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13/11/2006 - 10h24

PT e PMDB disputam a Câmara

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MALU DELGADO
da Folha de S.Paulo

Enquanto formula o desenho do próximo governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também projeta suas ambições políticas sobre o controle do Congresso. Aos protagonistas da sucessão nas presidências da Câmara e do Senado já foi manifestado o desejo de Lula: que o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) permaneçam nos respectivos cargos por mais dois anos a partir de 2007.

O cenário da sucessão à Câmara, por ora, é de confronto entre os maiores partidos que deverão integrar a coalizão do presidente: o PMDB e o PT. Ambos reivindicarão a presidência da Casa.

Já no Senado, a reeleição de Renan Calheiros poderá ser conduzida sem grandes sobressaltos. "O Renan tem o apoio da base e é franco favorito", disse o ex-líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP). O peemedebista poderá enfrentar uma candidatura avalizada pela oposição, possivelmente de José Agripino Maia (PFL-RN) ou de Pedro Simon (PMDB-RS). Mas na contagem da base governista a oposição teria no máximo 37 votos.

O PMDB tem a maior bancada nas duas Casas (18 senadores e 89 deputados). Pela tradição, teria o "direito" de indicar os dois presidentes. Tradição, essa, quebrada inclusive no primeiro governo Lula, quando o PT embolou o jogo e lançou dois candidatos na Câmara (Luiz Eduardo Greenhalgh e Virgílio Guimarães). Em plena crise da base, Severino Cavalcanti (PP-PE) foi eleito para dar o troco a Lula.

"Nada impede que o PMDB tenha a presidência das duas Casas. O PMDB não venderá barato essa renúncia à presidência da Câmara", prevê o vice-presidente da Casa, José Thomaz Nonô (PFL-AL), que há mais de duas décadas acompanha tais disputas.

Os deputados peemedebistas reiteram o direito da legenda de apresentar um candidato. Os "cotados" --Geddel Vieira Lima (BA), Eunício Oliveira (CE) e até Michel Temer (SP)-- negam que já se movimentem nos bastidores. "A tradição da Casa é de que as maiores bancadas têm direito à presidência da Câmara. Aí eu não tenho dúvida. Acho que o PMDB não deve abrir mão", disse Temer, presidente do partido.

Ele não descarta "diálogos e acordos", desde que o pressuposto da negociação leve em conta a força do PMDB. "Eu não postulo e não tenho nenhuma pretensão", disse Temer.

O PT também resolveu atravessar o caminho de Aldo Rebelo. O partido considera que, pelo volume de votos recebidos, é a legenda com maior legitimidade para presidir a Câmara. Nos bastidores, circulam os nomes do líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), de Walter Pinheiro (PT-BA) e de José Eduardo Cardozo (PT-SP). Entre eles, o que teria maior viabilidade política, de acordo com os pares, é Chinaglia.

Como líder do governo, o nome de Chinaglia tem boa receptividade na oposição. O petista evita qualquer antecipação: "É cedo para qualquer previsão. As maiores bancadas, naturalmente, têm preferência".

Cercado pelo PT e pelo PMDB, Aldo Rebelo aguarda os desdobramentos da disputa. "Disputar a reeleição significaria apresentar uma candidatura que eu não tomarei a iniciativa de apresentar. Na Câmara há outros nomes capazes de unificar a instituição. A minha candidatura não está posta. Creio que não é o momento de propor uma discussão desta natureza", disse Rebelo. Reservadamente, ele tem dito que só disputará a reeleição se a "correlação de forças políticas" permitir.

"É preciso examinar a sucessão com muita maturidade. O natural é que a base construa um entendimento", disse o vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS).

Vice-presidente

A disputa na Câmara e no Senado é relevante não apenas pelo controle que seus presidentes têm sobre a pauta de votações e a base aliada --aspecto que interessa ao Executivo--, mas principalmente pela situação adversa que Lula enfrentará a partir de 2007 devido ao estado de saúde do vice-presidente José Alencar.

De licença médica, Alencar submete-se a tratamento de um câncer, nos Estados Unidos. O presidente da Câmara é o terceiro homem na linha sucessória. Lula precisa de alguém de sua extrema confiança para ocupar a Presidência diante da necessidade de Alencar se ausentar para tratamentos.

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