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03/02/2007 - 10h46

Filhos de casal da Renascer são investigados

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LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo

Apontados como funcionários fantasmas, dois filhos e um genro do casal Estevam e Sonia Hernandes, fundadores da igreja Renascer em Cristo, estão sob investigação na Corregedoria da Assembléia Legislativa de São Paulo.

O filho mais velho do casal, Felippe Daniel Hernandes, conhecido nos programas de TV da Renascer como bispo Tide, foi nomeado assessor técnico do deputado estadual Geraldo Tenuta (PFL), o bispo Gê, em junho de 2004.

Permaneceu apenas oito meses no cargo de confiança, período em que embolsou aproximadamente de R$ 61 mil em salários, além de gratificações.

O bispo Tide nunca trabalhou na Assembléia, afirmaram funcionários da Casa, lotados em gabinetes vizinhos.

Os servidores dizem ainda desconhecer a filha dos fundadores da Renascer, Fernanda Hernandes Rasmussen, que, segundo o Diário Oficial, trabalhou no gabinete do bispo Gê, de fevereiro de 2005 a setembro de 2006. Ela tinha um salário de R$ 5.754.

O marido dela, o ex-modelo Douglas Adriano Rasmussen, apesar de ainda estar lotado no gabinete do deputado, é outro desconhecido. Rasmussen foi nomeado em março de 2003 e recebe salário de R$ 7.412. Os três trabalham diariamente na TV Gospel, controlada pela Renascer.

O corregedor da Assembléia Legislativa, deputado Romeu Tuma (PMDB), enviou ontem um ofício ao bispo Gê pedindo explicações sobre os supostos funcionários fantasmas. Após uma sindicância, Tuma poderá encaminhar o caso para o Ministério Público ou para o conselho de ética.

O bispo Gê não foi localizado ontem pela reportagem. O gabinete dele na Assembléia Legislativa permaneceu trancado e vazio durante todo o dia. O celular do parlamentar estava desligado. O advogado Luiz Flávio Borges D'Urso, que defende a família Hernandes no Brasil, afirmou que irá se manifestar apenas depois de estudar o caso.

Sem sigilo

Ontem, o Gaeco, grupo especial de investigação do Ministério Público de São Paulo, pediu ao juiz Paulo Rossi, da 1ª Vara Criminal, o fim do sigilo decretado no processo criminal. Segundo a Promotoria, o segredo tem inviabilizado a colaboração de outros organismos na investigação, como da Receita Federal.

Estevam, Sonia, os dois filhos, o genro e outras três pessoas respondem na Justiça pelos crimes de lavagem de dinheiro e de estelionato praticado por quadrilha criminosa. Neste processo, o juiz decretou a prisão preventiva do casal, que está preso nos Estados Unidos desde o dia 9 de janeiro, quando tentaram entrar em território norte-americano com dólares não declarados no setor de alfândega daquele país.

Hoje os dois estão em prisão domiciliar e são vigiados 24 horas de forma eletrônica por meio de um chip preso ao tornozelo. Não podem sair da casa deles em Boca Ratón, Flórida --que está bloqueada pela Justiça brasileira.

D'Urso afirmou que não concorda com o fim do sigilo do processo. "Depois de todo esse elenco de provas os promotores querem derrubar o sigilo? Não tem sentido. Agora é que se justifica o sigilo. A vida privada do casal deve ser respeitada", afirmou.

O advogado recorreu ontem ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) pedindo a suspensão, em caráter liminar (urgente e provisório), da ordem de prisão preventiva decretada contra seus clientes.

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