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26/10/2006 - 18h29

CNBB critica Lula e Alckmin por "esvaziamento" das discussões políticas

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O vice-presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Antonio Celso de Queiroz, fez duras críticas nesta quinta-feira ao esvaziamento das discussões políticas pelos dois candidatos à Presidência da República que disputam o segundo turno das eleições.

Segundo o bispo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) não apresentaram programas de governo nem objetivos claros ao país.

O bispo também criticou o discurso em favor da ética adotado por Lula e Alckmin. Segundo dom Celso, ter a bandeira política contra a corrupção deveria ser uma "obrigação" de todos os candidatos. "Lula e Alckmin ficavam discutindo quem tem mais ou menos ética. Eles só esqueceram que ter ética não é mais do que obrigação de qualquer político."

Ao referir-se ao candidato tucano, o bispo questionou o que chama de mudança nos argumentos do PSDB. "Por que na época em que eram governo não denunciaram a corrupção? Por que só agora?"

Dom Celso se mostrou frustrado, em especial, com os resultados dos debates entre os dois candidatos. "Não vi nenhum, não gastei meu tempo. É aquilo mesmo, um dizer que sabe e outro que não", disse.

O bispo criticou o governo Lula ao afirmar que os petistas mantiveram a política econômica já iniciada na gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso. O bispo também disse que Lula, ao contrário do que prometeu antes de ganhar as eleições em 2002, não conseguiu implantar a reforma agrária no país e se distanciou dos movimentos sociais. "O governo Lula não fez a reforma agrária, que é uma dívida imensa que o Brasil tem. Todos prometem, mas nenhum faz."

Reforma Política

Na opinião do bispo, tanto Alckmin quanto Lula terão dificuldades para aprovar a reforma política nos próximos quatros anos. "Os dois blocos só poderão fazer alguma coisa com uma aliança com deputados que nunca apresentaram nada e são de partidos nanicos. Se o PSDB ganhar, vai ser difícil porque já estiveram no governo e não fizeram nada. E o PT teve a maioria [no Congresso] e não fez nada", criticou.

Já o presidente da CNBB, dom Geraldo Majella, disse que o PT "perdeu bastante" nos quatro anos do governo Lula --embora a maioria da população brasileira ainda acredita na figura do presidente.

"Perante o povo, a pessoa do presidente é uma, e a do PT é outra. O povo ainda tem consciência de ter alguém que subiu ao poder, porque o Lula representa o povo", afirmou.

Sobre o dossiegate, dom Geraldo disse esperar que o dinheiro --R$ 1,7 milhão-- que seria usado por petistas na compra do material contra tucanos seja devolvido aos cofres públicos.

"Que o dinheiro seja devolvido. Não basta condenar a perda de mandato e ficar por isso mesmo", encerrou.

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