Publicidade
Publicidade
12/10/2000
-
04h16
da Folha de S.Paulo
O governador do Rio, Anthony Garotinho, informou que tem em caixa cerca de R$ 700 milhões, dinheiro suficiente, segundo ele, para concluir até o final do ano todos os projetos que anunciou para a primeira metade do seu mandato, muitos deles mal iniciados ou muito atrasados.
O superávit equivale a um mês de receita do Estado. Mas parte desses recursos, cerca de R$ 200 milhões, está destinada a pagar a segunda metade do 13º salário do funcionalismo.
Os projetos mais importantes são os da área de segurança, habitação e de assistência social. Os maiores problemas de atrasos nos cronogramas das metas estão nos programas de segurança pública (só foram entregues 7 das 40 novas delegacias legais prometidas) e de habitação popular (até agora foram entregues cerca de 3.000 das 20 mil casas previstas).
Cálculo feito pela Folha com dados fornecidos pelas várias secretarias mostra que o governo teria de investir no máximo cerca de R$ 220 milhões
para cumprir todas as metas anunciadas para 2000 ainda não alcançadas.
Os R$ 500 milhões disponíveis são, portanto, suficientes para bancar os investimentos que faltam. É possível, no entanto, que, mesmo com recursos, não haja tempo para recuperar alguns atrasos.
Área social
O governo estadual tem dois grandes programas de renda mínima que incentivam famílias carentes a manter os filhos na escola, o Bolsa-Escola e o Cheque Cidadão. No Cheque Cidadão, as famílias recebem mensalmente um cupom para compras no valor de R$ 100 em supermercados credenciados. O Bolsa-Escola paga um salário mínimo mensal.
Enquanto o Cheque Cidadão progride rapidamente sob a coordenação do pastor evangélico e ex-petista Everaldo Dias Pereira, o Bolsa-Escola, inspirado na experiência do PT em Brasília, está longe de atingir as metas definidas pelo próprio governo.
O Bolsa-Escola atende a mil famílias (2.373 alunos), mesmo número assistido no final de 99. O objetivo era atingir 6.000 famílias neste ano. Com a saída do PT do governo, em abril, a meta foi adiada e a prioridade passou a ser o Cheque Cidadão. No mesmo período em que o Bolsa-Escola estancou, o Cheque Cidadão pulou de 25 mil famílias atendidas para cerca de 34 mil e deve terminar o ano com 50 mil famílias.
Outro programa que caminha lentamente é o Banco do Povo, também herança do PT. A meta inicial previa a realização de 5.000 operações de crédito no primeiro ano de funcionamento. Com cinco meses, foram criadas apenas duas agências e feitas 124 operações. O banco faz empréstimos de R$ 100 a R$ 1.500, com taxa de juros de 4% ao mês.
Foram destinados R$ 800 mil para o início das operações. O programa prevê um aporte de R$ 5 milhões. Para o secretário do Trabalho, Jaime Cardoso, a demora para a entrada em operação ocorreu por causa das dificuldades de adaptação à legislação e às normas do Banco Central.
Para ele, a meta de 5.000 operações será atingida até março de 2001, quando o banco completará um ano de funcionamento. Até o final do ano, o governo planeja inaugurar mais sete agências, todas na região metropolitana. Foi firmado um acordo com a Caixa Econômica para a
instalação de postos do banco em 30 agências.
A Secretaria de Ação Social e Cidadania, comandada por Rosinha Matheus, mulher de Garotinho, pretende abrir um restaurante popular em outubro, servindo 3.000 almoços diários, a R$ 1 cada um, para a população carente.
As instalações do restaurante já estão prontas, em uma área na estação ferroviária Central do Brasil. A empresa Hellens do Brasil venceu a concorrência para operar o restaurante, que será inaugurado na primeira quinzena de novembro. A intenção do governo é que o subsídio em cada refeição não ultrapasse R$ 1,85.
Adoção
O governador encaminhou dia 10 para a Assembléia Legislativa o projeto-de-lei "Um lar para mim", que incentiva os funcionários públicos do Estado a adotar crianças ou adolescentes órfãos ou abandonados.
