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27/11/2006 - 10h26

Para promotor, ligar caso Daniel a política é "má-fé"

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LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo

Promotor de Justiça de Santo André, Roberto Wider Filho, 38, afirmou que associar o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), a um suposto crime político é ignorância ou má-fé.

"Desde o início, ainda em 2003, quando denunciamos Sérgio Gomes da Silva como o mandante do crime, dissemos que a motivação foi crime comum, que Daniel foi morto por um desarranjo de uma quadrilha da qual o próprio prefeito participava", disse o promotor.

Wider disse que nunca os promotores falaram em crime político. "Afirmar que essa é a tese do Ministério Público é ignorar dados técnicos da denúncia ou é má-fé."

Na denúncia (acusação formal à Justiça) oferecida no final de 2003, a Promotoria diz que "a morte da vítima [do prefeito] foi idealizada e encomendada por Sérgio Gomes da Silva para assegurar a execução de outros crimes" que ele e outros praticavam contra a administração de Santo André". Wider afirma que Daniel não foi morto por ser "prefeito ou do PT".

"Quando o prefeito descobriu que a maior parte dinheiro desviado ia para a quadrilha, e não para campanhas eleitorais, se opôs e foi morto. Isso não tem nada a ver com crime político. Poderia ser uma quadrilha de roubo de carros", diz Wider.

Polícia e promotoria

A principal diferença entre a conclusão do primeiro inquérito da Polícia Civil e a denúncia do Ministério Público é sobre intenção de matar Daniel.

No primeiro inquérito, a polícia afirmou que o crime não foi premeditado. Os bandidos tentaram seqüestrar um empresário e acabaram levando Daniel e matando o prefeito. Para o Ministério Público não só o crime foi premeditado como o mandante foi Gomes da Silva, ex-segurança de Daniel, estava no local do crime.

"A nossa conclusão, de que foi um crime de mando, foi aceita pela Justiça de primeiro grau e validada por quatro desembargadores do Tribunal de Justiça e por cinco ministros do Superior Tribunal de Justiça", afirmou.

O segundo inquérito da polícia foi aberto em agosto de 2005, a pedido da família e do próprio Ministério Público, que pediu ajuda para investigar novos mandantes do crime.

A delegada Elisabete Sato, que ficou encarregada da segunda etapa da investigação, afirmou que não encontrou provas suficientes para acusar outras pessoas.

Sato disse que o resultado não muda a situação de Gomes da Silva, que já responde judicialmente por crime de mando.

"Ele já é réu. Não teria sentido investigá-lo novamente."

O ex-segurança, que responde à acusação em liberdade, sempre negou ter participado do crime.

O advogado de Gomes da Silva, Roberto Podval, no entanto, defende a saída dos promotores por acreditar que estes, após quatro anos na mesma apuração, não têm mais a imparcialidade para continuar no caso.

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo Pinho, afirmou que confia nos promotores e que estes vão continuar a investigar a morte do prefeito.

Especial
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