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11/10/2006 - 21h11

Presidente do BNDES também prevê corte no social com Alckmin

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PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Demian Fiocca, engrossou hoje o coro do governo Lula ao dizer que, ao pregarem cortes entre 3,4% a 4,4% do PIB, "alguns dos principais economistas do PSDB", como Yoshiaki Nakano, não teriam espaço para executar o que pregam a não ser se cortarem na área social.

Fiocca disse que a margem para cortes dos gastos correntes com custeio da máquina é muito reduzida, sendo que o principal desses gastos, que representam 5,2% do PIB (Produto Interno Bruto), são as despesas com pessoal --"o gasto médio nos governos anteriores era 5,6%".

Além de os servidores terem estabilidade, disse ele, dos 20 mil cargos de confiança no governo, 13 mil são exercidos por funcionários concursados do próprio governo. "De fato, os números deixam a impressão de que é muito difícil fazer isso que alguns dos principais economistas do PSDB estão defendendo e não cortar gasto social", afirmou Fiocca, citando o Bolsa Família e a Previdência, que tem relação com o Salário Mínimo

"Sabendo da rigidez desses gastos com pessoal, não é possível tirar quatro pontos em cinco pontos, cortar 80%. Haveria possibilidade de fazer cortes de investimentos, mas como eu entendi que o Nakano e ou o próprio candidato [do PSDB, Geraldo Alckmin] estão dizendo que querem cortar para aumentar investimento, aí de fato o que sobra são os gastos sociais."

Sobre a questão cambial, Fiocca disse que, se na atual política de câmbio ainda não ocorreu a desvalorização, ela ao menos "conteve a tendência anterior de valorização do real que parecia não acabar". Evitou que o dólar caísse para menos de R$ 2, ficando "um pouco mais estável, ainda que [o real] em um nível ainda apreciável".

Fiocca disse não saber "por onde a centralização do câmbio poderia contribuir para a desvalorização" do real, proposta feita por Nakano, que defende um modelo de câmbio administrado e controle temporário da entrada de capitais.

"Fantasmas"

Ele também rebateu declarações de Alckmin no debate da TV Bandeirantes sobre suposto risco de apagão na energia por falta de investimentos. Chamou isso de "fantasma que poderia corroer o ambiente de investimentos e inibir o crescimento econômico".

Questionado se seria terrorismo eleitoral, Fiocca disse: "Pode ter sido força de expressão em um debate político. Claro que pelo fato de ter acontecido um racionamento no governo FHC, e isso ser, em certo sentido, um fato que contradiz uma certa imagem de competência administrativa que o Alckmin procura montar, pode ser que levou ele a fazer uma afirmação mais imprecisa".

Fiocca exibiu uma tabela com 81 projetos de energia elétrica aprovados desde 2003, com investimentos que totalizam R$ 21,8 bilhões (sendo R$ 9,3 bilhões do BNDES), o que eliminaria o risco de falta de energia até 2011 --com crescimento econômico entre 4,5% e 5% ao ano.

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