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23/10/2006 - 12h37

Jungmann critica demora da PF para liberar documentos do dossiê

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), recuou na decisão de ingressar no STF (Supremo Tribunal Federal) com mandado de segurança para obter cópia do relatório parcial da Polícia Federal do Mato Grosso sobre o dossiegate.

Jungmann disse que conversou com outros membros da comissão e decidiu esperar até o final desta segunda-feira para que a CPI receba cópia do relatório. Do contrário, Jungmann disse que está disposto a procurar o STF em busca do material.

"A idéia do mandado de segurança enquanto sugestão minha está suspensa, não arquivada. Estamos na segunda-feira, o relatório foi concluído na sexta-feira e nada chegou à CPI. Eu continuo interpretando que isso representa obstrução do trabalho do Legislativo", criticou.

Neste domingo, o deputado anunciou que recorreria ao STF para obter cópia do relatório parcial da PF sobre a compra do dossiê. O técnico da CPI, Augusto Panissat, foi a Cuiabá na última quinta-feira para receber o material, que foi entregue na sexta à Justiça Federal, mas acabou retornando a Brasília no sábado sem autorização para levar o relatório à comissão.

"A CPI esperou até as 20h [da última sexta-feira] e a televisão, através dos seus telejornais, já informava o relatório na sua íntegra. Eu queria saber do doutor Paulo Lacerda (diretor-geral da PF) se ele vai ou não abrir inquérito para apurar esse vazamento", questionou.

Jungmann disse que a CPI vai cobrar explicações de Lacerda e do ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) sobre o episódio. A CPI também quer informações sobre o vazamento do nome do ex-ministro José Dirceu como a "pessoa importante" que teria conversado com Jorge Lorenzetti no período das negociações para a compra do dossiê. Lorenzetti é ex-integrante da campanha de Lula e acusado e intermediar a compra do material antitucano.

"Eu queria saber do ministro se ele concorda com esse tipo de posicionamento. Uma autoridade vem a público, diz que um figurão está envolvido e isto é vazado. Quero fazer a defesa dele como cidadão. O que estão fazendo com ele é um crime. Isso é um comportamento que não condiz com o que a gente chama de preceito republicano", criticou.

Reunião

Jungmann também vai propor ao presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ) a realização de reunião extraordinária da comissão esta semana --já que as reuniões estavam marcadas somente para depois do segundo turno. O vice-presidente de CPI quer votar o requerimento de convocação de Abel Pereira, que será ouvido hoje pela PF em Cuiabá. Abel, que é amigo do ex-ministro da Saúde Barjas Negri (PSDB), é acusado de receber propina da máfia dos sanguessugas.

O deputado disse que a CPI também terá que decidir sobre a convocação de Dirceu e do chefe de gabinete do Palácio do Planalto, Gilberto Carvalho. Os dois teriam trocado telefonemas com Lonrezetti no dia em que o dinheiro para a compra do dossiê foi apreendido pela PF com Gedimar Passos e Valdebran Padilha.

"Ao se confirmar esses dados, a CPI deve ouvi-los. Mas antes disso, a CPI tem que trabalhar mais. Não tem segundo turno para deputado", criticou.

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