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21/10/2006
-
08h25
HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Cuiabá
LEONARDO SOUZA
da Folha de S.Paulo, em Cuiabá
O empresário Darci José Vedoin, 60, confirmou ontem à Justiça Federal em Cuiabá que a máfia dos sanguessugas pagava propina a Abel Pereira, amigo do ex-ministro da Saúde no governo FHC e atual prefeito de Piracicaba (SP), Barjas Negri (PSDB).
Foi a primeira vez que Darci foi ouvido pela Justiça sobre a acusação contra Abel. Até então, as acusações partiam do empresário Luiz Antonio Vedoin, 31, chefe da máfia dos sanguessugas e filho de Darci.
Luiz Antonio dizia que seu pai acertara o negócio com Abel, empresário de Piracicaba. Ontem, Darci confirmou essa versão ao juiz Jeferson Schneider, da 2ª Vara Federal.
Na próxima segunda-feira, Abel vai depor na Polícia Federal no inquérito aberto para apurar o envolvimento dele com a máfia dos sanguessugas.
Luiz Antonio entregou à Justiça no dia 14 de setembro, quando negociava um dossiê contra tucanos, comprovantes de depósitos e cópia de nove cheques, totalizando cerca de R$ 600 mil. Segundo o empresário, os valores correspondiam a propina paga a Abel.
Ainda conforme Luiz Antonio, Abel conseguiu a liberação de R$ 3 milhões a R$ 3,5 milhões no Ministério da Saúde, no fim de 2002, devido à sua ligação com Barjas. Luiz Antonio disse também que o pagamento de propina correspondia a 6,5% da verba liberada.
Darci afirmou em depoimento que a Planam, empresa fornecedora de ambulâncias no esquema da máfia dos sanguessugas, vendeu 750 veículos desde 2001, totalizando R$ 68 milhões.
A máfia dos sanguessugas pagava propina para parlamentares fazerem emendas ao Orçamento destinadas à compra de ambulâncias, fornecidas pela Planam. Ainda dentro desse esquema, teria sido paga propina a Abel para conseguir liberação no ministério de dinheiro, previsto nas emendas.
Outro lado
O advogado Eduardo Silveira, que defende Abel, afirmou ontem que o empresário de Piracicaba nunca atuou no Ministério da Saúde para liberar verbas.
Conforme Silveira, Abel tornou-se amigo de Barjas apenas durante a campanha para prefeito em 2004.
Abel, segundo o advogado, admite que conhecia Darci, com quem tentou abrir uma usina de leite em Jaciara (MT), mas nega acordo para pagamento de propina.
Especial
Leia cobertura completa das eleições 2006
Leia cobertura sobre a máfia sanguessuga
Darci Vedoin confirma envolvimento de Abel com sanguessugas
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da Agência Folha, em Cuiabá
LEONARDO SOUZA
da Folha de S.Paulo, em Cuiabá
O empresário Darci José Vedoin, 60, confirmou ontem à Justiça Federal em Cuiabá que a máfia dos sanguessugas pagava propina a Abel Pereira, amigo do ex-ministro da Saúde no governo FHC e atual prefeito de Piracicaba (SP), Barjas Negri (PSDB).
Foi a primeira vez que Darci foi ouvido pela Justiça sobre a acusação contra Abel. Até então, as acusações partiam do empresário Luiz Antonio Vedoin, 31, chefe da máfia dos sanguessugas e filho de Darci.
Luiz Antonio dizia que seu pai acertara o negócio com Abel, empresário de Piracicaba. Ontem, Darci confirmou essa versão ao juiz Jeferson Schneider, da 2ª Vara Federal.
Na próxima segunda-feira, Abel vai depor na Polícia Federal no inquérito aberto para apurar o envolvimento dele com a máfia dos sanguessugas.
Luiz Antonio entregou à Justiça no dia 14 de setembro, quando negociava um dossiê contra tucanos, comprovantes de depósitos e cópia de nove cheques, totalizando cerca de R$ 600 mil. Segundo o empresário, os valores correspondiam a propina paga a Abel.
Ainda conforme Luiz Antonio, Abel conseguiu a liberação de R$ 3 milhões a R$ 3,5 milhões no Ministério da Saúde, no fim de 2002, devido à sua ligação com Barjas. Luiz Antonio disse também que o pagamento de propina correspondia a 6,5% da verba liberada.
Darci afirmou em depoimento que a Planam, empresa fornecedora de ambulâncias no esquema da máfia dos sanguessugas, vendeu 750 veículos desde 2001, totalizando R$ 68 milhões.
A máfia dos sanguessugas pagava propina para parlamentares fazerem emendas ao Orçamento destinadas à compra de ambulâncias, fornecidas pela Planam. Ainda dentro desse esquema, teria sido paga propina a Abel para conseguir liberação no ministério de dinheiro, previsto nas emendas.
Outro lado
O advogado Eduardo Silveira, que defende Abel, afirmou ontem que o empresário de Piracicaba nunca atuou no Ministério da Saúde para liberar verbas.
Conforme Silveira, Abel tornou-se amigo de Barjas apenas durante a campanha para prefeito em 2004.
Abel, segundo o advogado, admite que conhecia Darci, com quem tentou abrir uma usina de leite em Jaciara (MT), mas nega acordo para pagamento de propina.
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