Publicidade
Publicidade
20/10/2006
-
09h18
HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Cuiabá
LEONARDO SOUZA
enviado especial da Folha a Cuiabá
Parceiro de Luiz Antonio Vedoin na máfia dos sanguessugas, Ronildo Medeiros disse à Justiça que o empresário Abel Pereira --suposto amigo de Barjas Negri (PSDB), ministro da Saúde no governo FHC e atual prefeito de Piracicaba--, foi a Cuiabá cobrar propina de Vedoin, no valor de R$ 421,2 mil, dias antes da negociação do dossiê contra tucanos.
Conforme Ronildo, Abel, que mora em Piracicaba, esteve em Cuiabá na segunda quinzena de agosto. Durante encontro em um restaurante, Abel teria pedido a Ronildo para cobrar de Vedoin a dívida de propina. Segundo Ronildo, Vedoin lhe disse que não iria pagar Abel.
O dossiê começou a ser negociado com emissários petistas em 23 de agosto passado. Em 14 de setembro, Vedoin deu uma entrevista à revista "IstoÉ" e entregou documentos à Justiça Federal, em Cuiabá, acusando Abel de receber propina de 6,5% por verba liberada no Ministério da Saúde em 2002, quando Barjas era ministro.
Vedoin diz que Abel era ligado a Barjas e que, por isso, conseguia liberar o dinheiro. Barjas foi secretário-executivo do hoje governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), quando ele era o ministro. Barjas nega a amizade.
Em depoimento à Justiça Federal na semana passada, Vedoin afirmou que Abel obteve a liberação de R$ 3 milhões a R$ 3,5 milhões no ministério. Vedoin entregou à Justiça cópias de nove cheques que somam R$ 421.230: três deles, de R$ 30 mil cada um, foram emitidos em 10 de janeiro de 2003; outros quatro, que somam R$ 199 mil, em 5 de fevereiro; e mais dois, no valor de R$ 132,23 mil, em 30 de dezembro de 2003.
O chefe da máfia dos sanguessugas diz que os cheques foram entregues a Abel como pagamento de propina, mas que ele suspendeu o pagamento antes de eles serem descontados.
Conforme Vedoin, Abel passou a cobrar a dívida. O Ministério Público Federal desconfia dessa versão porque os cheques foram emitidos em 2002 e 2003 e Abel teria procurado Ronildo em agosto último.
Outro lado
Os advogados de Abel Pereira, Eduardo Silveira e Sérgio Pannunzio, afirmaram que Luiz Vedoin e Ronildo Medeiros fazem acusações falsas. "Ele diz que pagava propina de 6,5% por verbas e que foram liberados R$ 3 milhões, então não daria R$ 600 mil de propina [cheques mais depósitos]. Seria menos [mais de R$ 180 mil]", disse Pannunzio. Ele diz que Abel só conheceu Barjas quando ele era candidato a prefeito. "Abel vai sempre a Cuiabá por causa da fazenda que tem. Não sei do encontro [com Ronildo]."
Especial
Leia cobertura completa das eleições 2006
Abel é acusado de cobrar dívida de propina de Vedoin
Publicidade
da Agência Folha, em Cuiabá
LEONARDO SOUZA
enviado especial da Folha a Cuiabá
Parceiro de Luiz Antonio Vedoin na máfia dos sanguessugas, Ronildo Medeiros disse à Justiça que o empresário Abel Pereira --suposto amigo de Barjas Negri (PSDB), ministro da Saúde no governo FHC e atual prefeito de Piracicaba--, foi a Cuiabá cobrar propina de Vedoin, no valor de R$ 421,2 mil, dias antes da negociação do dossiê contra tucanos.
Conforme Ronildo, Abel, que mora em Piracicaba, esteve em Cuiabá na segunda quinzena de agosto. Durante encontro em um restaurante, Abel teria pedido a Ronildo para cobrar de Vedoin a dívida de propina. Segundo Ronildo, Vedoin lhe disse que não iria pagar Abel.
O dossiê começou a ser negociado com emissários petistas em 23 de agosto passado. Em 14 de setembro, Vedoin deu uma entrevista à revista "IstoÉ" e entregou documentos à Justiça Federal, em Cuiabá, acusando Abel de receber propina de 6,5% por verba liberada no Ministério da Saúde em 2002, quando Barjas era ministro.
Vedoin diz que Abel era ligado a Barjas e que, por isso, conseguia liberar o dinheiro. Barjas foi secretário-executivo do hoje governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), quando ele era o ministro. Barjas nega a amizade.
Em depoimento à Justiça Federal na semana passada, Vedoin afirmou que Abel obteve a liberação de R$ 3 milhões a R$ 3,5 milhões no ministério. Vedoin entregou à Justiça cópias de nove cheques que somam R$ 421.230: três deles, de R$ 30 mil cada um, foram emitidos em 10 de janeiro de 2003; outros quatro, que somam R$ 199 mil, em 5 de fevereiro; e mais dois, no valor de R$ 132,23 mil, em 30 de dezembro de 2003.
O chefe da máfia dos sanguessugas diz que os cheques foram entregues a Abel como pagamento de propina, mas que ele suspendeu o pagamento antes de eles serem descontados.
Conforme Vedoin, Abel passou a cobrar a dívida. O Ministério Público Federal desconfia dessa versão porque os cheques foram emitidos em 2002 e 2003 e Abel teria procurado Ronildo em agosto último.
Outro lado
Os advogados de Abel Pereira, Eduardo Silveira e Sérgio Pannunzio, afirmaram que Luiz Vedoin e Ronildo Medeiros fazem acusações falsas. "Ele diz que pagava propina de 6,5% por verbas e que foram liberados R$ 3 milhões, então não daria R$ 600 mil de propina [cheques mais depósitos]. Seria menos [mais de R$ 180 mil]", disse Pannunzio. Ele diz que Abel só conheceu Barjas quando ele era candidato a prefeito. "Abel vai sempre a Cuiabá por causa da fazenda que tem. Não sei do encontro [com Ronildo]."
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice