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06/10/2006 - 11h30

Lacerda e Lorenzetti pedem desfiliação do PT; partido avalia situação de Berzoini

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FELIPE NEVES
CRISTINA CHARÃO
da Folha Online

Hamilton Lacerda e Jorge Lorenzetti, dois dos petistas envolvidos no escândalo da compra de dossiê contra candidatos do PSDB, desfiliaram-se do PT.

Lacerda era coordenador de comunicação da campanha do senador Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo. A Polícia Federal acredita que ele tenha sido o responsável por levar os R$ 1,7 milhão que seriam usados para a compra do dossiê ao hotel onde estavam Valdebran Padilha e Gedimar Passos.

Já Lorenzetti coordenava o "núcleo de informações" da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição. Teria sido ele quem negociou com o empresário Luiz Antonio Vedoin, dono da Planan e um dos chefes da máfia dos sanguessugas, a entrega do dossiê. Em depoimento à PF, Lorenzetti afirmou que prometeu auxílio jurídico a Vedoin.

Os pedidos de desfiliação foram apresentados antes da reunião da Executiva nacional do partido, que ocorre hoje em São Paulo.

Lorenzetti entregou uma carta simples, em que apenas comunica seu desligamento do partido, ao diretório municipal de Florianópolis, e já foi oficialmente desfiliado. Lacerda enviou carta de mesmo teor ao diretório regional de São Paulo, com data de hoje.

Reunião

A Executiva nacional deve avaliar a suspensão da filiação de todos os acusados de envolvimento no caso, entre eles Valdebran, Gedimar, Expedito Veloso e Oswaldo Bargas, além do presidente do PT, Ricardo Berzoini.

A reunião estava marcada para as 10h, mas perto das 11h ainda não havia começado. Na chegada à reunião, o senador Eduardo Suplicy disse que espera que Berzoini tome a iniciativa de se afastar caso seja confirmado que ele sabia da operação do dossiê.

Suplicy usou como referência o fato de o presidente Lula ter afastado Berzoini da coordenação de sua campanha à reeleição. Na ocasião, Lula responsabilizou Berzoini por ter contratado os "aloprados" e "imbecis" que tiveram os nomes envolvidos no episódio de tentativa de compra do dossiê.

Berzoini por sua vez preferiu não comentar a decisão de Lula, dizendo simplesmente que "o que o presidente falou, está falado".

"A se confirmar isso, tendo ele tomado conhecimento dos fatos e não sustado a operação, se foi isso que de fato aconteceu, é de se esperar que ele próprio tome a iniciativa de se afastar. É isso que eu espero dele", disse Suplicy.

O presidente do PT foi o primeiro a chegar para a reunião. Ele entrou na sede do diretório nacional do PT, no centro de São Paulo, por volta das 8h e, desta forma, evitou o encontro com a imprensa.

Para a deputada federal Maria do Rosário (PT), segunda vice-presidente do partido, Berzoini é "um quadro importante e deve ser preservado, mas a campanha [do presidente Lula] é prioritária". A deputada afirmou que, se o presidente do partido lhe perguntar, dirá que "é melhor que o vice-presidente Marco Aurélio [Garcia] toque o barco".

Primeiro vice-presidente do PT e sucessor de Berzoini na coordenação da campanha de Lula, Marco Aurélio já chegou ao diretório nacional, mas não quis falar com a imprensa.

O deputado estadual Renato Simões (PT-SP), secretário nacional de Movimentos Populares, disse que a situação de Berzoini "é bastante delicada e pode ficar insustentável" caso ele não dê explicações mais sólidas do que as que vem dando desde que o escândalo estourou.

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