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12/10/2006 - 20h43

PF investiga pelo menos 200 mil saques acima de R$ 10 mil

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Cuiabá

Ao menos 200 mil saques acima de R$ 10 mil para investigar, 650 quebras de sigilos telefônicos para cruzar com a lista de sacadores, uma relação de "várias casas de câmbio" e depoimentos contraditórios são as dificuldades enfrentadas pela Polícia Federal na identificação da origem do dinheiro, em dólares e reais, que seria usado por petistas na comprar o dossiê contra tucanos.

São R$ 1,116 milhão e US$ 248,8 mil apreendidos com emissários do PT, no dia 15 de setembro, no hotel Ibis em São Paulo.

No caso do dinheiro em reais, há notas miúdas de R$ 10 e R$ 5 no volume apreendido. Existe a suspeita de que parte da quantia seja ilícita, oriunda do jogo do bicho.

A Justiça Federal quebrou o sigilo de agências bancárias do Bradesco, BankBoston, Banco do Brasil e Safra nas praças São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

As agências foram escolhidas porque cintas de papel com o nome delas separavam os maços de notas em reais do dinheiro apreendido.

O objetivo da PF com a quebra de sigilo é identificar saques acima de R$ 10 mil naquelas agências. O volume de dados enviado ao delegado Diógenes Curado Filho é muito grande. Somente as agências do Bradesco enviaram informações sobre 200 mil saques.

"Dinheiro vivo não tem cheiro. É muito difícil identificar a origem", disse um juiz que rastreou dinheiro do crime organizado em Mato Grosso.

Em relação aos dólares, a PF descobriu que dos US$ 248,8 mil cerca de US$ 109,8 mil entraram legalmente no Brasil por meio do banco Sofisa, de São Paulo.

O banco revendeu os dólares a casas de câmbios que comercializou o dinheiro com outras corretoras. A PF faz o rastreamento do dinheiro para saber quem sacou os dólares usados para comprar o dossiê.

Diante da dificuldades no rastreamento de dólares, a PF pediu, e obteve da Justiça, a quebra dos sigilos de 650 telefones para os quais os envolvidos com a negociação do dossiê ligaram ou receberam telefonemas nos dias em que tratavam da compra do material contra tucanos.

A PF cruza os dados obtidos com a quebra de sigilos telefônicos com as informações sobre saques em agências bancárias. A estratégia é verificar se houve contato por telefone dos envolvidos na negociação do dossiê com algum sacador.

Os envolvidos na negociação do dossiê são o advogado Gedimar Passos e o empresário petista Valdebran Padilha, presos com o dinheiro, além de Osvaldo Bargas e Jorge Lorenzetti, que trabalhavam na campanha de Lula, Expedito Veloso, então diretor do Banco do Brasil, e Hamilton Lacerda, que coordenava a campanha do senador Aloizio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo.

Há contradições nos depoimentos prestados por eles. Hamilton, que a PF acusa de ter levado o dinheiro ao hotel, nega envolvimento com o dossiê.

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