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01/11/2006 - 12h55

Dirigente petista afirma que legenda quer manter ou ampliar espaço no governo

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EPAMINONDAS NETO
da Folha Online

O integrante da Executiva Nacional do PT, Valter Pomar, negou hoje que exista desentendimentos entre o partido e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre os rumos da política econômica no segundo mandato. Ele admitiu que o partido deseja manter, ou pelo menos, ampliar, seu tamanho no quadro de ministros na comparação com o primeiro mandato, "como qualquer partido normal", afirma.

"A linha da campanha [projeto de governo] não foi uma linha que desagradou o PT, e a linha do segundo mandato será a linha de campanha. Não há conflito nosso com o governo", afirmou ele, que é secretário de Relações Internacionais do partido. "Quem está fazendo especulações sobre isso é quem foi derrotado nas eleições", acrescentou.

"O presidente disse, de forma muito clara, que o segundo mandato vai priorizar o desenvolvimento econômico e a ampliação das políticas sociais. Vai ter redução de taxa de juros e aumento dos investimentos. Como ser contra isso?", questiona.

Pomar adiantou que, ainda neste ano, a direção nacional do partido vai ter uma reunião formal com o presidente Lula, mas sem data marcada. Ele negou que, no encontro, o partido vá apresentar nomes para o presidente para a composição ministerial. "Nós não estamos no clima de disputar indicações ou oferecer nomes. Tanto que isso nem foi discutido ontem na reunião da Executiva", afirmou.

O tamanho do PT vem sendo objeto de discussão dentro e fora do governo nos últimos meses, principalmente após a crise política de 2005. Para analistas políticos, o presidente procurou se blindar contra a crise colocando o PT na "berlinda" e dissociando sua imagem da legenda.

No final de outubro, a ex-prefeita Marta Suplicy, sinalizou que, em 2007, o governo poderia ter "menos petistas". "Muitas mudanças e uma atitude de chamada e agrupamento. Chamar a todos e fazer um governo representativo, provavelmente com menos petistas, mais partidos coligados", disse a ex-prefeita, quando questionada sobre mudanças em um eventual segundo mandato.

Marco Aurélio

Pomar negou que tenha pedido a saída do atual presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia. "O Marco Aurélio deve permanecer na presidência interina. Agora, eu acho que ele deveria fazer isso com dedicação integral", disse o dirigente petista. "Há dois motivos. Primeiro, para garantir a autonomia do PT frente ao governo. Segundo, o cargo de trabalho exigido pelo presidente do PT é muito grande".

O dirigente petista afirmou que Berzoini deve retornar à Presidência da legenda, tão logo julgue acabar os motivos de sua licença (a investigação sobre seu suposto envolvimento com o dossiegate). "Pelo estatuto do PT, ele só pode perder a Presidência por três motivos: morte, renúncia ou expulsão", afirma.

"A avaliação do Berzoini, externada para nós na reunião de ontem, é que ele deve continuar licenciado", acrescentou. Pomar preferiu não responder quando questionado se havia um "mal-estar" no PT quanto ao retorno do deputado federal ao cargo, que tem mandato até 2008.

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