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07/11/2006
-
11h44
KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza
É a geografia, e não as posições partidárias e ideológicas, que define a opinião dos novos governadores eleitos e reeleitos no Nordeste sobre a transposição do rio São Francisco.
Em sete Estados da região onde há algum interesse no rio, quatro novos governadores são favoráveis (Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte) e dois são contra (Sergipe e Alagoas). Eleito na Bahia, que seria um dos Estados "doadores" de água no projeto, o petista Jaques Wagner mantém um discurso ambíguo, favorável à "revitalização" do rio, mas sem se opor fortemente ao projeto.
No Estado onde o rio nasce, Minas Gerais, o governador reeleito Aécio Neves (PSDB) declara ser contrário à obra.
A condição geográfica é tão preponderante no debate sobre a transposição que coloca do mesmo lado PT e PSDB, e seus aliados, contra e a favor do projeto, dependendo do Estado de origem.
Um dos maiores exemplos acontece em Sergipe e Alagoas, onde foram eleitos, respectivamente, Marcelo Déda (PT) e Teotônio Vilela (PSDB). Ambos são contrários à obra.
Déda chegou a dizer, em campanha, que seu posicionamento era independente da posição do presidente Lula, pois, sobretudo, é um "sergipano".
O rio São Francisco nasce em Minas Gerais e cruza o Nordeste pelos Estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco e Alagoas. Pelo projeto de transposição, canais a serem construídos levariam um pouco da água para o interior de Pernambuco, para o Ceará, para a Paraíba e para o Rio Grande do Norte.
Além de água para abastecimento e irrigação, o rio São Francisco garante, por meio de hidrelétricas, o fornecimento de energia elétrica para toda a região.
Entre os favoráveis à obra está o irmão do ex-ministro da Integração Nacional e "pai" do atual projeto de transposição, Ciro Gomes. Cid Gomes (PSB) foi eleito governador do Ceará e pretende levar, aos governadores contrários, o pleito dos Estados a serem beneficiados, para tentar fazê-los mudar de idéia.
Assim como Cid, a governadora reeleita no Rio Grande do Norte, Wilma de Faria (PSB), usou na campanha o argumento de que apenas com a reeleição de Lula seria possível conseguir a execução da obra.
Outro governador reeleito na região, o tucano Cássio Cunha Lima, da Paraíba, confirma a influência da geografia nas opiniões sobre a transposição. Ele é favorável à obra e diz que a defende há 20 anos, desde que se elegeu deputado federal pela primeira vez.
Em Pernambuco, Estado "doador" e, ao mesmo tempo, a ser beneficiado pela obra, o governador eleito Eduardo Campos (PSB) é mais um dos favoráveis ao projeto, desde que era ministro da Ciência e Tecnologia do governo Lula. Para ele, o projeto será uma forma de garantir a sustentabilidade hídrica da região.
Colaborou LUIZ FRANCISCO, da Agência Folha, em Salvador
Especial
Leia o que já foi publicado sobre transposição do rio São Francisco
Transposição do rio São Francisco divide governadores eleitos
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da Agência Folha, em Fortaleza
É a geografia, e não as posições partidárias e ideológicas, que define a opinião dos novos governadores eleitos e reeleitos no Nordeste sobre a transposição do rio São Francisco.
Em sete Estados da região onde há algum interesse no rio, quatro novos governadores são favoráveis (Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte) e dois são contra (Sergipe e Alagoas). Eleito na Bahia, que seria um dos Estados "doadores" de água no projeto, o petista Jaques Wagner mantém um discurso ambíguo, favorável à "revitalização" do rio, mas sem se opor fortemente ao projeto.
No Estado onde o rio nasce, Minas Gerais, o governador reeleito Aécio Neves (PSDB) declara ser contrário à obra.
A condição geográfica é tão preponderante no debate sobre a transposição que coloca do mesmo lado PT e PSDB, e seus aliados, contra e a favor do projeto, dependendo do Estado de origem.
Um dos maiores exemplos acontece em Sergipe e Alagoas, onde foram eleitos, respectivamente, Marcelo Déda (PT) e Teotônio Vilela (PSDB). Ambos são contrários à obra.
Déda chegou a dizer, em campanha, que seu posicionamento era independente da posição do presidente Lula, pois, sobretudo, é um "sergipano".
O rio São Francisco nasce em Minas Gerais e cruza o Nordeste pelos Estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco e Alagoas. Pelo projeto de transposição, canais a serem construídos levariam um pouco da água para o interior de Pernambuco, para o Ceará, para a Paraíba e para o Rio Grande do Norte.
Além de água para abastecimento e irrigação, o rio São Francisco garante, por meio de hidrelétricas, o fornecimento de energia elétrica para toda a região.
Entre os favoráveis à obra está o irmão do ex-ministro da Integração Nacional e "pai" do atual projeto de transposição, Ciro Gomes. Cid Gomes (PSB) foi eleito governador do Ceará e pretende levar, aos governadores contrários, o pleito dos Estados a serem beneficiados, para tentar fazê-los mudar de idéia.
Assim como Cid, a governadora reeleita no Rio Grande do Norte, Wilma de Faria (PSB), usou na campanha o argumento de que apenas com a reeleição de Lula seria possível conseguir a execução da obra.
Outro governador reeleito na região, o tucano Cássio Cunha Lima, da Paraíba, confirma a influência da geografia nas opiniões sobre a transposição. Ele é favorável à obra e diz que a defende há 20 anos, desde que se elegeu deputado federal pela primeira vez.
Em Pernambuco, Estado "doador" e, ao mesmo tempo, a ser beneficiado pela obra, o governador eleito Eduardo Campos (PSB) é mais um dos favoráveis ao projeto, desde que era ministro da Ciência e Tecnologia do governo Lula. Para ele, o projeto será uma forma de garantir a sustentabilidade hídrica da região.
Colaborou LUIZ FRANCISCO, da Agência Folha, em Salvador
Especial
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