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28/01/2007 - 09h11

Maioria dos eleitos rejeita proposta de aumento de 91%

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

Um mês e meio depois de o Congresso decidir pela equiparação salarial com o teto do Judiciário e ser obrigado a recuar por conta da repercussão negativa, a maior parte dos deputados da próxima legislatura declara ser contrária à medida.

Enquete feita pela Folha com 441 dos 513 deputados que assumirão na próxima quinta-feira mostra que 59% rejeitam o aumento de 91%, que elevaria os salários para R$ 24,5 mil.

A posição contrasta com o que se defendia nos corredores da Casa em dezembro, quando os líderes partidários entraram em acordo e, com aval das cúpulas da Câmara e do Senado, decidiram pelo reajuste.

Como a maioria dos entrevistados para a enquete revelou abertamente seu voto, a atitude parece acompanhar o que ocorre com dois dos candidatos à presidência da Câmara.

Aldo Rebelo (PC do B) e Arlindo Chinaglia (PT), antes favoráveis à equiparação, mas depois, receosos do estrago que isso causaria à imagem, recuaram, ao menos publicamente.

Ainda assim, 26,9% se disseram favoráveis à equiparação. "Essa porcentagem de deputados que se dizem favoráveis à equiparação do salário é razoável, em consideração à opinião pública que se manifestou contra a medida", disse Fernando Gabeira (PV-RJ), integrante do chamado "Grupo dos 30", que se posicionou contra o aumento. O tema deverá voltar à pauta da Câmara neste ano.

Verba
A maioria dos deputados (71%) declarou ser a favor do recebimento da verba indenizatória, mensalidade de R$ 15 mil a que os deputados têm direito para cobrir gastos de seus gabinetes estaduais. Apenas 10,3% renunciariam ao auxílio.

A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) afirmou que faz uso da verba indenizatória. "Sou a favor da verba, mas presto contas desse dinheiro. Quando ela não é necessária, devolvo à contabilidade da Câmara." Ela não soube dizer o quanto devolveu na última legislatura.
O novo líder do PSDB na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio (SP), foi taxativo: "A verba é fundamental ao meu trabalho".

Acusado de ter recebido dinheiro do esquema do mensalão, o deputado Vadão Gomes (PP-SP), que foi absolvido pela Câmara, disse que é contra a equiparação dos salários e a verba indenizatória.

Equiparação
Outro dado da enquete é a rejeição à proposta de substituição da verba indenizatória pela equiparação salarial. A maioria (66,7%) foi contra, e 22,5% se disseram a favor.

O resultado da pesquisa mostra que a maioria da nova Câmara se declara disposta a votar com mais transparência: 58,8% dos deputados responderam ser contra o voto secreto; 18% são a favor do voto secreto para eleições da Mesa, e 15% são a favor do voto secreto.

A maioria, 65,4%, disse ser a favor da permanência da imunidade parlamentar como ela funciona. Hoje, a imunidade permite que crimes comuns cometidos por parlamentares sejam julgados no STF (Supremo Tribunal Federal) --28% declararam ser contrários à imunidade parlamentar.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o reajuste salarial dos deputados
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