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12/10/2006 - 09h23

Crise do dossiê perde fôlego e patrocina a recuperação de Lula, dizem analistas

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FLÁVIA MARREIRO
da Folha de S.Paulo

A crise do dossiê perdeu força e exposição. Para analistas ouvidos pela Folha, esse foi o fator que mais influenciou o resultado da mais recente pesquisa Datafolha, que mostra que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ampliou de 7 para 11 pontos a vantagem sobre Geraldo Alckmin (PSDB).

"O que os números mostram, como já estava sinalizado na pesquisa anterior, é uma tendência de recuperação de Lula", afirma Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha.

Para Paulino, o que impulsiona essa recuperação é o enfraquecimento da carregada agenda negativa de Lula no final do primeiro turno: além do auge do escândalo do dossiê, o presidente não foi ao debate promovido pela Globo.

O debate do último domingo, "se exerceu alguma influência, foi entre os que têm renda e escolaridade mais altas", diz ele.

O marqueteiro Chico Malfitani também atribui o resultado a uma "mudança do clima da campanha": "O final do primeiro turno foi muito emocional, houve uma overdose de dossiê e um desejo de dar um "puxão de orelha" em Lula, levar para o segundo turno".

"Com menos espaço para a crise, principalmente na TV, os números estão sofrendo uma acomodação", diz Malfitani, que fez a campanha de Eduardo Suplicy (PT) ao Senado.

Marcus Figueiredo, do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro), concorda com a tese do "castigo" dado a Lula pelo eleitorado, que agora se acomoda. "Era um eleitor que, no primeiro turno, foi para os dois outros candidatos e para Alckmin. Eles queriam forçar o segundo turno", diz Figueiredo.

Mas na análise do cientista político Rogério Schmitt, o cenário é provisório: "Há um movimento pelo voto útil, que causa essa oscilação dos indecisos. Esses eleitores estão esperando a campanha do segundo turno, que vai ser fortemente televisiva, começar".

Segundo ele, na TV, o caso do dossiê vai voltar e ter influência, mas, sem fatos novos, "dificilmente vai ter fôlego até o fim da eleição". A expectativa dele é que o resultado final caminhe para uma diferença de pouco mais de cinco pontos entre os candidatos, se comparados os votos válidos obtidos. "Lula tem ainda o favoritismo, mas agora é muito mais frágil. Há um clichê sobre o segundo turno que é verdadeiro: ganha quem erra menos."

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