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17/10/2006 - 18h31

CPI aprova convocação de petistas e convite para ex-ministros da Saúde

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da Folha Online

A CPI dos Sanguessugas decidiu nesta terça-feira transformar em convite os requerimentos de convocação dos quatro ex-ministros da Saúde acusados de estarem no comando da pasta no período em que a máfia das ambulâncias agiu no ministério. No entanto, a comissão aprovou os requerimentos de convocação do presidente licenciado do PT, Ricardo Berzoini, e dos acusados de envolvimento com a compra de um dossiê contra políticos tucanos por integrantes do PT --Gedimar Passos, Valdebran Padilha, Expedito Veloso, Oswaldo Bargas, Jorge Lorenzetti e Freud Godoy.

Foi convocado ainda Hamilton Lacerda, assessor do ex-candidato Aloizio Mercadante.

Os parlamentares da CPI fizeram um acordo para evitar que José Serra (PSDB), Barjas Negri (PSDB), Saraiva Felipe (PMDB) e Humberto Costa (PT) fossem obrigados a prestar esclarecimentos à comissão, transformando as convocações em convites.

A CPI também aprovou a transferência do sigilo telefônico de Freud Godoy. Os dados estão em poder da Justiça Federal de Mato Grosso.

A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), tentou colocar em votação o requerimento de convocação do empresário Abel Pereira, ligado ao ex-ministro Barjas Negri, que é acusado de tentar comprar o dossiê antes dos petistas para abafar as denúncias contra os tucanos. Mas o presidente da CPI, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), encerrou a reunião diante do início das votações no plenário do Senado.

"Quando chegamos no primeiro requerimento que poderia trazer incômodo para a oposição, a reunião [da CPI] virou um verdadeiro barraco. O palanque eleitoral ficou visível. O mínimo que se esperava dessa comissão era aprovar requerimentos dos envolvidos no outro lado da moeda", criticou Ideli.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), rebateu as acusações da petista. Segundo ele, não existem provas que liguem Serra e Barjas Negri à máfia das ambulâncias, o que desautoriza a CPI a convocá-los a depor. "O governador eleito de São Paulo não tem nada a ver com esse episódio. Seria o mesmo que convocar o presidente Lula a depor", criticou.

Dossiê

Gedimar e Valdebran foram presos num hotel de São Paulo com R$ 1,7 milhão. A Polícia Federal suspeita que o dinheiro seria usado para pagar o dossiê, que seria vendido por Luiz Antonio Vedoin, sócio da Planam, suspeito de liderar a máfia sanguessuga. Gedimar trabalhava no núcleo de inteligência do PT, que foi desativado depois da crise deflagrada pela tentativa de compra do dossiê. Valdebran atuou como tesoureiro do PT em Cuiabá.

Veloso, ex-diretor do Banco do Brasil, foi citado por Valdebran --que disse à PF ter recebido parte do dinheiro de alguém chamado "Expedito". Ele teria participado da operação de montagem e divulgação do dossiê.

Freud teve seu nome envolvido no episódio por Gedimar, que disse à PF que o ex-assessor da Presidência participou da entrega do dinheiro. Freud deixou o cargo na Presidência tão logo seu nome foi envolvido no caso. Ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), os advogados de Gedimar informaram que ele apontou o nome de Freud em seu primeiro depoimento à PF porque foi coagido.

Jorge Lorenzetti coordenava o "núcleo de informações" da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição. Ele teria negociado com Vedoin a entrega do dossiê. Em depoimento à PF, Lorenzetti afirmou que prometeu auxílio jurídico a Vedoin.

Bargas foi secretário no Ministério do Trabalho durante a gestão Berzoini e ocupava o cargo de coordenador de programa de governo da campanha do PT à Presidência. Procurou a imprensa para oferecer o dossiê.

O nome de Berzoini foi envolvido com o dossiê por Bargas, que disse para jornalistas da "Época" que o petista sabia da reunião em se discutiu a possibilidade da revista publicar denúncias contra tucanos. Bargas afirmou que Berzoini não sabia do conteúdo da conversa da reunião.

Rochinha

A CPI aprovou também a convocação de Francisco Rocha, o Rochinha, homem de confiança do ex-ministro da Saúde Humberto Costa. O objetivo é esclarecer as dúvidas dos parlamentares sobre o dossiê contra candidatos tucanos.

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