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08/11/2006 - 07h38

MLST invade sede do Incra em Maceió

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SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha

Militantes do MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) invadiram ontem a sede da Superintendência do Incra em Maceió (AL) para pressionar o órgão a agilizar a reforma agrária, liberar recursos para assistência técnica e dar crédito às famílias assentadas.

O movimento é o mesmo que, em junho passado, protagonizou cenas de violência durante invasão ao Congresso Nacional. No episódio, 500 militantes do MLST foram presos e 116 foram indiciados.

Na ação de ontem, segundo informações do Centro de Gerenciamento de Crise da Polícia Militar de Alagoas, não houve violência.

A sede do Incra em Maceió foi alvo de uma outra invasão em julho passado, numa ação conjunta de MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), MTL (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade), MLST e Comissão Pastoral da Terra.

Ontem, os sem-terra chegaram à capital pela manhã em caminhões e ônibus e montaram barracas na praça em frente à superintendência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), além de invadirem o interior do prédio. Com a invasão, não houve expediente ontem no local.

O coordenador do MLST em Alagoas, Marco Antônio da Silva, o Marrom, disse que a ação irá reunir 1.500 sem-terra, que devem continuar chegando a Maceió hoje. Ontem, segundo a PM, havia cerca de 150 sem-terra na ação.

"Queremos pressionar o Incra a fazer a reforma agrária no Estado e no Brasil. Em Alagoas, a meta de assentamentos para 2006 é de 3.000 famílias e só foram assentadas até agora 560 famílias", disse Marrom.

Segundo ele, nos últimos dois anos, o MLST só teve 70 famílias assentadas entre as 4.200 acampadas em Alagoas.

Para o coordenador do MLST-AL, não houve trégua por parte do movimento durante o período eleitoral.

"Para nós, entre Luiz Inácio Lula da Silva [PT] e Geraldo Alckmin [PSDB], ficamos com Lula, apesar de acharmos que a reforma agrária não avançou o suficiente no primeiro mandato", disse Marrom. "Mas não houve trégua. Fizemos a ação no Congresso a três meses da eleição."

O superintendente do Incra em Alagoas, Gilberto Coutinho, disse que o MLST foi prejudicado no Estado porque sua principal reivindicação são terras da antiga usina Agrisa, na zona da mata, cujo processo de desapropriação está atrasado em Brasília.

A meta de assentamentos para 2006 é de 2.600 famílias e, segundo o Incra, 800 famílias foram assentadas.

Para o superintendente, a meta do Estado ainda não foi cumprida também por conta do atraso na imissão de posse da área pertencente a Agrisa. "Na Agrisa, serão assentadas, no mínimo, 1.500 famílias, o que fará alcançar a meta", disse.

Hoje, representantes do MLST têm um reunião com a superintendência do Incra para discutir as reivindicações do movimento.

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