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10/11/2006
-
12h20
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) subiu na manhã desta sexta-feira à tribuna do Senado Federal para defender mudanças na política econômica do governo federal. Ex-líder do governo no Senado, Mercadante disse ser contrário à manutenção da atual agenda econômica do país no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Foi uma política de transição [com o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso], que cumpriu o seu papel", disse.
No primeiro discurso em plenário depois que disputou as eleições ao governo de São Paulo --quando teve o ex-assessor Hamilton Lacerda acusado de envolvimento na compra do dossiê antitucano--, Mercadante criticou o chamado "velho desenvolvimentismo" econômico, corrente defendida por alguns petistas, como o atual presidente do partido, Marco Aurélio Garcia.
"O velho desenvolvimentismo é imaginar que só baixando os juros vamos gastar mais, impulsionando o desenvolvimento econômico. O caminho do velho desenvolvimentismo pode levar ao crescimento, mas podemos ter na verdade uma bolha de crescimento. Não acredito que esse seja o caminho mais promissor", criticou.
Palocci e Meirelles
Apesar de defender mudanças na política econômica, Mercadante elogiou a condução da economia do país no primeiro mandato de Lula --e defendeu o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
"O trabalho do ex-ministro Palocci e do Meirelles foi fundamental para o país. Nós não estaríamos podendo debater crescimento econômico hoje se não tivesse feito ajuste fiscal severo, reforma previdenciária e tributária. Só que, daqui para frente, nós não temos que continuar aumentado superávit primário, temos que fazer ajuste fiscal para aumentar o investimento público", defendeu.
O senador evitou, no entanto, opinar sobre a permanência de Meirelles e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, no segundo governo de Lula. "Quem escolhe ministro é o presidente. Se eles forem escolhidos, terão o meu apoio", disse.
Novo desenvolvimento
Mercadante defendeu como alternativa para a política econômica do país o que chamou de "novo desenvolvimentismo" --uma série de ações conjuntas capazes de retomar o crescimento do país. "O que proponho não é um caminho fácil. É uma agenda pesada de discussões, de esforço para reduzir os gastos correntes", disse.
O senador disse que apresentou as propostas esta semana ao presidente Lula e se mostrou otimista sobre o debate dentro do governo, apesar da resistência de alguns membros do Executivo. "Vamos fazer o debate. Eu não proponho mudança completa, mas o debate", encerrou.
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Mercadante defende mudanças na política econômica no 2º mandato de Lula
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da Folha Online, em Brasília
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) subiu na manhã desta sexta-feira à tribuna do Senado Federal para defender mudanças na política econômica do governo federal. Ex-líder do governo no Senado, Mercadante disse ser contrário à manutenção da atual agenda econômica do país no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Foi uma política de transição [com o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso], que cumpriu o seu papel", disse.
No primeiro discurso em plenário depois que disputou as eleições ao governo de São Paulo --quando teve o ex-assessor Hamilton Lacerda acusado de envolvimento na compra do dossiê antitucano--, Mercadante criticou o chamado "velho desenvolvimentismo" econômico, corrente defendida por alguns petistas, como o atual presidente do partido, Marco Aurélio Garcia.
"O velho desenvolvimentismo é imaginar que só baixando os juros vamos gastar mais, impulsionando o desenvolvimento econômico. O caminho do velho desenvolvimentismo pode levar ao crescimento, mas podemos ter na verdade uma bolha de crescimento. Não acredito que esse seja o caminho mais promissor", criticou.
Palocci e Meirelles
Apesar de defender mudanças na política econômica, Mercadante elogiou a condução da economia do país no primeiro mandato de Lula --e defendeu o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
"O trabalho do ex-ministro Palocci e do Meirelles foi fundamental para o país. Nós não estaríamos podendo debater crescimento econômico hoje se não tivesse feito ajuste fiscal severo, reforma previdenciária e tributária. Só que, daqui para frente, nós não temos que continuar aumentado superávit primário, temos que fazer ajuste fiscal para aumentar o investimento público", defendeu.
O senador evitou, no entanto, opinar sobre a permanência de Meirelles e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, no segundo governo de Lula. "Quem escolhe ministro é o presidente. Se eles forem escolhidos, terão o meu apoio", disse.
Novo desenvolvimento
Mercadante defendeu como alternativa para a política econômica do país o que chamou de "novo desenvolvimentismo" --uma série de ações conjuntas capazes de retomar o crescimento do país. "O que proponho não é um caminho fácil. É uma agenda pesada de discussões, de esforço para reduzir os gastos correntes", disse.
O senador disse que apresentou as propostas esta semana ao presidente Lula e se mostrou otimista sobre o debate dentro do governo, apesar da resistência de alguns membros do Executivo. "Vamos fazer o debate. Eu não proponho mudança completa, mas o debate", encerrou.
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