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13/11/2006 - 11h28

Na Venezuela, Lula deve atuar como cabo eleitoral

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PEDRO DIAS LEITE
enviado especial da Folha a Ciudad Guayana

Em sua primeira viagem internacional depois da reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ajuda hoje o amigo Hugo Chávez a fazer o que foi vedado ao petista durante toda a campanha eleitoral no Brasil. Eles vão inaugurar uma ponte sobre o rio Orinoco, em Ciudad Guayana, na Venezuela, a menos de um mês da eleição para presidente do país, marcada para o dia 3 de dezembro.

Lula chegaria ontem à noite a Ciudad Guayana e hoje de manhã inaugura a ponte, principal obra de Chávez na cidade, uma das mais modernas do país, com mais de 500 mil habitantes. Pela cidade, há cartazes de Chávez, candidato à reeleição, e de exaltação à obra, que custou US$ 1 bilhão e foi feita pela empreiteira brasileira Odebrecht.

O público esperado para o evento é de 12 mil pessoas. Lula vai desfilar com Chávez em carro aberto pelos 2,8 km da obra.

Na campanha à reeleição, o presidente brasileiro esteve impedido pela lei de inaugurar obras. Para driblar a legislação, chegou a "vistoriar" alguns locais, mas nunca houve nada tão ostensivo como o evento de hoje, que deve funcionar como ato da campanha eleitoral chavista.

Além da inauguração, Lula também presenciará a cerimônia de certificação das reservas de Carabobo 1. Tanto na ponte quanto nesse segundo evento, Lula deverá discursar, assim como Hugo Chávez. O brasileiro deve deixar o país ainda hoje, no final da tarde, por volta das 18h (20h no horário brasileiro).

A oposição venezuelana afirma que a presença de Lula na Venezuela, neste momento, é indevida, porque o brasileiro apareceria como uma espécie de cabo eleitoral de Chávez. As pesquisas mostram que o atual presidente deve ser reeleito com ampla margem de votos.

A primeira viagem de Lula depois de reeleito indica que não mudará a prioridade da política externa no segundo mandato. No primeiro, Lula priorizou a América Latina e países periféricos. Só na África foram 17 países visitados. Agora, cumpre seu primeiro compromisso internacional na Venezuela, principal adversário dos Estados Unidos na América Latina depois da ascensão de Chávez. Até o final do ano, Lula ainda tem viagens à Nigéria, à Bolívia e, talvez, ao México.

No início do ano que vem, deve ir aos EUA encontrar-se com George W. Bush.

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