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17/12/2006 - 10h03

Mercadante ignora crítica e constrange PT

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JOSÉ ALBERTO BOMBIG
da Folha de S.Paulo

Em evento do PT que tinha como propósito a análise da eleição deste ano em São Paulo, o senador Aloizio Mercadante, candidato derrotado no primeiro turno ao governo, causou constrangimentos aos presentes ontem ao não assumir os erros cometidos por seu ex-assessor Hamilton Lacerda no caso do dossiê contra tucanos.

O encontro petista também aprovou uma resolução"conclamando" o partido no Estado a fazer oposição ao governador eleito José Serra (PSDB).

Lacerda foi um dos homens de confiança de Mercadante na campanha, teve seu indiciamento pedido pela CPI dos Sanguessugas e é investigado pela Polícia Federal .

O episódio, às vésperas do primeiro turno, foi decisivo para diminuir a vantagem de Lula sobre Geraldo Alckmin (PSDB), o que acabou provocando o segundo turno.

No discurso que fez aos dirigentes do partido ontem, o senador preferiu ressaltar sua votação (6,8 milhões de votos) e elencar as dificuldades que enfrentou, como, segundo ele, a pouca capilaridade do PT no interior de São Paulo.

Em uma rápida referência ao dossiê, Mercadante disse que o caso foi decisivo para atrapalhar o partido em todas as esferas."Mas eu acho que há outras questões", concluiu.
"Foi um discurso bom, porém insuficiente porque ele não reconheceu alguns erros cometidos na campanha. Foi um pouco egocêntrico", disse o vereador de São Paulo, João Antonio, secretário-geral do diretório paulista e um dos organizadores do evento.

Dos dez textos apresentados no encontro, de diferentes tendências, pelo menos sete faziam pesadas críticas ao episódio do dossiê, ao comando da campanha de Mercadante e ao Diretório Estadual do PT.

A ex-prefeita Marta Suplicy foi mais enfática ao comentar o episódio. Segundo ela,"graves desvios éticos foram cometidos por alguns companheiros". Mas ressaltou a união do partido para a vitória de Lula."Nós conseguimos manter no meio dessa desgraceira toda a nossa unidade", disse.

Mercadante deixou a reunião do Diretório Estadual, realizada em um hotel de São Paulo, sem atender aos jornalistas.

Oposição e divisão

Mesmo sem ser muito enfático, o PT aprovou uma resolução colocando o partido na oposição a Serra. O texto faz crítica às gestões tucanas no Estado e à escolha de Guilherme Afif Domingos (PFL),"ícone do neoliberalismo paulista", para a Secretaria do Trabalho.

O encontro também demonstrou a divisão de forças no PT paulista, que deverá se refletir no congresso nacional do partido em 2007. Grupos até então afinados com o atual comando, como os do deputado federal João Paulo Cunha e do prefeito de Guarulhos, Elói Pietá, apresentaram textos com críticas à atual direção.

O presidente estadual do PT, Paulo Frateschi, disse que o partido "foi bem". "Nós erramos porque devíamos ter disputado desde o primeiro dia como se já fosse a um segundo turno", disse.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o senador Aloizio Mercadante
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