Os funcionários que fizerem a adoção receberão ajuda mensal de dois a cinco salários mínimos. O juiz da 1ª Vara da Infância e da Juventude, Siro Darlan, calcula que há no Estado cerca de 6.000 crianças em situação de adoção.
Uma ação judicial atrasou por quatro meses o processo de regulamentação do transporte intermunicipal por utilitários, uma promessa do governador.
A iniciativa, estabelecida por decreto em janeiro, foi contestada judicialmente em março porque impedia o trabalho de veículos para menos de nove pessoas. O governo conseguiu, em junho, decisão favorável da Justiça, alegando que os veículos menores, tipo Towner, são inseguros para o transporte intermunicipal.
A Secretaria dos Transportes realizou até agosto o cadastramento de 74 cooperativas de motoristas. Atualmente, secretaria e cooperativas discutem pendências relativas a documentos. As primeiras licitações para linhas regulares estavam previstas para este ano, mas correm risco de ser adiadas para o início de 2001.
Universidades
Na educação, o governador encaminhou um projeto-de-lei polêmico, que reserva 50% das vagas das universidades estaduais para alunos da rede pública.
Sem a simpatia do Ministério da Educação e das duas universidades estaduais, mas com apoio de entidades estudantis, o projeto está sendo analisado pela Assembléia Legislativa. A votação aguarda pareceres da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e a Uenf (Universidade do Norte Fluminense).
Metrô
O projeto ligando a Barra da Tijuca a Botafogo (zona sul) por metrô foi licitado no governo Marcello Alencar (PSDB) e criticado na época pelo então candidato Anthony Garotinho.
Em agosto de 1999, no entanto, Garotinho chegou a cogitar da possibilidade de retomar o projeto, desde que não exigisse recursos do Orçamento do Estado.
Segundo o secretário dos Transportes, Luiz Alfredo Salomão, o consórcio vencedor (construtoras Queiroz Galvão e Constran) ficou de apresentar proposta que garanta a obra sem a necessidade de recursos públicos.
Leia mais no especial Eleições Online.
Clique aqui para ler mais sobre política na Folha Online.
Garotinho anuncia superávit de R$ 700 mi
Publicidade
O governador do Rio, Anthony Garotinho, informou que tem em caixa cerca de R$ 700 milhões, dinheiro suficiente, segundo ele, para concluir até o final do ano todos os projetos que anunciou para a primeira metade do seu mandato, muitos deles mal iniciados ou muito atrasados.
O superávit equivale a um mês de receita do Estado. Mas parte desses recursos, cerca de R$ 200 milhões, está destinada a pagar a segunda metade do 13º salário do funcionalismo.
Os projetos mais importantes são os da área de segurança, habitação e de assistência social. Os maiores problemas de atrasos nos cronogramas das metas estão nos programas de segurança pública (só foram entregues 7 das 40 novas delegacias legais prometidas) e de habitação popular (até agora foram entregues cerca de 3.000 das 20 mil casas previstas).
Cálculo feito pela Folha com dados fornecidos pelas várias secretarias mostra que o governo teria de investir no máximo cerca de R$ 220 milhões
para cumprir todas as metas anunciadas para 2000 ainda não alcançadas.
Os R$ 500 milhões disponíveis são, portanto, suficientes para bancar os investimentos que faltam. É possível, no entanto, que, mesmo com recursos, não haja tempo para recuperar alguns atrasos.
Área social
O governo estadual tem dois grandes programas de renda mínima que incentivam famílias carentes a manter os filhos na escola, o Bolsa-Escola e o Cheque Cidadão. No Cheque Cidadão, as famílias recebem mensalmente um cupom para compras no valor de R$ 100 em supermercados credenciados. O Bolsa-Escola paga um salário mínimo mensal.
Enquanto o Cheque Cidadão progride rapidamente sob a coordenação do pastor evangélico e ex-petista Everaldo Dias Pereira, o Bolsa-Escola, inspirado na experiência do PT em Brasília, está longe de atingir as metas definidas pelo próprio governo.
