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26/12/2006
-
21h11
HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande
LEONARDO SOUZA
da Folha de S.Paulo
O delegado Diógenes Curado Filho, responsável pelo inquérito da Polícia Federal sobre o dossiê contra tucanos, afirmou hoje que "não tinha elementos" para indiciar os "aloprados" Jorge Lorenzetti, Osvaldo Bargas e Expedito Veloso, que trabalharam na campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Curado afirmou também que não comentará as críticas, feitas no fim de semana por Lula, sobre o indiciamento do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) sob acusação de crime eleitoral.
No relatório final da investigação, o delegado apontou que o dinheiro para compra do dossiê --R$ 1,75 milhão apreendido em 15 de setembro no hotel Ibis em São Paulo-- saiu de "contabilidade paralela" da campanha eleitoral de Mercadante ao governo de São Paulo.
"Eu não consigo compreender como é que os delegados encontraram uma forma de incluir o Aloizio Mercadante. Estou convencido de que é tão inocente quanto qualquer um de vocês", afirmou Lula no sábado passado. No início do escândalo, Lula chamou os envolvidos no caso de "aloprados".
"Não vou comentar [declaração de Lula sobre Mercadante] porque acho que não cabe fazer nenhum comentário em relação a isso", disse Curado.
Sem formação de quadrilha
Embora a CPI dos Sanguessugas tenha "vislumbrado" crime de formação de quadrilha cometido por Bargas, Expedito e Lorenzetti no episódio do dossiê, o delegado descartou o indiciamento.
"[Não houve] formação de quadrilha porque ali não estava configurada a permanente continuidade delituosa", afirmou o delegado.
O superintendente da PF em Cuiabá, Daniel Lorenz, já havia explicado, na sexta-feira passada, o que Curado quer dizer: "Mais de três pessoas se reúnem para assaltar um banco. Se depois nunca mais assaltarem outro, não existe quadrilha. É uma filigrana da lei."
"Agora por que razão não foram indiciados? Não vou ficar explicando, não. É porque realmente não tinha elementos ali", disse Curado.
Lorenzetti
No relatório final, o delegado afirma que Lorenzetti "centralizou os acordos" com a família Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas, que oferecia o dossiê contra políticos do PSDB.
Ainda conforme o delegado, a quantia de R$ 1 milhão, primeira parte do dinheiro do dossiê, foi entregue por Gedimar Passos (enviado ao hotel Ibis por Lorenzetti) a Valdebran Padilha (emissário dos Vedoin), após uma entrevista em Cuiabá à revista "IstoÉ" e depois da entrega de documentos à Justiça Federal em Mato Grosso.
Na entrevista e na Justiça, Luiz Antônio Vedoin acusou o empresário Abel Pereira de receber propina, no final de 2002, para liberar verbas no Ministério da Saúde na gestão do tucano Barjas Negri, atual prefeito de Piracicaba (SP). O ex-ministro foi inocentado pela CPI dos Sanguessugas.
A entrevista à revista, na qual Vedoin faz a acusação, foi acompanhada por Expedito e Bargas em Cuiabá. Os dois, assim como Lorenzetti, afirmam que não trataram de dinheiro.
Abel Pereira
Curado confirmou que pediu hoje mais prazo à Justiça Federal para concluir o inquérito de Abel Pereira.
O delegado ainda analisa dados da quebra de sigilo bancário do empresário e de empresas nas quais a família Vedoin afirma ter depositado dinheiro de propina.
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Delegado da PF nega ter elementos para indiciar "aloprados" de dossiegate
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da Agência Folha, em Campo Grande
LEONARDO SOUZA
da Folha de S.Paulo
O delegado Diógenes Curado Filho, responsável pelo inquérito da Polícia Federal sobre o dossiê contra tucanos, afirmou hoje que "não tinha elementos" para indiciar os "aloprados" Jorge Lorenzetti, Osvaldo Bargas e Expedito Veloso, que trabalharam na campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Curado afirmou também que não comentará as críticas, feitas no fim de semana por Lula, sobre o indiciamento do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) sob acusação de crime eleitoral.
No relatório final da investigação, o delegado apontou que o dinheiro para compra do dossiê --R$ 1,75 milhão apreendido em 15 de setembro no hotel Ibis em São Paulo-- saiu de "contabilidade paralela" da campanha eleitoral de Mercadante ao governo de São Paulo.
"Eu não consigo compreender como é que os delegados encontraram uma forma de incluir o Aloizio Mercadante. Estou convencido de que é tão inocente quanto qualquer um de vocês", afirmou Lula no sábado passado. No início do escândalo, Lula chamou os envolvidos no caso de "aloprados".
"Não vou comentar [declaração de Lula sobre Mercadante] porque acho que não cabe fazer nenhum comentário em relação a isso", disse Curado.
Sem formação de quadrilha
Embora a CPI dos Sanguessugas tenha "vislumbrado" crime de formação de quadrilha cometido por Bargas, Expedito e Lorenzetti no episódio do dossiê, o delegado descartou o indiciamento.
"[Não houve] formação de quadrilha porque ali não estava configurada a permanente continuidade delituosa", afirmou o delegado.
O superintendente da PF em Cuiabá, Daniel Lorenz, já havia explicado, na sexta-feira passada, o que Curado quer dizer: "Mais de três pessoas se reúnem para assaltar um banco. Se depois nunca mais assaltarem outro, não existe quadrilha. É uma filigrana da lei."
"Agora por que razão não foram indiciados? Não vou ficar explicando, não. É porque realmente não tinha elementos ali", disse Curado.
Lorenzetti
No relatório final, o delegado afirma que Lorenzetti "centralizou os acordos" com a família Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas, que oferecia o dossiê contra políticos do PSDB.
Ainda conforme o delegado, a quantia de R$ 1 milhão, primeira parte do dinheiro do dossiê, foi entregue por Gedimar Passos (enviado ao hotel Ibis por Lorenzetti) a Valdebran Padilha (emissário dos Vedoin), após uma entrevista em Cuiabá à revista "IstoÉ" e depois da entrega de documentos à Justiça Federal em Mato Grosso.
Na entrevista e na Justiça, Luiz Antônio Vedoin acusou o empresário Abel Pereira de receber propina, no final de 2002, para liberar verbas no Ministério da Saúde na gestão do tucano Barjas Negri, atual prefeito de Piracicaba (SP). O ex-ministro foi inocentado pela CPI dos Sanguessugas.
A entrevista à revista, na qual Vedoin faz a acusação, foi acompanhada por Expedito e Bargas em Cuiabá. Os dois, assim como Lorenzetti, afirmam que não trataram de dinheiro.
Abel Pereira
Curado confirmou que pediu hoje mais prazo à Justiça Federal para concluir o inquérito de Abel Pereira.
O delegado ainda analisa dados da quebra de sigilo bancário do empresário e de empresas nas quais a família Vedoin afirma ter depositado dinheiro de propina.
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