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13/11/2006 - 21h15

Via Campesina volta a invadir área da Syngenta no PR

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JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Londrina

A Via Campesina, que havia deixado a estação experimental da Syngenta Seeds na semana passada em Santa Tereza do Oeste (oeste do PR), voltou hoje a invadir a área. A invasão aconteceu no mesmo dia em que o governo do Paraná confirmou ter assinado decreto de desapropriação da fazenda.

Na semana passada, cumprindo determinação judicial, 65 famílias da Via Campesina haviam deixado a fazenda, invadida em 14 de março deste ano. Hoje, enquanto as famílias invadiam novamente a fazenda experimental, a Via Campesina, em comunicado oficial, informava que o governador Roberto Requião (PMDB) havia desapropriado a fazenda.

A fazenda, de 123 hectares, é utilizada para produção de sementes de milho e soja. Em uma área de 12 hectares, a Syngenta Seeds fazia experimentos com materiais transgênicos, o que motivou a invasão da fazenda pela Via Campesina em março. A fazenda está localizada ao lado do Parque Nacional do Iguaçu.

O anúncio da desapropriação pela Via Campesina, antes de manifestação do próprio governo do Paraná, provocou embaraços ao governo paranaense.

Hoje, o governo do Paraná, através da Casa Civil, confirmou que o decreto de desapropriação já está assinado por Requião, mas disse que o Estado só iria dar divulgação do ato após a sua publicação no "Diário Oficial", o que deverá acontecer nos próximos dias.

No decreto, o governo destina a estação experimental para ser uma unidade de pesquisas em agricultura agroecológica sustentável, atendendo antiga reivindicação da Via Campesina.

A desapropriação da fazenda acontece em um momento em que a multinacional suíça Syngenta Seeds analisava sua permanência no Estado do Paraná.

A Syngenta informou hoje que não tinha recebido nenhuma comunicação oficial do governo do Paraná sobre a desapropriação. Até o início da noite, a Syngenta não havia se pronunciado sobre a nova invasão.

A multinacional contabilizou prejuízos de US$ 50 milhões durante o período em que a fazenda experimental ficou em poder dos integrantes da Via Campesina, de março a outubro. Por manter sementes transgênicas sem o devido licenciamento, a empresa foi multada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) em R$ 1 milhão, em abril do ano passado.

A multa foi pelo fato de a empresa não ter observado a zona de amortecimento no entorno do Parque Nacional do Iguaçu, que proíbe que organismos geneticamente modificados sejam plantados em um raio de dez quilômetros do parque.

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