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02/11/2006
-
17h48
da Folha Online
O cardeal brasileiro dom Claudio Hummes rezou a missa desta quinta-feira, dia de Finados, no cemitério Getsêmani, em São Paulo. Foi, de acordo com a Arquidiocese de São Paulo, a última celebração que ele presidiu antes de mudar para o Vaticano, onde passará a ocupar o cargo de prefeito da Congregação para o Clero [cargo que controla as finanças, entre outros setores]. Hoje, dom Cláudio é arcebispo de São Paulo.
Dom Cláudio era considerado um dos principais candidatos à sucessão no conclave que elegeu Bento 16, em abril de 2005, como sucessor de João Paulo 2º. Seu novo cargo exige administração da formação intelectual permanente do clero e da formação religiosa dos fiéis, sugestão de causas de beatificação e canonização, concessão de dispensas do sacerdócio e a administração de bens eclesiásticos.
No novo cargo, ele chefiará a Congregação para o Clero, que supervisiona questões relativas aos 400 mil padres católicos em todo o mundo, assim como aspectos da educação religiosa --marca a importância do Brasil, o maior país católico do mundo, para o Vaticano. Entre as funções que Hummes assumirá, está a questão dos escândalos de abusos sexuais envolvendo sacerdotes, que abalou a Igreja Católica em vários países do mundo.
A promoção de Hummes, 72, aumenta as chances de que o brasileiro se torne candidato a papa caso haja um novo conclave antes de ele completar 80 anos --idade máxima para que um cardeal participe do conclave.
Ironicamente, Hummes --que é amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva-- apoiou a Teologia da Libertação na América Latina no início da década de 80, quando papa Bento 16 escreveu um documento polêmico condenando o envolvimento de padres em questões políticas. Filho de imigrantes alemães, Hummes ajudou grupos de esquerda durante a luta contra a ditadura, nas décadas de 70 e 80, e hoje defende o Movimento Sem Terra (MST).
Hummes ganhou fama no Brasil na década de 70, quando foi bispo de Santo André, na grande São Paulo. Nessa época, ele permitiu que sindicatos utilizassem igrejas para suas reuniões, o que era ilegal durante a ditadura.
Ele sucede o cardeal colombiano Dario Castrillon Hoyos como prefeito da Congregação para o Clero. Segundo o Vaticano, Castrillion Hoyos continuará a chefiar o departamento Ecclesia Dei, que tenta resolver um cisma com católicos ultratradicionalistas ocorrido em 1988.
Especial
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Dom Cláudio Hummes reza missa antes de assumir cargo na Itália
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O cardeal brasileiro dom Claudio Hummes rezou a missa desta quinta-feira, dia de Finados, no cemitério Getsêmani, em São Paulo. Foi, de acordo com a Arquidiocese de São Paulo, a última celebração que ele presidiu antes de mudar para o Vaticano, onde passará a ocupar o cargo de prefeito da Congregação para o Clero [cargo que controla as finanças, entre outros setores]. Hoje, dom Cláudio é arcebispo de São Paulo.
Caio Guatelli/Folha Imagem |
Dom Cláudio Hummes celebra sua última missa no Brasil antes de seguir para o Vaticano |
Dom Cláudio era considerado um dos principais candidatos à sucessão no conclave que elegeu Bento 16, em abril de 2005, como sucessor de João Paulo 2º. Seu novo cargo exige administração da formação intelectual permanente do clero e da formação religiosa dos fiéis, sugestão de causas de beatificação e canonização, concessão de dispensas do sacerdócio e a administração de bens eclesiásticos.
No novo cargo, ele chefiará a Congregação para o Clero, que supervisiona questões relativas aos 400 mil padres católicos em todo o mundo, assim como aspectos da educação religiosa --marca a importância do Brasil, o maior país católico do mundo, para o Vaticano. Entre as funções que Hummes assumirá, está a questão dos escândalos de abusos sexuais envolvendo sacerdotes, que abalou a Igreja Católica em vários países do mundo.
21.abr.2005/Reuters |
Dom Cláudio Hummes, 72, arcebispo de SP, é promovido por Bento 16 |
A promoção de Hummes, 72, aumenta as chances de que o brasileiro se torne candidato a papa caso haja um novo conclave antes de ele completar 80 anos --idade máxima para que um cardeal participe do conclave.
Ironicamente, Hummes --que é amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva-- apoiou a Teologia da Libertação na América Latina no início da década de 80, quando papa Bento 16 escreveu um documento polêmico condenando o envolvimento de padres em questões políticas. Filho de imigrantes alemães, Hummes ajudou grupos de esquerda durante a luta contra a ditadura, nas décadas de 70 e 80, e hoje defende o Movimento Sem Terra (MST).
Hummes ganhou fama no Brasil na década de 70, quando foi bispo de Santo André, na grande São Paulo. Nessa época, ele permitiu que sindicatos utilizassem igrejas para suas reuniões, o que era ilegal durante a ditadura.
Ele sucede o cardeal colombiano Dario Castrillon Hoyos como prefeito da Congregação para o Clero. Segundo o Vaticano, Castrillion Hoyos continuará a chefiar o departamento Ecclesia Dei, que tenta resolver um cisma com católicos ultratradicionalistas ocorrido em 1988.
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