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24/10/2006 - 20h37

Alckmin insinua que Lula "cultiva a pobreza" no poder

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PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, insinuou hoje em Belo Horizonte (MG) que seu adversário Luiz Inácio Lula da Silva e o PT usam a pobreza como um pilar para fazer política. Mesmo sem citar diretamente Lula, Alckmin disse: "Pobreza precisa ser não cultivada, pobreza precisa ser diminuída e virar riqueza".

No Palácio das Mangabeiras, residência oficial de Aécio Neves (PSDB), Alckmin, diante de 83 deputados federais e estaduais e cerca de 40 prefeitos e lideranças municipais, voltou a atacar a "apologia da mentira". E ouviu o governador de Minas chamar Lula de "arrogante".

Falando da sua visão sobre a política, Alckmin usou a questão ética, o exercício do poder e o desenvolvimento econômico para criticar os rivais. Um ponto que ele destacou foi a pobreza, um recorrente tema usado nesta campanha pelo seu adversário.

"Pobreza precisa ser não cultivada, pobreza precisa ser diminuída e virar riqueza. Nós precisamos trabalhar para o Brasil crescer. [Isso] nos preocupa", disse Alckmin.

Ele afirmou que "não é possível fazer política sem princípios e valores". E criticou o governador eleito Jaques Wagner (PT-BA), por ter dito que quem está no banco dos réus não é obrigado a contar a verdade, em referência aos petistas que tentaram comprar o dossiê contra tucanos.

"Está fazendo apologia da mentira. Os petistas podem mentir! Não, o brasileiro não gosta de mentiroso. Nada se sustenta em cima da mentira. Mentira é desvio", afirmou Alckmin.

Ele também criticou a "atrasada visão de poder como uma luta patrimonialista". "Vamos tomar o poder, tomar o poder para nós, para os nossos! Não, o poder é um instrumento para a gente trabalhar e para melhorar a vida da população".

Alckmin agradeceu ao seu "irmão de fé" Aécio pelo apoio. Aécio disse crer na vitória de Alckmin: "Tenho muita fé que um clique de despertar haverá de fazer com que esse país acorde e construa o seu próprio destino, deixando para trás este tempo de tantas mazelas e humilhação por que vem passando o país".

O governador de Minas ainda criticou a "mentira", a "complacência com os desvios dos recursos públicos" e a "ironia". Em entrevista, criticou a atitude de Lula no debate de ontem da TV Record.

"Acho que o Geraldo foi muito bem, mas o que me chamou mais atenção foi o excesso de arrogância do presidente da República. Não se comportou como um candidato em disputa. Faltou em determinado momento até respeito, não ao candidato Alckmin, mas à sociedade brasileira. Me pareceu que estava ali achando que as eleições já haviam terminado. Arrogância e salto alto não fazem bem a candidatura nenhuma."

Questionado sobre o porquê de não ter explorado no debate os telefonemas de Gilberto Carvalho, secretário particular do presidente Lula, para Jorge Lorenzetti (apontado como o responsável pela compra do dossiê), Alckmin disse: "Eu introduzi a questão do dossiê. Não vou ficar listando porque a lista é tão grande que o tema lá é curto. Para mim, a questão ética não é acessória, é substantiva".

Aécio negou já estar negociando a governabilidade em um eventual segundo governo Lula, conforme disse o ministro Guido Mantega (Fazenda). Disse ser uma "inverdade", coisa de "véspera de campanha".

Questionado sobre isso, Alckmin disse: "Inverídica. O Aécio acabou de responder".

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