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27/11/2006
-
09h37
FÁBIO ZANINI
da Folha de S.Paulo, em Brasília
CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo
Em atitude de confronto aberto com a opinião já explicitada por Luiz Inácio Lula da Silva, o PT deve lançar candidato à presidência da Câmara dos Deputados até a metade do mês que vem, em ato em Brasília.
O favorito para ser indicado é o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP). Corre por fora o ex-líder da bancada Walter Pinheiro (BA), deputado mais votado do partido na eleição de outubro.
Lula deve tentar demover a bancada da idéia, em encontro nas próximas semanas. A audiência deve ser agendada hoje numa reunião da direção do PT com o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais).
Na semana passada, Lula comunicou à direção do PT que prefere a recondução de Aldo Rebelo (PC do B-SP) ao posto, em 1º de fevereiro. "Não tem por que mudar. O Aldo está com boa saúde, é leal, está dando certo", declarou o presidente na reunião. Ao saber da insistência dos petistas, Lula rebateu: "Temos muito em comum, mas temos essa divergência".
A bancada petista na Câmara está disposta a ignorar o apelo do presidente. Com 83 deputados eleitos e a maior votação para deputado federal, o partido se acha na condição de reivindicar o cargo, o terceiro na linha sucessória.
Desenha-se assim um cenário em que a base governista poderá ter três candidatos a presidente da Câmara: Aldo, um petista e um peemedebista (o baiano Geddel Vieira ou o cearense Eunício Oliveira). As três candidaturas devem iniciar em breve uma corrida atrás dos votos dos demais partidos aliados: PP, PR, PSB e PTB, além de deputados da oposição.
Derrota de 2005
A decisão da bancada petista vem sendo amadurecida há cerca de um mês. O partido faz um jogo de alto risco: além de bater de frente com Lula, pode ressuscitar um cenário que no passado recente foi desastroso. Em 2005, a inabilidade do PT para lidar com a questão abriu caminho para a vitória de Severino Cavalcanti (PP-PE), o chamado "rei do baixo clero". "A bancada está bastante decidida, mas o fantasma do Severino ainda paira sobre todos nós", disse Renato Simões, secretário de Movimentos Populares.
Na direção do partido e entre o círculo mais próximo a Lula, a rebelião da bancada é objeto de críticas. "Esse é um problema que tem que ser resolvido no marco de uma política de coalizão. Não é uma decisão que o PT pode tomar sozinho", disse o presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia. Para o ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência), "é necessário ao PT ter sensibilidade para ver se encontra apoio nos outros partidos da coalizão".
Entre os deputados petistas, a expectativa é que Lula não entre pesado no jogo para reeleger Aldo. Outra aposta dos petistas é a de que os problemas de 2005 não se repetirão: Chinaglia ou Pinheiro teriam mais trânsito na Câmara que Luiz Eduardo Greenhalgh (SP).
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo
Em atitude de confronto aberto com a opinião já explicitada por Luiz Inácio Lula da Silva, o PT deve lançar candidato à presidência da Câmara dos Deputados até a metade do mês que vem, em ato em Brasília.
O favorito para ser indicado é o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP). Corre por fora o ex-líder da bancada Walter Pinheiro (BA), deputado mais votado do partido na eleição de outubro.
Lula deve tentar demover a bancada da idéia, em encontro nas próximas semanas. A audiência deve ser agendada hoje numa reunião da direção do PT com o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais).
Na semana passada, Lula comunicou à direção do PT que prefere a recondução de Aldo Rebelo (PC do B-SP) ao posto, em 1º de fevereiro. "Não tem por que mudar. O Aldo está com boa saúde, é leal, está dando certo", declarou o presidente na reunião. Ao saber da insistência dos petistas, Lula rebateu: "Temos muito em comum, mas temos essa divergência".
A bancada petista na Câmara está disposta a ignorar o apelo do presidente. Com 83 deputados eleitos e a maior votação para deputado federal, o partido se acha na condição de reivindicar o cargo, o terceiro na linha sucessória.
Desenha-se assim um cenário em que a base governista poderá ter três candidatos a presidente da Câmara: Aldo, um petista e um peemedebista (o baiano Geddel Vieira ou o cearense Eunício Oliveira). As três candidaturas devem iniciar em breve uma corrida atrás dos votos dos demais partidos aliados: PP, PR, PSB e PTB, além de deputados da oposição.
Derrota de 2005
A decisão da bancada petista vem sendo amadurecida há cerca de um mês. O partido faz um jogo de alto risco: além de bater de frente com Lula, pode ressuscitar um cenário que no passado recente foi desastroso. Em 2005, a inabilidade do PT para lidar com a questão abriu caminho para a vitória de Severino Cavalcanti (PP-PE), o chamado "rei do baixo clero". "A bancada está bastante decidida, mas o fantasma do Severino ainda paira sobre todos nós", disse Renato Simões, secretário de Movimentos Populares.
Na direção do partido e entre o círculo mais próximo a Lula, a rebelião da bancada é objeto de críticas. "Esse é um problema que tem que ser resolvido no marco de uma política de coalizão. Não é uma decisão que o PT pode tomar sozinho", disse o presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia. Para o ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência), "é necessário ao PT ter sensibilidade para ver se encontra apoio nos outros partidos da coalizão".
Entre os deputados petistas, a expectativa é que Lula não entre pesado no jogo para reeleger Aldo. Outra aposta dos petistas é a de que os problemas de 2005 não se repetirão: Chinaglia ou Pinheiro teriam mais trânsito na Câmara que Luiz Eduardo Greenhalgh (SP).
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