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23/10/2006 - 15h08

Guerra diz que 2º turno será surpreendente; Garcia acredita no apoio do povo

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TATHIANA BARBAR
da Folha Online

O coordenador da campanha de Geraldo Alckmin à Presidência, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), afirmou nesta segunda-feira que as pesquisas internas do PSDB dão a garantia de uma vitória do tucano no segundo turno das eleições. "O resultado vai ser surpreendente, porque o povo pensa."

Já o coordenador da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, Marco Aurélio Garcia, acredita que o povo irá optar pelas transformações realizadas pelo governo Lula. "No dia 29, vamos ter uma manifestação em favor da transformação do Brasil", disse Garcia. "Os dados são indiscutíveis. O que houve no país [no mandato de Lula] foi uma transformação muito importante", reiterou.

Os coordenadores das campanhas do PT e do PSDB participaram hoje de um debate promovido pela Folha de S.Paulo.

Guerra e Garcia também falaram sobre a disputa ter ido para o segundo turno. "Lula foi surpreendido pelo fato de o primeiro turno não ser dele, mas do povo", disse o tucano.

Para o coordenador petista, o segundo turno permitiu uma qualificação de projetos. "Não uma eleição entre Lula e Alckmin, mas uma eleição entre dois Brasis diferentes."

Dossiê

Guerra falou sobre o escândalo da compra de um dossiê pelo PT contra políticos tucanos. "Dois milhões na campanha de Alckmin eu saberia. Será que Garcia não saberia disso na campanha dele [do PT]", questionou.

Os petistas Valdebran Padilha e Gedimar Passos foram presos pela Polícia Federal com R$ 1,7 milhão, dinheiro que seria utilizado na compra do dossiê. A PF tenta descobrir a origem do dinheiro.

"A ética se expressa pela capacidade de averiguar as denúncias e por punir os envolvidos. Nós não abafamos CPIs, elas funcionaram. Nós não tivemos um engavetador da República", afirmou o coordenador petista questionando a transparência do governo do tucano Geraldo Alckmin em São Paulo, período em que foram engavetados 69 pedidos de CPIs.

"Queremos transparência, limpeza, para ganhar ou perder. Já votei no presidente Lula, mas isso [o escândalo do dossiê] é a decadência do sistema do poder", rebateu o tucano.

Garcia afirmou que, nesta reta final, Lula vai diminuir a campanha de rua devido aos debates e entrevistas marcados para esta semana. Segundo ele, não há clima de "eleição ganha" entre os petistas, porque toda eleição está sujeita a modificações.

Privatizações

O coordenador tucano falou também sobre a questão das privatizações que a campanha do presidente Lula tem usado contra seu adversário. "Não vamos privatizar, não vamos acabar com o Bolsa Família. Isso foi falado para confundir o eleitor brasileiro. Privatizar é assunto de agenda de campanha do presidente Lula no segundo turno."

Garcia, por sua vez, afirmou que foi Alckmin quem afirmou no início da campanha que a privatização seria sua segunda prioridade. "Não é terrorismo eleitoral, como diz a oposição, é o aroma que exala de toda a trajetória política [do PSDB]."

Economia

Para o coordenador petista, a grande aposta de Lula, num eventual segundo mandato, para garantir o aumento do investimento e evitar a crise fiscal, é o crescimento da economia. Ele ainda defendeu a racionalização dos gastos do Estado.

Guerra, por sua vez, defendeu a proposta de Alckmin de acabar com o desperdício. "Evitando o desperdício, vamos conseguir baixar os impostos e conter os gastos. Vamos valorizar os recursos públicos, trabalhar de forma ortodoxa, além de valorizar as carreiras. Vamos atribuir a gestão pública à seriedade."

Segundo o coordenador tucano, o atual governo gasta 70, 80% do orçamento em três meses. "Às vésperas das eleições, os recursos são liberados porque são necessários para o arranjo eleitoral. Temos que levar o Brasil a sério. Vamos fazer reforma política e não mensalão."

Educação

Para Guerra, a Educação é um campo de grande deficiência. "Alckmin vai investir na área, vai fazer o que não está sendo feito." O coordenador tucano defendeu ainda a reestruturação do ensino médio. "A campanha de Cristovam [Buarque (PDT), candidato derrotado no primeiro turno] nos ajudou muito a pensar na questão da Educação. Antes de avançar precisamos melhorar, para que o avanço seja adequado."

Garcia, por sua vez, afirmou que, no passado, a idéia de focalizar num tipo de Educação foi abandonada. "Com isso, interrompemos um ciclo da Educação." O coordenador petista expôs propostas do presidente ao citar programas como o Prouni e o projeto da Universidade Aberta.

Os dois coordenadores defenderam cotas para alunos com pouco renda e negros. "Qualquer política que remeta à igualdade terá nosso apoio", disse Guerra.

Reforma trabalhista

Questionados sobre uma eventual reforma trabalhista, Garcia e Guerra defenderam que sejam retirados os impostos das folhas de pagamento. "É uma iniciativa interessante, permitiria avanços importantes", disse o coordenador petista. "É imprescindível desonerar as folhas de pagamento", reiterou o tucano.

Os dois coordenadores ainda se mostraram a favor do aumento da tributação para classes abastadas e, assim, diminuir para as classes de baixa renda.

Reeleição

Sobre o tema reeleição, Guerra afirmou ser contra e Garcia disse não ter uma opinião sobre o assunto, mas que o presidente Lula também é contra.

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