O Bolsa-Escola atende a mil famílias (2.373 alunos), mesmo número assistido no final de 99. O objetivo era atingir 6.000 famílias neste ano. Com a saída do PT do governo, em abril, a meta foi adiada e a prioridade passou a ser o Cheque Cidadão. No mesmo período em que o Bolsa-Escola estancou, o Cheque Cidadão pulou de 25 mil famílias atendidas para cerca de 34 mil e deve terminar o ano com 50 mil famílias.
Outro programa que caminha lentamente é o Banco do Povo, também herança do PT. A meta inicial previa a realização de 5.000 operações de crédito no primeiro ano de funcionamento. Com cinco meses, foram criadas apenas duas agências e feitas 124 operações. O banco faz empréstimos de R$ 100 a R$ 1.500, com taxa de juros de 4% ao mês.
Foram destinados R$ 800 mil para o início das operações. O programa prevê um aporte de R$ 5 milhões. Para o secretário do Trabalho, Jaime Cardoso, a demora para a entrada em operação ocorreu por causa das dificuldades de adaptação à legislação e às normas do Banco Central.
Para ele, a meta de 5.000 operações será atingida até março de 2001, quando o banco completará um ano de funcionamento. Até o final do ano, o governo planeja inaugurar mais sete agências, todas na região metropolitana. Foi firmado um acordo com a Caixa Econômica para a
instalação de postos do banco em 30 agências.
A Secretaria de Ação Social e Cidadania, comandada por Rosinha Matheus, mulher de Garotinho, pretende abrir um restaurante popular em outubro, servindo 3.000 almoços diários, a R$ 1 cada um, para a população carente.
As instalações do restaurante já estão prontas, em uma área na estação ferroviária Central do Brasil. A empresa Hellens do Brasil venceu a concorrência para operar o restaurante, que será inaugurado na primeira quinzena de novembro. A intenção do governo é que o subsídio em cada refeição não ultrapasse R$ 1,85.
Adoção
O governador encaminhou dia 10 para a Assembléia Legislativa o projeto-de-lei "Um lar para mim", que incentiva os funcionários públicos do Estado a adotar crianças ou adolescentes órfãos ou abandonados.
Os funcionários que fizerem a adoção receberão ajuda mensal de dois a cinco salários mínimos. O juiz da 1ª Vara da Infância e da Juventude, Siro Darlan, calcula que há no Estado cerca de 6.000 crianças em situação de adoção.
Uma ação judicial atrasou por quatro meses o processo de regulamentação do transporte intermunicipal por utilitários, uma promessa do governador.
A iniciativa, estabelecida por decreto em janeiro, foi contestada judicialmente em março porque impedia o trabalho de veículos para menos de nove pessoas. O governo conseguiu, em junho, decisão favorável da Justiça, alegando que os veículos menores, tipo Towner, são inseguros para o transporte intermunicipal.
A Secretaria dos Transportes realizou até agosto o cadastramento de 74 cooperativas de motoristas. Atualmente, secretaria e cooperativas discutem pendências relativas a documentos. As primeiras licitações para linhas regulares estavam previstas para este ano, mas correm risco de ser adiadas para o início de 2001.
Universidades
Na educação, o governador encaminhou um projeto-de-lei polêmico, que reserva 50% das vagas das universidades estaduais para alunos da rede pública.
Sem a simpatia do Ministério da Educação e das duas universidades estaduais, mas com apoio de entidades estudantis, o projeto está sendo analisado pela Assembléia Legislativa. A votação aguarda pareceres da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e a Uenf (Universidade do Norte Fluminense).
Metrô
O projeto ligando a Barra da Tijuca a Botafogo (zona sul) por metrô foi licitado no governo Marcello Alencar (PSDB) e criticado na época pelo então candidato Anthony Garotinho.
Em agosto de 1999, no entanto, Garotinho chegou a cogitar da possibilidade de retomar o projeto, desde que não exigisse recursos do Orçamento do Estado.
Segundo o secretário dos Transportes, Luiz Alfredo Salomão, o consórcio vencedor (construtoras Queiroz Galvão e Constran) ficou de apresentar proposta que garanta a obra sem a necessidade de recursos públicos.
Clique aqui para ler mais sobre política na Folha Online.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice