do então ministro José Serra, governador eleito pelo PSDB de São Paulo. A linha de defesa de Abel Pereira é negar as acusações e apontar "conotação política" no caso.
Os advogados Eduardo Silveira Melo Rodrigues, de São Paulo, e Sérgio Pannuzio, de Sorocaba (SP), comunicaram hoje à PF em Cuiabá que Abel Pereira colocou seu sigilo bancário à disposição das investigações. O pagamento de propina, porém, teria ocorrido em nome de laranjas, segundo Vedoin.
Para os advogados, o inquérito foi aberto devido às acusações do ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Veloso, acusado de negociar com Vedoin a compra do dossiê contra tucanos.
"Eu acredito que a questão tenha conotação política", afirmou Pannuzio. Rodrigues defende a mesma tese.
Em depoimento à PF uma semana após a PF apreender, no dia 14, o dossiê contra tucanos, Expedito apresentou, segundo os advogados, nove cheques que comprovam depósitos de Vedoin em contas de empresas supostamente indicadas por Abel Pereira. Seria pagamento de propina.
"Ou Expedito recebeu a documentação de Vedoin ou houve quebra [ilegal] de sigilo bancário", afirmou Rodrigues.
A PF abriu inquérito para apurar se o empresário cometeu crimes de corrupção passiva e formação de quadrilha.
Outra linha de investigação da PF é o envolvimento de Abel Pereira com o dossiê contra tucanos.
Uma perícia feita no telefone celular do empresário petista Valdebran Carlos Padilha da Silva --preso em São Paulo na madrugada do dia 15 com dinheiro para apagar o dossiê-- aponta que Vedoin pode ter negociado também com o empresário a venda do material contra os tucanos.
A perícia no celular mostra o recebimento de uma mensagem enviada por Expedito, dizendo que era preciso acionar "um plano B", porque estaria havendo negociação "com Abel" para manter "silêncio" sobre o dossiê. Os advogados negam que o empresário tenha negociado com Vedoin. Barjas já negou, anteriormente, envolvimento com a máfia dos sanguessugas.
Especial
Leia cobertura completa das eleições 2006
Abel Pereira alega ser vítima de trama política
Publicidade
da Agência Folha, em Cuiabá
LEONARDO SOUZA
Enviado especial da Folha a Cuiabá
O empresário Abel Pereira, amigo do ex-ministro da Saúde (no governo FHC) Barjas Negri (PSDB), começou hoje em Cuiabá a se defender a acusação de envolvimento com a máfia dos sanguessugas. Ele alega ser vítima de uma trama política.
A Polícia Federal abriu inquérito para investigar o empresário, também alvo do dossiê conta tucanos e acusado por Luiz Antonio Vedoin --chefe da máfia dos sanguessugas-- de receber propina para conseguir liberação de verbas com Barjas no ministério, em 2002.
Barjas é prefeito de Piracicaba (SP) e foi secretário-executivo do então ministro José Serra, governador eleito pelo PSDB de São Paulo. A linha de defesa de Abel Pereira é negar as acusações e apontar "conotação política" no caso.
Os advogados Eduardo Silveira Melo Rodrigues, de São Paulo, e Sérgio Pannuzio, de Sorocaba (SP), comunicaram hoje à PF em Cuiabá que Abel Pereira colocou seu sigilo bancário à disposição das investigações. O pagamento de propina, porém, teria ocorrido em nome de laranjas, segundo Vedoin.
Para os advogados, o inquérito foi aberto devido às acusações do ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Veloso, acusado de negociar com Vedoin a compra do dossiê contra tucanos.
"Eu acredito que a questão tenha conotação política", afirmou Pannuzio. Rodrigues defende a mesma tese.
Em depoimento à PF uma semana após a PF apreender, no dia 14, o dossiê contra tucanos, Expedito apresentou, segundo os advogados, nove cheques que comprovam depósitos de Vedoin em contas de empresas supostamente indicadas por Abel Pereira. Seria pagamento de propina.
"Ou Expedito recebeu a documentação de Vedoin ou houve quebra [ilegal] de sigilo bancário", afirmou Rodrigues.
A PF abriu inquérito para apurar se o empresário cometeu crimes de corrupção passiva e formação de quadrilha.
Outra linha de investigação da PF é o envolvimento de Abel Pereira com o dossiê contra tucanos.
Uma perícia feita no telefone celular do empresário petista Valdebran Carlos Padilha da Silva --preso em São Paulo na madrugada do dia 15 com dinheiro para apagar o dossiê-- aponta que Vedoin pode ter negociado também com o empresário a venda do material contra os tucanos.
A perícia no celular mostra o recebimento de uma mensagem enviada por Expedito, dizendo que era preciso acionar "um plano B", porque estaria havendo negociação "com Abel" para manter "silêncio" sobre o dossiê. Os advogados negam que o empresário tenha negociado com Vedoin. Barjas já negou, anteriormente, envolvimento com a máfia dos sanguessugas.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice