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31/10/2006
-
08h00
HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Cuiabá
Após o advogado Rodrigo Marra, que defende o deputado Ricardo Berzoini (SP), presidente licenciado do PT, reunir-se por mais de uma hora com o delegado Diógenes Curado e o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, Daniel Lorenz, a Diretoria-Geral da PF divulgou nota em Brasília negando a quebra do sigilo telefônico do petista na investigação sobre o dossiê contra tucanos.
A quebra do sigilo de Berzoini chegou a ser divulgada na imprensa no fim de semana, mas o juiz federal Jeferson Schneider, que atua na investigação, negou ter tomado a medida a pedido da PF.
Schneider afirmou que somente o STF (Supremo Tribunal Federal) pode quebrar os sigilos de um deputado, que tem foro privilegiado. Ele também criticou vazamentos de informações.
Disse que, quando assinava a ordem de busca e apreensão na casa de câmbio Vicatur, do Rio de Janeiro, de onde saiu parte dos dólares usados na compra do dossiê, já havia notícia na imprensa sobre que a PF faria operação.
"A Polícia Federal não pediu à Justiça Federal, tampouco obteve a quebra do sigilo telefônico do deputado Ricardo Berzoini", diz a nota divulgada à tarde.
O teor do comunicado da PF já havia sido adiantado pelo advogado de Berzoini ao sair da reunião com o superintendente pela manhã.
"Eu me sinto no dever de comentar que não há nem houve qualquer quebra de sigilo de telefônico. A PF lançará hoje uma nota por Brasília confirmando o que acabei de declarar", afirmou Marra.
Berzoini deixou a coordenação da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidência do PT após a apreensão de R$ 1,168 milhão e US$ 248,8 mil que seriam usados na compra do dossiê.
O dinheiro estava com um emissário do PT. A PF diz que Jorge Lorenzetti, então funcionário de campanha do presidente e subordinado a Berzoini, comandou a negociação do dossiê.
Por meio de sua assessoria, o delegado Diógenes Curado, responsável pela investigação, informou que "não há elementos" para pedir a quebra de sigilo de Berzoini. Ainda segundo o delegado, Berzoini depôs no dia 17 passado como testemunha, e não acusado no inquérito.
"Mesmo sem ter obtido autorização da Justiça sobre dados telefônicos do deputado Ricardo Berzoini, a PF trabalha cruzando os quatro números telefônicos fornecidos pelo próprio deputado durante o depoimento prestado", informou a PF na nota.
No início das investigações, a PF quebrou o sigilos dos envolvidos com a negociação do dossiê, incluindo Lorenzetti. Ao menos um telefone de Berzoini apareceu com o destino de ligações feitas pelos envolvidos.
A PF não descarta ter pedido à Justiça Federal, sem saber que se tratava de Berzoini, a identificação do dono do telefone para o qual foram feitas as chamadas.
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Polícia Federal nega quebra de sigilo telefônico de Berzoini
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da Agência Folha, em Cuiabá
Após o advogado Rodrigo Marra, que defende o deputado Ricardo Berzoini (SP), presidente licenciado do PT, reunir-se por mais de uma hora com o delegado Diógenes Curado e o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, Daniel Lorenz, a Diretoria-Geral da PF divulgou nota em Brasília negando a quebra do sigilo telefônico do petista na investigação sobre o dossiê contra tucanos.
A quebra do sigilo de Berzoini chegou a ser divulgada na imprensa no fim de semana, mas o juiz federal Jeferson Schneider, que atua na investigação, negou ter tomado a medida a pedido da PF.
Schneider afirmou que somente o STF (Supremo Tribunal Federal) pode quebrar os sigilos de um deputado, que tem foro privilegiado. Ele também criticou vazamentos de informações.
Disse que, quando assinava a ordem de busca e apreensão na casa de câmbio Vicatur, do Rio de Janeiro, de onde saiu parte dos dólares usados na compra do dossiê, já havia notícia na imprensa sobre que a PF faria operação.
"A Polícia Federal não pediu à Justiça Federal, tampouco obteve a quebra do sigilo telefônico do deputado Ricardo Berzoini", diz a nota divulgada à tarde.
O teor do comunicado da PF já havia sido adiantado pelo advogado de Berzoini ao sair da reunião com o superintendente pela manhã.
"Eu me sinto no dever de comentar que não há nem houve qualquer quebra de sigilo de telefônico. A PF lançará hoje uma nota por Brasília confirmando o que acabei de declarar", afirmou Marra.
Berzoini deixou a coordenação da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidência do PT após a apreensão de R$ 1,168 milhão e US$ 248,8 mil que seriam usados na compra do dossiê.
O dinheiro estava com um emissário do PT. A PF diz que Jorge Lorenzetti, então funcionário de campanha do presidente e subordinado a Berzoini, comandou a negociação do dossiê.
Por meio de sua assessoria, o delegado Diógenes Curado, responsável pela investigação, informou que "não há elementos" para pedir a quebra de sigilo de Berzoini. Ainda segundo o delegado, Berzoini depôs no dia 17 passado como testemunha, e não acusado no inquérito.
"Mesmo sem ter obtido autorização da Justiça sobre dados telefônicos do deputado Ricardo Berzoini, a PF trabalha cruzando os quatro números telefônicos fornecidos pelo próprio deputado durante o depoimento prestado", informou a PF na nota.
No início das investigações, a PF quebrou o sigilos dos envolvidos com a negociação do dossiê, incluindo Lorenzetti. Ao menos um telefone de Berzoini apareceu com o destino de ligações feitas pelos envolvidos.
A PF não descarta ter pedido à Justiça Federal, sem saber que se tratava de Berzoini, a identificação do dono do telefone para o qual foram feitas as chamadas.
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