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31/10/2006 - 09h35

Lula ganha mais votos nos ninhos tucanos

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CATIA SEABRA
PAULO COBOS
da Folha de S.Paulo

Geraldo Alckmin não foi capaz de aumentar sua votação no segundo turno em 23 das 27 unidades da federação. E, para piorar, seus aliados pouco fizeram para impedir o crescimento de Luiz Inácio Lula da Silva.

O petista foi ainda mais forte em seis dos sete Estados que elegeram governadores do PSDB ou do PFL, partidos que formavam a chapa de Alckmin.

Enquanto no placar total o número de votos de Lula cresceu, em relação ao primeiro turno, pouco menos de 25%, nos Estados com tucanos e pefelistas eleitos (Alagoas, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraíba, Roraima, Rio Grande do Sul e São Paulo) esse número ficou em 32%, o que representou quase seis milhões de votos a mais para o petista, que com 58,3 milhões teve a maior votação absoluta da história eleitoral brasileira.

Só na Paraíba do tucano eleito Cássio Cunha Lima a variação na votação de Lula (15%) ficou abaixo da média nacional.

As duas maiores estrelas tucanas, hoje, são governadores eleitos que viram seus Estados transferirem votos para a reeleição de Lula em escala maior do que no país como um todo.

Mesmo colando sua imagem em José Serra, Alckmin viu sua votação cair 3,7% em São Paulo. Pior: Lula teve 29,8% mais votos no maior colégio eleitoral da nação.

Aécio Neves também foi outro que cansou de fazer campanha com o presidenciável tucano, mas isso pouco importou para o eleitor de Minas Gerais. Lá, a votação de Alckmin emagreceu 16,7%, o sexto maior tombo dele. Enquanto isso, Lula cresceu 28,3% em Minas.

"É inútil buscar culpados agora. Talvez a campanha não teha sido eficiente no segundo turno. O PSDB fez um belo papel e o Geraldo saiu como forte líder da oposição. Saiu mais forte que entrou", disse Aécio.

O PFL reclamou muito da forma como o aliado PSDB conduziu a campanha de Alckmin, mas no único lugar em que elegeu um governador, o Distrito Federal (José Roberto Arruda), viu o recorde de crescimento de Lula. O petista aumentou sua votação na capital aumentar 53,7% no segundo turno.

Estados em que aliados do PSDB fizeram o governador também assistiram a decadência de Alckmin e o crescimento de Lula. O senador eleito Marconi Perillo conseguiu eleger Alcides Rodrigues (PP) em Goiás. Mas seu prestígio não foi capaz de que a votação do tucano no segundo turno da eleição presidencial caísse 13,9% e a de Lula crescesse 36,4%.

No ninho tucano, a derrocada de Alckmin, em especial nos Estados dominados pelo partido, é motivo de debate.

"Não posso forçar ninguém a votar nele (Alckmin). Se eu tivesse radicalizado contra o eleitor do Lula, perderia a eleição. Não posso brigar com o eleitor", diz Cássio Cunha Lima, eleito na Paraíba.

Segundo ele, o PSDB foi avisado das dificuldades de destinação de votos a Alckmin na Paraíba. Ele fechou um acordo com a cúpula do partido segundo o qual garantiria 25% dos votos a Alckmin. "Se o Aécio, com seus mais de 70% não conseguiu transferir, por que eu? Essa carapuça não me cabe", diz Lima.

Milagreiro

Nárcio Rodrigues, coordenador da bancada tucana de Minas, a queda de Alckmin foi um "fenômeno nacional".

O deputado federal disse esperar que não "se coloque a culpa nos que se empenharam pela eleição de Alckmin, como é o caso de Aécio Neves".

"O governador é um grande líder político. Não um milagreiro", afirma Rodrigues.

O pernambucano Sérgio Guerra, coordenador-geral da campanha, também atribui a queda a um movimento nacional. Segundo Marcos Monteiro, tesoureiro do PSDB e um dos integrantes do comando da campanha em São Paulo, também refuta os dados de uma queda maior de Alckmin em Estados dominados em termos locais pelo partido. "A redução foi em todo o país. Não dá para ninguém reclamar. Nem os paulistas", diz.



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