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22/10/2006
-
12h43
KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O dossiegate levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a considerar uma mudança maior em sua equipe ministerial do que pretendia caso tivesse vencido no primeiro turno. Voltando a falar como reeleito nas conversas reservadas, Lula analisa a hipótese de substituir Guido Mantega (Fazenda).
Segundo apurou a Folha, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, é o primeiro substituto da lista caso Lula decida mexer na área econômica. O prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, também é cotado, mas pesa contra ele o fato de ter de deixar o mandato dois anos antes do fim.
Contra Gabrielli pesaria a dificuldade de achar um substituto. O trabalho na estatal é aprovado por Lula. A favor de Pimentel contaria um perfil mais moderado, mais em sintonia com o mercado.
Ambos são economistas, políticos em ascensão e petistas fora do círculo de poder paulista. Lula deseja diminuir a força do PT paulista, grupo do partido cujas guerras internas repercutem negativamente na legenda e no governo.
A chance de uma surpresa, como um grande empresário na Fazenda, não está descartada, mas nomes petistas têm hoje a preferência de Lula para uma posição tão estratégica.
Nas palavras de um ministro, as chances de Lula manter Mantega hoje são de 50%.
Lula está convencido de que precisa "levantar a moral do governo". Daí mexer em peças importantes e buscar nomes de mais densidade no PT, na sociedade e no empresariado.
A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy deverá ser ministra, segundo auxiliares diretos de Lula. É cotada para as Cidades. Ciro Gomes pode comandar a Saúde.
A Educação continuará com Fernando Haddad, nome em ascensão no governo. Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Celso Amorim (Relações Exteriores) são nomes certos.
Mantega tenta se segurar no cargo em aliança com dois ministros elogiados por Lula: Dilma Rousseff (Casa Civil) e Tarso Genro (Relações Institucionais). Na prática, transformou-se num auxiliar de Dilma.
Por um lado, isso reduziu conflitos que existiam entre a Casa Civil e a Fazenda quando esta última era ocupada por Antonio Palocci Filho. Dilma e José Dirceu, antecessor da ministra no cargo, viviam às turras com Palocci. Lula, porém, acha Mantega "tímido demais" para fazer um contraponto.
Dilma tem simpatia por Gabrielli, que conta com o suporte político de um "vencedor" do PT, o governador eleito Jaques Wagner (Bahia).
Pimentel é um nome que o ex-ministro Palocci vem defendendo em suas palestras para o mercado financeiro e entidades empresariais. Mais moderado do que Gabrielli, seria uma solução petista bem aceita pelo establishment.
Mantega pode voltar ao Planejamento, pasta hoje ocupada por Paulo Bernardo e que perderia as atribuições relativas à administração do funcionalismo público. Bernardo poderia ser ministro de nova pasta.
Derrotado na disputa paulista, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) já mandou recado a Lula dizendo que estaria cansado do Legislativo e que quer integrar o Executivo. Difícil. Eventual ida de Mercadante para o primeiro escalão dependerá de quão chamuscado sairá do dossiegate, caso ainda não totalmente esclarecido.
Além da permanência na articulação política (Relações Institucionais), Tarso Genro tem possibilidade de substituir Márcio Thomaz Bastos na Justiça. Ele gostaria. Lula, porém, tem um preferido para o posto, o peemedebista Nelson Jobim.
Especial
Leia a cobertura especial das eleições 2006
Lula estuda substituir Mantega na Fazenda
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
O dossiegate levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a considerar uma mudança maior em sua equipe ministerial do que pretendia caso tivesse vencido no primeiro turno. Voltando a falar como reeleito nas conversas reservadas, Lula analisa a hipótese de substituir Guido Mantega (Fazenda).
Segundo apurou a Folha, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, é o primeiro substituto da lista caso Lula decida mexer na área econômica. O prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, também é cotado, mas pesa contra ele o fato de ter de deixar o mandato dois anos antes do fim.
Contra Gabrielli pesaria a dificuldade de achar um substituto. O trabalho na estatal é aprovado por Lula. A favor de Pimentel contaria um perfil mais moderado, mais em sintonia com o mercado.
Ambos são economistas, políticos em ascensão e petistas fora do círculo de poder paulista. Lula deseja diminuir a força do PT paulista, grupo do partido cujas guerras internas repercutem negativamente na legenda e no governo.
A chance de uma surpresa, como um grande empresário na Fazenda, não está descartada, mas nomes petistas têm hoje a preferência de Lula para uma posição tão estratégica.
Nas palavras de um ministro, as chances de Lula manter Mantega hoje são de 50%.
Lula está convencido de que precisa "levantar a moral do governo". Daí mexer em peças importantes e buscar nomes de mais densidade no PT, na sociedade e no empresariado.
A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy deverá ser ministra, segundo auxiliares diretos de Lula. É cotada para as Cidades. Ciro Gomes pode comandar a Saúde.
A Educação continuará com Fernando Haddad, nome em ascensão no governo. Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Celso Amorim (Relações Exteriores) são nomes certos.
Mantega tenta se segurar no cargo em aliança com dois ministros elogiados por Lula: Dilma Rousseff (Casa Civil) e Tarso Genro (Relações Institucionais). Na prática, transformou-se num auxiliar de Dilma.
Por um lado, isso reduziu conflitos que existiam entre a Casa Civil e a Fazenda quando esta última era ocupada por Antonio Palocci Filho. Dilma e José Dirceu, antecessor da ministra no cargo, viviam às turras com Palocci. Lula, porém, acha Mantega "tímido demais" para fazer um contraponto.
Dilma tem simpatia por Gabrielli, que conta com o suporte político de um "vencedor" do PT, o governador eleito Jaques Wagner (Bahia).
Pimentel é um nome que o ex-ministro Palocci vem defendendo em suas palestras para o mercado financeiro e entidades empresariais. Mais moderado do que Gabrielli, seria uma solução petista bem aceita pelo establishment.
Mantega pode voltar ao Planejamento, pasta hoje ocupada por Paulo Bernardo e que perderia as atribuições relativas à administração do funcionalismo público. Bernardo poderia ser ministro de nova pasta.
Derrotado na disputa paulista, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) já mandou recado a Lula dizendo que estaria cansado do Legislativo e que quer integrar o Executivo. Difícil. Eventual ida de Mercadante para o primeiro escalão dependerá de quão chamuscado sairá do dossiegate, caso ainda não totalmente esclarecido.
Além da permanência na articulação política (Relações Institucionais), Tarso Genro tem possibilidade de substituir Márcio Thomaz Bastos na Justiça. Ele gostaria. Lula, porém, tem um preferido para o posto, o peemedebista Nelson Jobim.
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