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27/10/2006 - 21h15

Polícia Federal pede a prisão de testemunha do caso dossiegate

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da Agência Folha, em Cuiabá

O que seria uma frente promissora da Polícia Federal para confirmar a origem do dinheiro usado por petistas na negociação do dossiê contra tucanos não durou um dia. O superintendente da PF em Mato Grosso, Daniel Lorenz, disse hoje que o depoimento prestado por Luiz Armando Silvestre Ramos, afirmando ter ajudado a entregar R$ 250 mil para o petista Hamilton Lacerda, é falso.

Hoje mesmo, a PF abriu inquérito para apurar as razões que o levaram a fazer tais afirmações e já decidiu pedir sua prisão preventiva. "Podemos concluir que realmente é uma farsa", disse Lorenz.

Ramos será indiciado por falso testemunho, apresentação de documentos falsos, falsidade ideológica e possivelmente por denunciação caluniosa.

Como a Justiça Eleitoral não permite que haja prisões cinco dias antes da eleição ou 48 horas depois, a não ser em caso de flagrante, Ramos só deve ser detido na quarta-feira.

A PF acredita que Ramos pode ter fugido, pois até o início desta noite os policiais não conseguiram localizá-lo.

Identidade falsa

Ramos havia se apresentado à PF ontem como um padeiro chamado Aguinaldo Henrique Delino. No depoimento, na cidade de Varginha (MG), ele atribuiu sua identidade verdadeira (Luiz Armando Silvestre Ramos) a um promotor de eventos fictício, para quem o personagem padeiro (Delino) teria trabalhado há um ano.

Na história que contou aos policiais, o promotor de eventos teria pedido ao padeiro para usar sua conta bancária para receber uma transferência eletrônica de R$ 80 mil no último dia 10 de setembro.

O dinheiro, que teria vindo de uma empresa do interior de São Paulo, teria sido sacado um dia depois no Bradesco. Ramos teria retirado mais R$ 170 mil da conta de sua empresa, a Produções SR Silvestre Ramos Rodeio Show, que está desativada há um ano.

A denúncia feita por Ramos chegou à PF por meio de Rosely Souza Pantaleão, identificada pelos policiais como fundadora e integrante do PSDB em Pouso Alegre (MG).

De acordo com Lorenz, ela procurou a PF para entregar um vídeo no qual Ramos, no papel do personagem Delino, contou ter ido de Pouso Alegre a São Paulo para entregar o dinheiro a Lacerda, perto do hotel Ibis, onde os emissários do PT Gedimar Passos e Valdebran Padilha foram presos com R$ 1,75 milhão no dia 15 de setembro.

Jornalistas

De acordo com Lorenz, ao encaminhar a denúncia, Rosely teria se apresentado à PF como jornalista. O superintendente não soube dizer se ela também pode ser responsabilizada por participação na fraude.

A Folha apurou, no entanto, que ela pode ser indiciada por denunciação caluniosa. "Fomos induzidos a erro", disse Lorenz.

Para o superintendente, o depoimento do falso padeiro fazia sentido no começo. Os policiais começaram a desconfiar da versão de Ramos quando ele deu uma série de desculpas para não fornecer à PF os extratos de sua conta que comprovariam os saques.

Hoje pela manhã, o gerente da agência do Bradesco na qual Ramos disse ter conta informou que não havia registros de operações que merecessem ser comunicadas ao Coaf (Centro de Controle de Atividades Financeiras). Saques acima de R$ 100 mil e transações consideradas suspeitas têm de ser informadas pelos bancos ao Coaf.

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