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13/11/2006
-
18h11
da Folha Online
O ex-ministro Luiz Gushiken, 56, oficializou nesta segunda-feira sua saída da chefia do NAE (Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência). O cargo será ocupado interinamente por Oswaldo Oliva Neto, 53, irmão do senador Aloizio Mercadante (PT-SP).
Oliva Neto é o atual secretário-geral do NAE e coordenador dos trabalhos de planejamento estratégico do órgão desde agosto de 2003.
Gushiken comunicou sua decisão de deixar o governo federal na sexta-feira ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A carta de demissão, no entanto, só foi divulgada hoje. "Encerro a presente etapa com minha missão cumprida, razão pela qual formalizo meu pedido de exoneração, estando plenamente satisfeito com as mudanças que ajudei a implementar na Secom [Secretaria de Comunicação do Governo]", afirmou no documento.
Com o afastamento, o ex-ministro abre espaço para o presidente Lula fazer a reforma ministerial do segundo mandato. "Com a nova fase que se configura na vida política do país delineia-se uma ampla renovação de dirigentes na administração pública federal, movimento natural e positivo para o seu segundo mandato."
Na carta, Gushiken credita a Lula o resultado vitorioso do PT nas eleições. "A memorável vitória neste segundo turno é, em grande parte, fruto de suas virtudes e talentos pessoais."
O ex-ministro afirmou ainda que a gestão de Lula no Planalto deverá ficar marcada na história. "No futuro, a história haverá de fazer o adequado registro desses avanços, dos momentosos acontecimentos, da força de sua autoridade e das conquistas civilizatórias de seu governo."
Gushiken aproveitou ainda para falar sobre a crise e pedir uma reforma política. "Esta experiência impõe na agenda uma profunda reforma política e a contínua modernização institucional, como forma de possibilitar maior transparência das atividades públicas e menor suscetibilidade do aparelho estatal às vicissitudes éticas inerentes ao jogo da política. Estes são, segundo penso, os positivos efeitos de purificação daquele processo."
O ex-ministro também criticou a forma que ele e outros integrantes do PT foram tratados. "Na voragem das denúncias abalou-se um dos pilares do Estado de Direito, o da presunção de inocência, uma vez que a mera acusação foi transformada no equivalente à prova de culpa. Com base nesse preceito execrável buscou-se destruir reputações. O clima político-eleitoral envenenado pela maledicência turvou o ambiente, contaminou as percepções e estabeleceu juízos distorcidos."
Cartilhas
Gushiken foi um dos ministros mais poderosos do primeiro mandato do presidente Lula. Ele deixa o cargo desgastado pelo caso do suposto superfaturamento de cartilhas, apontado pelo TCU (Tribunal de Contas da União).
De acordo com a investigação do tribunal, as cartilhas --sobre as ações do governo Lula-- foram feitas com dinheiro público e distribuídas pelo PT. Há a suspeita ainda de superfaturamento e não-entrega de parte do material.
Figura histórica do PT e amigo pessoal de Lula, Gushiken integrou o chamado "núcleo duro" do governo, ao lado dos ex-ministros Antonio Palocci (Fazenda) e José Dirceu (Casa Civil). Até a reforma ministerial de julho de 2005, o petista comandou a Secom, mas perdeu o status de ministro após o escândalo do mensalão e denúncias de ingerência nos fundos de pensão estatais.
Formado em administração, presidiu o Sindicato dos Bancários de São Paulo e elegeu-se deputado federal por três legislaturas, de 1987 a 1999.
Em 1998, coordenou a campanha presidencial de Lula. Após a derrota, decidiu afastar-se da política, mas foi convencido por Lula a voltar.
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O ex-ministro Luiz Gushiken, 56, oficializou nesta segunda-feira sua saída da chefia do NAE (Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência). O cargo será ocupado interinamente por Oswaldo Oliva Neto, 53, irmão do senador Aloizio Mercadante (PT-SP).
Oliva Neto é o atual secretário-geral do NAE e coordenador dos trabalhos de planejamento estratégico do órgão desde agosto de 2003.
Gushiken comunicou sua decisão de deixar o governo federal na sexta-feira ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A carta de demissão, no entanto, só foi divulgada hoje. "Encerro a presente etapa com minha missão cumprida, razão pela qual formalizo meu pedido de exoneração, estando plenamente satisfeito com as mudanças que ajudei a implementar na Secom [Secretaria de Comunicação do Governo]", afirmou no documento.
Com o afastamento, o ex-ministro abre espaço para o presidente Lula fazer a reforma ministerial do segundo mandato. "Com a nova fase que se configura na vida política do país delineia-se uma ampla renovação de dirigentes na administração pública federal, movimento natural e positivo para o seu segundo mandato."
Na carta, Gushiken credita a Lula o resultado vitorioso do PT nas eleições. "A memorável vitória neste segundo turno é, em grande parte, fruto de suas virtudes e talentos pessoais."
O ex-ministro afirmou ainda que a gestão de Lula no Planalto deverá ficar marcada na história. "No futuro, a história haverá de fazer o adequado registro desses avanços, dos momentosos acontecimentos, da força de sua autoridade e das conquistas civilizatórias de seu governo."
Gushiken aproveitou ainda para falar sobre a crise e pedir uma reforma política. "Esta experiência impõe na agenda uma profunda reforma política e a contínua modernização institucional, como forma de possibilitar maior transparência das atividades públicas e menor suscetibilidade do aparelho estatal às vicissitudes éticas inerentes ao jogo da política. Estes são, segundo penso, os positivos efeitos de purificação daquele processo."
O ex-ministro também criticou a forma que ele e outros integrantes do PT foram tratados. "Na voragem das denúncias abalou-se um dos pilares do Estado de Direito, o da presunção de inocência, uma vez que a mera acusação foi transformada no equivalente à prova de culpa. Com base nesse preceito execrável buscou-se destruir reputações. O clima político-eleitoral envenenado pela maledicência turvou o ambiente, contaminou as percepções e estabeleceu juízos distorcidos."
Cartilhas
Gushiken foi um dos ministros mais poderosos do primeiro mandato do presidente Lula. Ele deixa o cargo desgastado pelo caso do suposto superfaturamento de cartilhas, apontado pelo TCU (Tribunal de Contas da União).
De acordo com a investigação do tribunal, as cartilhas --sobre as ações do governo Lula-- foram feitas com dinheiro público e distribuídas pelo PT. Há a suspeita ainda de superfaturamento e não-entrega de parte do material.
Figura histórica do PT e amigo pessoal de Lula, Gushiken integrou o chamado "núcleo duro" do governo, ao lado dos ex-ministros Antonio Palocci (Fazenda) e José Dirceu (Casa Civil). Até a reforma ministerial de julho de 2005, o petista comandou a Secom, mas perdeu o status de ministro após o escândalo do mensalão e denúncias de ingerência nos fundos de pensão estatais.
Formado em administração, presidiu o Sindicato dos Bancários de São Paulo e elegeu-se deputado federal por três legislaturas, de 1987 a 1999.
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