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31/10/2006 - 20h32

Luiz Antonio Vedoin deixa prisão após decisão do TRF

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Cuiabá

O TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, em Brasília, mandou soltar hoje o empresário Luiz Antonio Vedoin, 31, chefe da máfia dos sanguessugas, preso no dia 15 de setembro passado após negociar com emissários do PT um dossiê contra tucanos.

Às 19h07, uma oficial de Justiça entregou o alvará de soltura na delegacia da Polinter em Cuiabá (MT). Minutos depois, Vedoin apareceu na sala de administração do presídio e recebeu o documento. Por volta das 19h30 ele saiu do presídio, entrou em um Corola preto trazido por sua mulher e saiu dirigindo o carro sem dar entrevistas.

Ao ser questionado se confirmava a participação do empresário Abel Pereira no esquema dos sanguessugas, Vedoin respondeu: "Lógico, né?".

Abel é ligado ao ex-ministro da Saúde no fim do governo FHC em 2002 e atual prefeito de Piracicaba (SP) Barjas Negri (PSDB).

Vedoin disse à Justiça que Abel recebeu propina para liberar verbas no ministério durante a gestão de Barjas. O total liberado seria de R$ 3 milhões a R$ 3,5 milhões.

A 3ª Turma Criminal do TRF julgou hoje pedido de habeas corpus de Vedoin e entendeu que a prisão dele excedeu o prazo legal, pois o empresário estava preso há 46 dias sem oferecimento de denúncia (acusação formal à Justiça) e sem conclusão das investigações.

A Polícia Federal tinha prazo de 30 dias para concluir o inquérito aberto para apurar a negociação do dossiê e a origem de R$ 1,75 milhão que seria usado na compra do material contra os tucanos José Serra, governador eleito de São Paulo, e Geraldo Alckmin, candidato derrotado a presidente.

O juiz federal Jeferson Schneider deu novo prazo de ao menos 30 dias para a PF concluir as investigações.

Vedoin tinha sido preso, a pedido da PF, por "ocultação e venda de provas" e por "chantagear pessoas envolvidas em crimes". Escutas telefônicas, feitas com autorização judicial, mostram que Vedoin negociou o dossiê.

A defesa do empresário chefe dos sanguessugas alega que os documentos do dossiê já tinham sido entregues à Justiça e, portanto, não haveria ocultação de provas nem chantagem.

Desde o escândalo do dossiê, Vedoin era o único que permanecia preso. O empresário petista Valdebran Padilha e o advogado Gedimar Passos, emissário do PT, foram soltos cinco dias depois de serem presos com R$ 1,168 milhão e US$ 248,8 mil no hotel Ibis em São Paulo.

O dinheiro seria usado para comprar o dossiê. Vedoin afirma que foi procurado por Gedimar e Valdebran, interessados em um dossiê contra tucanos. Oswaldo Bargas e Expedito Veloso, então funcionários da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, também estiveram em Cuiabá negociando com Vedoin.

A PF concluiu que Jorge Lorenzetti, funcionário mais graduado da campanha de Lula, coordenou a compra do dossiê.

No dia anterior à apreensão do dinheiro no hotel em São Paulo, a PF apreendeu com o tio de Vedoin, Paulo Trevisan, um CD, fita de vídeo e fotos que mostram Serra e Alckmin na entrega de ambulâncias dos sanguessugas.

Expedito afirmou, porém, que o dossiê era formado por cheques e comprovantes de depósitos apontariam pagamento de propina ao empresário Abel Pereira.

A PF diz que a liberdade de Vedoin não atrapalha em nada as investigações

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