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02/11/2006
-
09h44
FREDERICO VASCONCELOS
da Folha de S.Paulo
O presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), jornalista Maurício Azêdo, disse que houve "abuso de poder", "coação e coerção" da Polícia Federal contra repórteres da "Veja" durante depoimento, como testemunhas, sobre reportagem que revelou supostas ilegalidades cometidas por policiais federais. "Esse episódio é muito grave", afirmou Azêdo
O presidente da ABI ainda criticou o presidente do PT, Marco Aurélio Garcia, também assessor do presidente Lula para assuntos internacionais, "que tem manifestado opiniões contrárias ao exercício da liberdade de imprensa e estimulado, inclusive, manifestações de hostilidade, algumas de caráter físico, contra jornalistas".
A ABI vai encaminhar expediente formal ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, "pedindo a apuração da denúncia e a contenção da Polícia Federal e desse delegado [Moysés Eduardo Ferreira] nos limites de sua atuações funcionais, sem esses transbordamentos que ameacem o exercício da atividade jornalística".
A ANJ (Associação Nacional de Jornais) emitiu duas notas à imprensa em que protesta contra tentativas de cerceamento da atuação de jornalistas em São Paulo e no Paraná.
Na primeira, a entidade "protesta com veemência contra a intimidação sofrida por repórteres da revista "Veja" durante depoimento prestado à Polícia Federal para investigação interna sobre o caso da tentativa de uso de um dossiê contra o PSDB antes das eleições".
Assinada pelo vice-presidente Júlio César Mesquita, a nota afirma que os jornalistas foram tratados pelo delegado como suspeitos e não como testemunhas, "sofreram constrangimentos e ameaças, numa evidente tentativa de intimidar o livre exercício do jornalismo". A segunda nota critica o governador do Paraná, Roberto Requião.
Posição da Fenaj
Sobre a agressão de militantes do PT a jornalistas, segunda-feira, em Brasília, o presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Sérgio Murillo de Andrade, disse que a entidade "não pode jamais concordar com qualquer tipo de ameaça ou, pior ainda, violência física contra jornalistas".
Andrade atribuiu o episódio à "tensão pós-eleitoral" e disse que a Fenaj fará "uma avaliação sobre o papel que nós desempenhamos nesse processo eleitoral: há aspectos positivos que devem ser ressaltados, mas há erros que foram cometidos".
Leia a seguir a íntegra da nota divulgada pela ANJ sobre o caso "Veja".
A Associação Nacional de Jornais protesta com veemência contra a intimidação sofrida por repórteres da revista "Veja" durante depoimento prestado à Polícia Federal para investigação interna sobre o caso da tentativa de uso de um dossiê contra o PSDB antes das eleições.
Estranhamente, os repórteres Júlia Dualibi, Camila Pereira e Marcelo Carneiro foram tratados pelo delegado Moysés Eduardo Ferreira como suspeitos e não como testemunhas. Sofreram constrangimentos e ameaças, numa evidente tentativa de intimidar o livre exercício do jornalismo.
É lamentável que uma instituição como a Polícia Federal se preste ao papel de hostilizar jornalistas e um veículo de comunicação em função do trabalho jornalístico por eles praticado. A liberdade de imprensa é um valor maior da democracia.
A Polícia Federal é uma instituição do Estado, a quem cabe servir a toda a sociedade. A ANJ espera que fatos como esse não se repitam e que a Polícia Federal cumpra suas atribuições nos estritos limites da lei, sem o pretender atemorizar profissionais ou empresa jornalística no exercício do legítimo direito e dever de informar os cidadãos.
Júlio César Mesquita
Vice-Presidente da Associação Nacional de Jornais
Ricardo Pedreira
Associação Nacional de Jornais
Especial
Leia o que já foi publicado sobre ameaças à liberdade de imprensa
Entidades criticam abuso de poder da PF
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da Folha de S.Paulo
O presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), jornalista Maurício Azêdo, disse que houve "abuso de poder", "coação e coerção" da Polícia Federal contra repórteres da "Veja" durante depoimento, como testemunhas, sobre reportagem que revelou supostas ilegalidades cometidas por policiais federais. "Esse episódio é muito grave", afirmou Azêdo
O presidente da ABI ainda criticou o presidente do PT, Marco Aurélio Garcia, também assessor do presidente Lula para assuntos internacionais, "que tem manifestado opiniões contrárias ao exercício da liberdade de imprensa e estimulado, inclusive, manifestações de hostilidade, algumas de caráter físico, contra jornalistas".
A ABI vai encaminhar expediente formal ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, "pedindo a apuração da denúncia e a contenção da Polícia Federal e desse delegado [Moysés Eduardo Ferreira] nos limites de sua atuações funcionais, sem esses transbordamentos que ameacem o exercício da atividade jornalística".
A ANJ (Associação Nacional de Jornais) emitiu duas notas à imprensa em que protesta contra tentativas de cerceamento da atuação de jornalistas em São Paulo e no Paraná.
Na primeira, a entidade "protesta com veemência contra a intimidação sofrida por repórteres da revista "Veja" durante depoimento prestado à Polícia Federal para investigação interna sobre o caso da tentativa de uso de um dossiê contra o PSDB antes das eleições".
Assinada pelo vice-presidente Júlio César Mesquita, a nota afirma que os jornalistas foram tratados pelo delegado como suspeitos e não como testemunhas, "sofreram constrangimentos e ameaças, numa evidente tentativa de intimidar o livre exercício do jornalismo". A segunda nota critica o governador do Paraná, Roberto Requião.
Posição da Fenaj
Sobre a agressão de militantes do PT a jornalistas, segunda-feira, em Brasília, o presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Sérgio Murillo de Andrade, disse que a entidade "não pode jamais concordar com qualquer tipo de ameaça ou, pior ainda, violência física contra jornalistas".
Andrade atribuiu o episódio à "tensão pós-eleitoral" e disse que a Fenaj fará "uma avaliação sobre o papel que nós desempenhamos nesse processo eleitoral: há aspectos positivos que devem ser ressaltados, mas há erros que foram cometidos".
Leia a seguir a íntegra da nota divulgada pela ANJ sobre o caso "Veja".
A Associação Nacional de Jornais protesta com veemência contra a intimidação sofrida por repórteres da revista "Veja" durante depoimento prestado à Polícia Federal para investigação interna sobre o caso da tentativa de uso de um dossiê contra o PSDB antes das eleições.
Estranhamente, os repórteres Júlia Dualibi, Camila Pereira e Marcelo Carneiro foram tratados pelo delegado Moysés Eduardo Ferreira como suspeitos e não como testemunhas. Sofreram constrangimentos e ameaças, numa evidente tentativa de intimidar o livre exercício do jornalismo.
É lamentável que uma instituição como a Polícia Federal se preste ao papel de hostilizar jornalistas e um veículo de comunicação em função do trabalho jornalístico por eles praticado. A liberdade de imprensa é um valor maior da democracia.
A Polícia Federal é uma instituição do Estado, a quem cabe servir a toda a sociedade. A ANJ espera que fatos como esse não se repitam e que a Polícia Federal cumpra suas atribuições nos estritos limites da lei, sem o pretender atemorizar profissionais ou empresa jornalística no exercício do legítimo direito e dever de informar os cidadãos.
Júlio César Mesquita
Vice-Presidente da Associação Nacional de Jornais
Ricardo Pedreira
Associação Nacional de Jornais
Especial
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