Publicidade
Publicidade
05/02/2007
-
09h37
VALDO CRUZ
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Um dos autores do polêmico documento que defende a "refundação" do PT, o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) diz não concordar com a tese de que o partido deve buscar independência em relação ao governo: "O presidente tem de exercer influência sobre o partido, ao contrário do que alguns colegas colocam".
Para Tarso, a vitória de Arlindo Chinaglia (PT-SP) não confere ao grupo que articulou sua campanha a presidente da Câmara poder para pressionar por mais ministérios.
FOLHA - Representantes do Campo Majoritário estão resistindo à tese da refundação do PT. O que sr. acha?
TARSO GENRO - Sou um conciliador. Se não gostarem da palavra "refundação" podemos mudar para "renovação profunda".
FOLHA - A queixa será a mesma.
TARSO - A questão do Campo Majoritário, se é refundação, se é renovação, é absolutamente secundária. O que temos de debater é o conteúdo das questões e dar profundas explicações para a base do partido. Ao contrário do que se possa pensar, isso não é uma crise do partido. Não, há uma crise que vem de três anos atrás, reconhecida por todos. Isso é mais um mérito do PT, saber debater os seus problemas e suas grandezas.
FOLHA - Ao pregar a reflexão sobre questões como mensalão, o grupo de José Dirceu avalia que o documento tem endereço certo.
TARSO - Não acho que o texto tem de refletir especialmente sobre quaisquer desses fatos, mensalão, sanguessugas. Temos de discutir que tipo de método de direção política proporcionou condições para que essas coisas ocorressem.
FOLHA - A vitória de Arlindo Chinaglia na Câmara não deu mais força ao grupo paulista, especialmente do Campo Majoritário, para resistir a essa refundação do PT?
TARSO - Não. Primeiro, porque o Arlindo foi apoiado por todas as correntes. Segundo, porque ele é um sujeito muito inteligente e sabe que tem a oportunidade de se tornar uma grande referência nacional do partido e não vai deixar se instrumentalizar por nenhuma tendência.
FOLHA - Petistas que participaram da campanha de Chinaglia já sinalizaram que vão pressionar por mais espaço no governo Lula?
TARSO - Nosso documento tem um parágrafo muito claro a respeito da relação com o presidente Lula. Defende não só o governo Lula como também a autoridade política do presidente. Achamos que o presidente tem de exercer influência sobre o partido, ao contrário do que alguns colegas colocam.
FOLHA - Mas eles já insinuaram que vão exigir mais?
TARSO - Lula vai nomear um ministério de acordo com a correlação de forças da coalizão. O PT não tem de fazer demanda por mais espaço ou por menos espaço para outro partido.
Leia mais
Contrato beneficia ex-assessoria de José Serra
PT majoritário evita refundação e apóia Dirceu
"Lula não manda no PT", diz articulador de projeto Chinaglia
PMDB da Câmara mira em cargos do PMDB do Senado
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Campo Majoritário do PT
Lula tem de exercer influência no PT, diz Tarso
Publicidade
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Um dos autores do polêmico documento que defende a "refundação" do PT, o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) diz não concordar com a tese de que o partido deve buscar independência em relação ao governo: "O presidente tem de exercer influência sobre o partido, ao contrário do que alguns colegas colocam".
Para Tarso, a vitória de Arlindo Chinaglia (PT-SP) não confere ao grupo que articulou sua campanha a presidente da Câmara poder para pressionar por mais ministérios.
FOLHA - Representantes do Campo Majoritário estão resistindo à tese da refundação do PT. O que sr. acha?
TARSO GENRO - Sou um conciliador. Se não gostarem da palavra "refundação" podemos mudar para "renovação profunda".
FOLHA - A queixa será a mesma.
TARSO - A questão do Campo Majoritário, se é refundação, se é renovação, é absolutamente secundária. O que temos de debater é o conteúdo das questões e dar profundas explicações para a base do partido. Ao contrário do que se possa pensar, isso não é uma crise do partido. Não, há uma crise que vem de três anos atrás, reconhecida por todos. Isso é mais um mérito do PT, saber debater os seus problemas e suas grandezas.
FOLHA - Ao pregar a reflexão sobre questões como mensalão, o grupo de José Dirceu avalia que o documento tem endereço certo.
TARSO - Não acho que o texto tem de refletir especialmente sobre quaisquer desses fatos, mensalão, sanguessugas. Temos de discutir que tipo de método de direção política proporcionou condições para que essas coisas ocorressem.
FOLHA - A vitória de Arlindo Chinaglia na Câmara não deu mais força ao grupo paulista, especialmente do Campo Majoritário, para resistir a essa refundação do PT?
TARSO - Não. Primeiro, porque o Arlindo foi apoiado por todas as correntes. Segundo, porque ele é um sujeito muito inteligente e sabe que tem a oportunidade de se tornar uma grande referência nacional do partido e não vai deixar se instrumentalizar por nenhuma tendência.
FOLHA - Petistas que participaram da campanha de Chinaglia já sinalizaram que vão pressionar por mais espaço no governo Lula?
TARSO - Nosso documento tem um parágrafo muito claro a respeito da relação com o presidente Lula. Defende não só o governo Lula como também a autoridade política do presidente. Achamos que o presidente tem de exercer influência sobre o partido, ao contrário do que alguns colegas colocam.
FOLHA - Mas eles já insinuaram que vão exigir mais?
TARSO - Lula vai nomear um ministério de acordo com a correlação de forças da coalizão. O PT não tem de fazer demanda por mais espaço ou por menos espaço para outro partido.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice