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10/11/2006
-
08h50
FÁBIO ZANINI
da Folha de S.Paulo
Reunido na Câmara para debater estratégias para os próximos quatro anos, o PT prometeu ontem disputar espaço político no segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, deixando claro que pretende, no mínimo, manter a atual participação no ministério.
Um exemplo da preocupação do partido é que o presidente afastado do PT Ricardo Berzoini informou que se encontrou com Lula, ontem, para uma "conversa sobre o futuro".
O partido está ameaçado de ter de ceder áreas importantes para aliados como PMDB, PP, PR (ex-PL) e PSB a partir de 2007, além de abrir lugar para nomes do empresariado.
Foi também uma reunião em que lideranças pediram o fim de um certo "complexo de inferioridade" do partido, que há quase dois anos pula de crise em crise ininterruptamente. Nesse período, o PT foi visto como empecilho para Lula.
"O PT não aceita mais a tese de que faz mal ao Brasil. O PT faz bem ao país e ao governo", disse o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP).
O encontro de ontem reuniu cerca de 70 petistas, entre deputados federais da atual legislatura, parlamentares eleitos e membros da direção nacional. O discurso deles reconhecia que Lula tem direito a formar uma base política ampla, mas desembocava num apelo para que o PT não ficasse esquecido.
Berzoini fez uma defesa da participação do PMDB na equipe de Lula, dizendo que o objetivo é "compor um governo com base ampla". Em seguida, pediu que seu partido não seja "subestimado". "O PT foi o partido que teve mais votos para a Câmara dos Deputados. Então sai da urna muito fortalecido."
O que mais preocupa a legenda é a perda de postos-chave na administração. A ameaça paira sobre ministérios como Fazenda, Planejamento, Relações Institucionais e Secretaria Geral. Apenas a Casa Civil está assegurada sob o comando de uma petista, Dilma Rousseff.
O PT deve manter a Educação e o Desenvolvimento Social. Deve pegar mais uma vez a pasta das Cidades, mas está virtualmente alijado da estratégica área de infra-estrutura (Transportes, Energia, Comunicações), que tende a seguir para o PMDB.
Após a reunião, o substituto de Berzoini na presidência, Marco Aurélio Garcia, afirmou que o PT terá "a participação que merece". "Esse é um governo de coalizão, que se dá em torno de um programa. Devem participar do governo todas as forças que o apóiam."
De acordo com o líder do partido na Câmara, Henrique Fontana (RS), o PT deseja ter um "protagonismo estratégico" no governo. "Nós não estamos fazendo conta de números, um a mais, um a menos. Confiamos plenamente no presidente."
Mas foi o deputado federal Marco Maia (RS) quem melhor resumiu o sentimento. "O partido cresceu na Câmara e nos Estados, então espero que nós cresçamos no ministério."
Já para o governador do Acre, Jorge Viana (PT), a sigla tem hoje o melhor cargo: o do presidente. "Quem tem esse cargo não deve brigar por outro. Não podemos querer criar crise de algo que não existe."
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o segundo mandato de Lula
Leia cobertura completa das eleições 2006
Na disputa por espaço, PT quer manter ministérios
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da Folha de S.Paulo
Reunido na Câmara para debater estratégias para os próximos quatro anos, o PT prometeu ontem disputar espaço político no segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, deixando claro que pretende, no mínimo, manter a atual participação no ministério.
Um exemplo da preocupação do partido é que o presidente afastado do PT Ricardo Berzoini informou que se encontrou com Lula, ontem, para uma "conversa sobre o futuro".
O partido está ameaçado de ter de ceder áreas importantes para aliados como PMDB, PP, PR (ex-PL) e PSB a partir de 2007, além de abrir lugar para nomes do empresariado.
Foi também uma reunião em que lideranças pediram o fim de um certo "complexo de inferioridade" do partido, que há quase dois anos pula de crise em crise ininterruptamente. Nesse período, o PT foi visto como empecilho para Lula.
"O PT não aceita mais a tese de que faz mal ao Brasil. O PT faz bem ao país e ao governo", disse o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP).
O encontro de ontem reuniu cerca de 70 petistas, entre deputados federais da atual legislatura, parlamentares eleitos e membros da direção nacional. O discurso deles reconhecia que Lula tem direito a formar uma base política ampla, mas desembocava num apelo para que o PT não ficasse esquecido.
Berzoini fez uma defesa da participação do PMDB na equipe de Lula, dizendo que o objetivo é "compor um governo com base ampla". Em seguida, pediu que seu partido não seja "subestimado". "O PT foi o partido que teve mais votos para a Câmara dos Deputados. Então sai da urna muito fortalecido."
O que mais preocupa a legenda é a perda de postos-chave na administração. A ameaça paira sobre ministérios como Fazenda, Planejamento, Relações Institucionais e Secretaria Geral. Apenas a Casa Civil está assegurada sob o comando de uma petista, Dilma Rousseff.
O PT deve manter a Educação e o Desenvolvimento Social. Deve pegar mais uma vez a pasta das Cidades, mas está virtualmente alijado da estratégica área de infra-estrutura (Transportes, Energia, Comunicações), que tende a seguir para o PMDB.
Após a reunião, o substituto de Berzoini na presidência, Marco Aurélio Garcia, afirmou que o PT terá "a participação que merece". "Esse é um governo de coalizão, que se dá em torno de um programa. Devem participar do governo todas as forças que o apóiam."
De acordo com o líder do partido na Câmara, Henrique Fontana (RS), o PT deseja ter um "protagonismo estratégico" no governo. "Nós não estamos fazendo conta de números, um a mais, um a menos. Confiamos plenamente no presidente."
Mas foi o deputado federal Marco Maia (RS) quem melhor resumiu o sentimento. "O partido cresceu na Câmara e nos Estados, então espero que nós cresçamos no ministério."
Já para o governador do Acre, Jorge Viana (PT), a sigla tem hoje o melhor cargo: o do presidente. "Quem tem esse cargo não deve brigar por outro. Não podemos querer criar crise de algo que não existe."
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