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11/11/2006 - 09h40

Dinheiro do dossiê seria incinerado, crê PF

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ANDRÉA MICHAEL
LEONARDO SOUZA
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A mais nova linha de investigação da PF sobre o dossiê contra políticos tucanos é a hipótese de que pelo menos parte dos reais que seriam utilizados para comprar os papéis (R$ 1,1 milhão) fosse composta por notas destinadas à incineração.

A hipótese surgiu de um laudo pericial incluído há uma semana no inquérito. Ao analisar as notas de reais, os peritos identificaram resquícios de carimbos de instituições bancárias (Banco do Brasil, Bradesco e outros), além de rubricas e sinais manuscritos com caneta em algumas cédulas periciadas.

A PF investiga se as inscrições são um indicativo de que ao menos parte do dinheiro estaria em vias de ser retirado de circulação e enviado para incineração. Seria, no entendimento de policiais, uma operação típica de quem conhece o funcionamento do sistema bancário.

Entre os investigados há pelo menos dois personagens com esse perfil: Expedito Veloso, servidor de carreira do Banco do Brasil, e Jorge Lorenzetti, que até ingressar no comitê de reeleição do presidente Lula integrava a diretoria do Besc (Banco do Estado de Santa Catarina). Eles negam envolvimento na captação de dinheiro para a compra do dossiê.

Segundo os investigadores, as notas que seriam destinadas à incineração seriam praticamente impossíveis de serem rastreadas, pois estariam fora do sistema financeiro. É possível que os sinais estivessem na primeira das notas de alguns dos montes nos quais o dinheiro foi dividido para ser levado por emissários petistas.

Quando o dinheiro foi apreendido pela PF, no dia 15 de setembro, os montes foram desmontados para permitir a contagem. Se a tese se confirmar, é provável que, na hora da contagem, as cédulas marcadas tenham se misturado às demais, dificultando a identificação dos montes que eventualmente iriam para incineração daqueles com outras origens, como os das bancas de jogo do bicho na Baixada Fluminense.

Além dos reais, foram apreendidos US$ 248,8 mil. Segundo a PF, as operações ocorreram na casa de câmbio Vicatur, em Nova Iguaçu. Em dias próximos à negociação do dossiê, a Vicatur vendeu US$ 249,7 mil, usando nomes de laranjas para encobrir os compradores.

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