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09/10/2006 - 13h59

Lula foi surpreendido no debate com postura de Alckmin, diz Jaques Wagner

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ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

O governador eleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), admitiu hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva --candidato à reeleição-- foi pego de surpresa com a postura do seu adversário no segundo turno, o tucano Geraldo Alckmin, no debate da TV Bandeirantes, promovido ontem.

No vôo de volta para Brasília, Lula desabafou: "Já entendi. A única coisa que eles querem é isso [discutir as denúncias envolvendo o PT e o governo]. Vou me preparar para isso", disse o presidente, segundo relato de Jaques Wagner.

O presidente esperava um debate de propostas, mas acabou tendo que discutir do primeiro ao último bloco os problemas éticos do seu governo. Segundo Jaques Wagner, Lula ficou decepcionado com o debate, embora tenha mantido o compromisso de comparecer a todos que já estão agendados.

"Mais do que surpreso, o presidente pode ter ficado decepcionado porque, mesmo sendo adversário, a gente tem a expectativa de que vai se debater programas. Nós esperávamos que [Alckmin] pudesse vir com temas mais de políticas administrativas", disse o governador eleito.

Nervosismo

Jaques Wagner reconheceu que em alguns momentos o presidente Lula ficou nervoso, mas justificou que isso demonstra que Lula não se transformou numa "máquina de fazer política", o que é uma qualidade.

"O presidente não pode parar de se emocionar e fazer política friamente. Ele fica chateado quando companheiros se envolvem em irregularidades, fica indignado com ofensas. O presidente não pode virar uma pedra de gelo. Está apanhando há um ano e pouco e essa carga de emoção iria aparecer quando as perguntas fossem feitas", justificou.

O petista considerou que Alckmin forçou no debate uma postura que não é a dele. "A agressividade do ex-governador era encomendada e não natural. Ironizo a postura do Alckmin", disse.

Na avaliação de Jaques Wagner esse novo tom adotado pelo tucano pode fazê-lo perder votos na classe média. "Se escolherem esse caminho [para os próximos debates] considero que teremos uma vantagem maior no segundo turno", afirmou.

Pegadinha

Jaques Wagner acusou Alckmin de tentar levar o presidente a cair em "pegadinhas do Faustão" em vários momentos do debate. Ele considera que um desses momentos foi quando disse que iria vender o AeroLula.

"A compra do avião novo não é luxo, faz parte do equipamento da aeronáutica e vamos comprar hoje. Acho difícil alguém achar sério essa coisa do avião e das viagens. É uma pessoa que tem uma visão pequena das questões de Estado. É pegadinha de debate, isso não é sério", disse.

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