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18/10/2006
-
09h52
RUBENS VALENTE
da Folha de S.Paulo
O tesoureiro do diretório nacional do PT e coordenador de infra-estrutura da campanha do candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Paulo Ferreira, reuniu-se com Freud Godoy, ex-assessor especial da Presidência, após o depoimento que este prestou à Polícia Federal sobre a tentativa frustrada de compra de um dossiê contra o governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB).
A reunião ocorreu no apartamento de José Carlos Espinoza, 52, ex-chefe do Gabinete Regional da Presidência da República em São Paulo e um dos mais próximos assessores de Lula nas campanhas anteriores. Espinoza deixou o cargo no início da atual disputa para exercer, no comitê do presidente em São Paulo, a função de encarregado da agenda do candidato à reeleição.
Paulo Ferreira falou com a Folha às 18h25 de ontem. Indagado sobre a reunião, fez um discurso contra a imprensa e em defesa de Freud: "Escreva aí: Freud tem a minha inteira solidariedade". Em seguida, desligou o telefone sem nada responder. Mais tarde, ele confirmou ter ido à casa de Espinoza "dar um abraço" em Freud.
A data da reunião é imprecisa: Espinoza disse acreditar ter sido a noite do dia 18, e o advogado de Freud Godoy, Augusto Botelho, indicou a noite do dia 19. Freud prestou o primeiro depoimento à PF entre 14h e 18h20 do dia 18.
O motivo e o conteúdo da reunião de um implicado no caso do dossiê com o responsável pela arrecadação de dinheiro do PT também são controversos. Espinoza, que concedeu entrevista à Folha ontem à tarde na frente do comitê de Lula, na avenida Indianópolis (na capital paulista), disse que o pedido do encontro partiu de Freud, com a intenção de discutir "o seu futuro no PT".
Espinoza disse que Ferreira "tranqüilizou" Freud, mas negou que se tenha discutido auxílio financeiro a ele.
O advogado de Freud, Augusto Botelho, que primeiro negou a reunião, mas depois a confirmou, apresentou uma versão diferente. Disse que a iniciativa partiu do tesoureiro, Paulo Ferreira, que queria "inteirar-se" do caso do dossiê.
O advogado se contradisse ao falar que não conhecia Espinoza. Apenas o teria visto anos atrás quando, na função de estagiário do escritório de advocacia do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, foi colher uma assinatura de Lula para uma procuração.
Ao saber que o próprio Espinoza havia explicado à Folha que encontrou-se com ele horas antes da reunião com o tesoureiro, Botelho admitiu ter estado no prédio de Espinoza, na Mooca.
Segundo a última edição da revista "Veja", Freud e Espinoza tiveram uma reunião no dia 18, daquela vez na própria sede da superintendência da PF e com o preso Gedimar Pereira Passos, segundo uma carta enviada à revista por três delegados federais cujos nomes foram mantidos em sigilo.
A exemplo da PF paulista, Espinoza e o advogado de Freud negaram o encontro no prédio da polícia.
Segundo um primeiro depoimento prestado à PF pelo advogado Gedimar Passos, funcionário do comitê de Lula em Brasília, preso no dia 15 de setembro com R$ 1,7 milhão que seria usado para comprar o dossiê, a ordem para a operação teria vindo de Freud. No último dia 3, em ofício enviado ao Tribunal Superior Eleitoral, Passos retirou a acusação.
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Tesoureiro do PT reuniu-se com Freud
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da Folha de S.Paulo
O tesoureiro do diretório nacional do PT e coordenador de infra-estrutura da campanha do candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Paulo Ferreira, reuniu-se com Freud Godoy, ex-assessor especial da Presidência, após o depoimento que este prestou à Polícia Federal sobre a tentativa frustrada de compra de um dossiê contra o governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB).
A reunião ocorreu no apartamento de José Carlos Espinoza, 52, ex-chefe do Gabinete Regional da Presidência da República em São Paulo e um dos mais próximos assessores de Lula nas campanhas anteriores. Espinoza deixou o cargo no início da atual disputa para exercer, no comitê do presidente em São Paulo, a função de encarregado da agenda do candidato à reeleição.
Paulo Ferreira falou com a Folha às 18h25 de ontem. Indagado sobre a reunião, fez um discurso contra a imprensa e em defesa de Freud: "Escreva aí: Freud tem a minha inteira solidariedade". Em seguida, desligou o telefone sem nada responder. Mais tarde, ele confirmou ter ido à casa de Espinoza "dar um abraço" em Freud.
A data da reunião é imprecisa: Espinoza disse acreditar ter sido a noite do dia 18, e o advogado de Freud Godoy, Augusto Botelho, indicou a noite do dia 19. Freud prestou o primeiro depoimento à PF entre 14h e 18h20 do dia 18.
O motivo e o conteúdo da reunião de um implicado no caso do dossiê com o responsável pela arrecadação de dinheiro do PT também são controversos. Espinoza, que concedeu entrevista à Folha ontem à tarde na frente do comitê de Lula, na avenida Indianópolis (na capital paulista), disse que o pedido do encontro partiu de Freud, com a intenção de discutir "o seu futuro no PT".
Espinoza disse que Ferreira "tranqüilizou" Freud, mas negou que se tenha discutido auxílio financeiro a ele.
O advogado de Freud, Augusto Botelho, que primeiro negou a reunião, mas depois a confirmou, apresentou uma versão diferente. Disse que a iniciativa partiu do tesoureiro, Paulo Ferreira, que queria "inteirar-se" do caso do dossiê.
O advogado se contradisse ao falar que não conhecia Espinoza. Apenas o teria visto anos atrás quando, na função de estagiário do escritório de advocacia do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, foi colher uma assinatura de Lula para uma procuração.
Ao saber que o próprio Espinoza havia explicado à Folha que encontrou-se com ele horas antes da reunião com o tesoureiro, Botelho admitiu ter estado no prédio de Espinoza, na Mooca.
Segundo a última edição da revista "Veja", Freud e Espinoza tiveram uma reunião no dia 18, daquela vez na própria sede da superintendência da PF e com o preso Gedimar Pereira Passos, segundo uma carta enviada à revista por três delegados federais cujos nomes foram mantidos em sigilo.
A exemplo da PF paulista, Espinoza e o advogado de Freud negaram o encontro no prédio da polícia.
Segundo um primeiro depoimento prestado à PF pelo advogado Gedimar Passos, funcionário do comitê de Lula em Brasília, preso no dia 15 de setembro com R$ 1,7 milhão que seria usado para comprar o dossiê, a ordem para a operação teria vindo de Freud. No último dia 3, em ofício enviado ao Tribunal Superior Eleitoral, Passos retirou a acusação.
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